Histórianeocruzerense
Novo Cruzeiro é sede da Comarca que atende os seguintes municípios:
Caraí;
Catuji;
Itaipé;
Novo Cruzeiro.
Fórum
Endereço: Avenida Júlio Campos, 201
Bairro: Centro
Cidade: Novo Cruzeiro
Estado: Minas Gerais
CEP: 39820-000
Telefones:
- Telefone direto : (33) 3533-1296
- Telefone direto : (33) 3533-1338
Para chegar em Novo Cruzeiro, saindo de Belo Horizonte, basta pegar a BR 381 no sentido de João Molevade e seguir até Governador Valadares, pegar a BR 116 (Rio/Bahia) no sentido Bahia. 60 Km depois de Teófilo Otoni, convergir a esquerda seguindo a MG 211, destino a Novo Cruzeiro.
Sequência de prefeitos:
Mário Moreira Murta – 1944 a 1946 (Nomeado prefeito pelo interventor federal do Estado de Minas, Sr. Benedito Valadares Ribeiro)
Quintino Gomes-1946 a 1950
Júlio da Silva Campos- 1950 a 1954
João Alexandrino- 1954 a 1958
José Moura- 1958 a 1962
Dr. José Teobaldo Leal-1962 a 1966
João Matias -1966 a 1970
Antônio Luiz dos Santos-1970 a 1974
Francisco Esteves Lima e Joaquim Maravilha dos Santos -1974 a 1976
Raimundo Nonato Neiva Lages (Mundico)-1976 a 1982
Paulo Afonso Nogueira Viana -1982 a 1988
Joel José de Carvalho e Pio Wilton Sant’ana Guedes -1988 a 1992
Paulo Afonso Nogueira Viana – 1992 a 1996
Serafim Coelho de Oliveira -1996 a 2000
Antônio Marcos Mahmud Nedir – 2000 a 2004
Sebastião Coelho de Oliveira (Jason) – 2004 a 2008
Sebastião Coelho de Oliveira (Jason) – 2008 a 2012
Alguns casos de Novo Cruzeiro
A CHEGADA DA FERROVIA BAHIA/MINAS
Estava tudo pronto, só esperavam o dia em que o trem chegasse pela primeira vez.
Havia diversos trens: o pagador, o carregador de dormentes, lenha e outros materiais. Havia também aquele que conduzia passageiros, uma máquina com cinco ou seis vagões. A esta davam o nome de horário, pois tinha hora certe de chegar. Mas aquele povo caipira não sabia falar horário, eles falavam oral.
Estava já programada a chegada do horário e todo o povo já estava esperando na estação. Mas quando o trem apitou lá no Triângulo, o povo começou correr, gritar e desmaiar. Quando foi se aproximando da estação, apitando, fazendo aquele barulhão, aí é que foi o alvoroço…Uns gritavam, corriam, outros caiam de joelho com as mãos estendidas gritando: “É o Santo Oral!!! Bença Santo oral!!…
Bem os anos se passaram. 15 anos depois, uma menina da roça, com oito anos de idade, ainda não conhecia o trem, sua mãe a trouxe para conhecê-lo. Quando estavam chegando na Boca do Corte, o trem deu um apito. Ela gritou: “Mãe! Isso é o jumento da vovó que está urrando? Sua mãe respondeu: não filhinha, isso é o Santo Oral.
Autora: Dª Pedrelina Rocha de Jesus. _Retirado do Livro Coletivo do Povo de Novo Cruzeiro
A CABRA QUE DEU A VIDA PELO FILHO
Na época que os trilhos da Bahia/Minas atravessavam Novo Cruzeiro, era comum animais de várias espécies trafegarem livremente pela ferrovia.
O trecho que hoje situa-se entre a delegacia e a Escola Dom José de Haas, na época concentrava um grande prostíbulo e muita sujeira. As pessoas defecavam tranquilamente nos barrancos da estrada. O que se via era cocô de gente misturado com de porco, cachorro, cabrito…
Um dia o trem estava vindo do lado de Araçuaí e ao virar a curva e aproximar-se perto de onde hoje está a lavanderia começou a apitar. Acho que nenhum dia o maquinista apitou tanto igual aquele. As pessoas começaram a sair para ver o motivo de tanto barulho. Foi aí que viram que na frente do trem estava um cabritinho todo assustado e sua mãe cabra berrava feito uma louca sobre o barranco. A pobre cabra ao ver o filho em apuros fez o que qualquer mãe faria em seu lugar. Pulou lá das alturas para tirar seu filho, só que a coitada não teve sorte, ao pular escorregou-se em um enorme monte de matéria fecal humana que alguém acabara de depositar. Desequilibrada, o máximo que ela conseguiu foi bater a cabeça em seu filho e tirá-lo da frente do trem, mas seu corpo foi totalmente triturado pelas rodas da locomotiva. Por esse motivo várias pessoas mais antigas chamam aquele local de “Curva da Boda”
Colaboração: Darcilene Rocha
O PRIMEIRO PAR DE SAPATOS
O Sr. Manoel Bento disse que quando usou sapato pela primeira vez tinha lá uns 14 anos. Ele disse que juntou um dinheirinho e falou para sua mãe que iria realizar seu maior sonho, comprar seu primeiro par de sapatos. Um rapazinho morador de uma outra grota ficou sabendo e mandou avisar que seus pés havia crescido e que tinha um par de sapatos em ótimo estado, porém não os serviam mais, e que queria vendê-los. Sr. Manoel saiu de casa de manhã para comprar aquele calçado tão sonhado. Sua mãe fez almoço, esperou e nada dele chegar. Já era tardezinha, armando um chuvão danado e nada de Manoel chegar. De repente ele apareceu todo cheio de pompa olhando somente para baixo. Sua mãe aflita foi logo perguntando-lhe:
_Isso é hora de chegar seu danado!!
_Desculpa, mãe, respondeu, Manoel.
_Então qual o motivo de tanta demora?
_Sabe, mãe, é que a cada 50 metros que eu andava, eu voltava para ver meu rasto na areia!
Colaboração: Sr. Manoel Bento
ENGANO DO ESPELHO
Dª Virgília, mãe do Sr. Manoel Bento, era tão parecida com sua irmã Joana que acabaram se confundindo em um espelho. As duas irmãs, muito unidas, viviam sempre juntas. Moravam na Comunidade do Córrego Acode a Chuva, sempre levavam uma vida simples, sem mito luxo. Eram acostumadas pentear seus cabelos olhando em pequenos espelhos que refletia apenas o rosto. Certa vez elas foram viajar para Bom Jesus da Lapa, na Bahia. Ao chegar na primeira parada, próximo a Teófilo Otoni, as duas desceram. Dª Virgília seguiu na frente, quando chegou ao banheiro, viu aquele enorme espelho que refletia todo corpo. Ela olhou muito assustada e disse:
_Uai cumade, como que cê conseguiu entrar aí?
Colaboração: Lurdinha Paixão
O REZADOR PARA MULHERES GRÁVIDAS
No distrito de Queixada a vida por lá não era nada fácil. As mulheres quando engravidavam não faziam pré-natal. Contavam era com as orações do Sr. Abílio. Assim que a mulher aproximava da hora do parto, ele era requisitado para passar uma temporada em sua residência para orar e pedir uma boa hora.
Certa vez um fazendeiro buscou Sr. Abílio para cuidar de sua esposa, pois a mesma já estava entrando no nono mês de gravidez. E lá foi ele com seus patuás de orações. Como era de costume, todos os dias ele pegava os papéis manuscritos e rezava até falar que chega e sempre dizia que se tratava de rezas fortes e que ninguém poderia ter acesso, além dele.
Lá um certo dia chegou um outro fazendeiro aflito e dizendo que sua esposa já se encontrava em trabalho de parto e que necessitava de sua ajuda. E lá foi ele mais uma vez. Aconteceu que durante sua ausência a mulher que já se encontrava em seus cuidados também entrou em trabalho de parto. Aflito, seu marido disse:
__ Seu Abílio vai me desculpar, mas vou pegar suas orações e usá-las pois não tem outro jeito. Pegou aquele patuá, chegou perto de sua esposa aos gritos, abriu e quase caiu. Encontrou os seguintes dizeres: “Enquanto eu tiver roupa lavada para vestir, comida boa para comer e cama para dormir, pouco me importa se a égua pariu ou deixou de parir.”
Colaboração: Bruno Chain
A CACHORRINHA E A ONÇA
O Sr. Zé Barrack afirma, com toda certeza, que é pura verdade o caso que vou contar.
Seu pai o Sr. Antônio Barrack, morador de Novo Cruzeiro, além de posseiro de grande extensão de terras, também era bom caçador de onças.
Em uma de suas propriedades, no Córrego da Consulta, apareceu uma baita de uma pintada, bastante faminta e toda noite visitava um galinheiro ou saciava-se com porcos de engorda no chiqueiro.
Indignados com a situação, os moradores da comunidade pediram ajuda ao mestre em caçadas. Para garantir boa captura à presa, ele decidiu pedir emprestada a seu compadre a competente Chulinha, cachorra que além de bom faro, enfrentava uma felina cara-a-cara.
Em uma manhã de domingo a matilha foi solta no rasto da fera e Chulinha, como era de costume, apartou-se dos demais cães e desapareceu no interior da mata. Pensaram que a cadela havia transformado em comida de onça. O proprietário dela exigiu uma vaca parida como pagamento, pois perdera sua cachorra de estimação.
Passaram-se trinta anos e o filho do caçador o Sr. Zé Barrack, recém casado, e herdeiro daquelas terras decidiu derrubar a mata virgem para o plantio de café.
Lá um belo dia, era umas duas horas da tarde, o compadre Sebastião ao deparar com uma enorme árvore de peroba, quase sentiu um ataque em conseqüência do que viu. Chamou Sr. Zé Barrack e os dois juntos constataram o que muitos não acreditam. No pé da árvore estava o esqueleto de Chulinha que morreu vigiando a onça e em um galho estava o esqueleto da onça que morreu olhando para baixo e não desceu de medo da brava Chulinha.
Colaboração Sr. Zé Barrack
Chemins de Fer Federaux de l'Est Bresilien (1924-1936)
E. F. Bahia-Minas (1936-1965)
Viação Férrea Centro-Oeste (1965-1966)
ACIMA: Trem da Bahia-Minas em Novo Cruzeiro, provavelmente anos 1950 (site www.novocruzeiro.com.br)
ACIMA: Quando ainda havia os trilhos da Baiminas na cidade, eles passavam e abriam o pátio na avenida Getúlio Vargas. Notar a chave de entrada do pátio, no centro-direita da foto, e o desvio saindo para o pátio da estação, à esquerda (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XXVI, IBGE, 1959).
A estação como museu em 2015. Foto Glaucio Henrique Chaves
A estação de São Bento, sem data. Acervo Fany Moreira
Terra do Festival da Cachaça e das contruções antigas da extinta Ferrovia Bahia-Minas
1944: “Estamos com um novo dinheiro circulando pelo Brasil afora. Ele chegou para melhorar nossas vidas, reduzir a miséria dos mais necessitados. Para que nossa terra tão querida seja próspera e que caminhe rumo ao progresso junto com o Cruzeiro, esse novo dinheiro, que ele nunca há de faltar para a nossa gente, nada mais justo que o nosso município receba o nome de “Novo Cruzeiro”. E foi assim, com esta objetiva expressão pronunciada por um morador local, o Sr. Olímpio Alves, que a antiga Vila de Gravatá passou a ter o nome de uma moeda brasileira.
Mas, as características nacionalistas não estão apenas no nome deste município. Novo Cruzeiro é reconhecido como um dos maiores produtores de cachaça do Brasil. Para saber o motivo deste título basta visitar uma das fazendas locais (algumas centenárias), que produzem a aguardente, tida pelo mercado como de boa qualidade. Anualmente, as iguarias são expostas no maior evento do gênero da região: O Festival da Cachaça, que acontece regularmente no mês de setembro e reúne milhares de pessoas em sua edição. Outros eventos religiosos e festivos, como o carnaval e a Festa de São Bento, também acontecem no decorrer do ano e atraem público cativo.
Mais uma dica de visitação em novo Cruzeiro são as construções da antiga Ferrovia Bahia-Minas, que até meados do século passado ligava o nordeste mineiro ao sul da Bahia. No centro da cidade está à antiga estação principal e a casa do agente ferroviário. Já no Distrito de Queixada, também existe uma estação e uma antiga caixa d´água, usada para abastecer os vagões da locomotiva. Em termos de atrativo natural, a Cachoeira de Maria Farias, distante a 5km do centro, está entre os pontos mais procurados durante os dias de calor.
Novo Cruzeiro é, por assim dizer, uma viagem no tempo, onde passado e o presente interagem e encantam a todo o momento.
choeira de Maria Farias
A Cachoeira Maria Farias está distante a cerca de 5Km do centro da cidade de Novo Cruzeiro, por estrada de asfalto, as margens da Rodovia MG 211, que liga o município até Itaipé. Existe uma placa na rodovia indicando a cachoeira. O local é muito procurado em finais de semana e feriados por moradores e visitantes da região. Possui uma bela área de lazer com local para banho e serviço de bar e restaurante. Funciona aos sábados e domingos.Informações: (33) 98809 7548.
Pedra Formosa
A Pedra Formosa é uma formação rochosa do município de Novo Cruzeiro, localizada no povoado de Ribeirão da Pedra, distante a 28Km do centro da cidade. Além da bela paisagem da pedra, utilizada por moradores e visitantes locais para trekking e escalada, a região também conta com lindas cachoeiras. Uma boa opção para conhecer este atrativo turístico de Novo Cruzeiro é através de um morador local que presta serviços de condutor de turismo. Contato: Marco Aurélio- (33) 98833.9760.
Construções históricas da Ferrovia Bahia-Minas
Novo Cruzeiro ainda guarda muitos monumentos preservados da extinta Ferrovia Bahia Minas. No centro da cidade, próximo ao prédio do Fórum, estão a antiga estação ferroviária, que era utilizada para embarque e desembarque dos passageiros, e a Casa do Agente, que era a moradia dos agentes ferroviários que construíram e operaram a antiga ferrovia. No distrito de Queixada, também há uma estação e uma casa do agente, além de uma caixa d´água, que servia para abastecer os vagões. A Ferrovia Bahia-Minas foi implantada por volta de 1882, no intuito de transportar a madeira e outros produtos da região nordeste de Minas até um porto na cidade de Caravelas, no sul da Bahia. Sua extensão era de aproximadamente 600 km, indo de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, até Ponta de Areia, já em território baiano. Foi extinta em 1966 deixando saudade e diversos monumentos de seu período de funcionamento. Uma boa opção para conhecer os monumentos da Ferrovia Bahia-Minas de Novo Cruzeiro é através de um morador local que presta serviços de condutor de turismo. Contato: Marco Aurélio- (33) 98833.9760.
Fonte: Circuito Turístico das Pedras Preciosas
Câmara Municipal de Novo Cruzeiro
NOVO CRUZEIRO -MG - 1º Semestre de 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário