Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.
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“Desde o começo da pandemia, alertei que a saúde e a economia deveriam ser tratadas simultaneamente e com a mesma responsabilidade.”
O discurso de Bolsonaro sobre a pandemia realmente foi, desde o começo, que o coronavírus traria dois problemas ao Brasil, um econômico e um de saúde pública. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, Aos Fatos encontrou declarações do tipo ao menos desde o dia 15 de março, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, não tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início da pandemia no país, ele tem minimizado os efeitos da Covid-19. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer, em discurso realizado no dia 18 de setembro, que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. Durante a pandemia, o presidente também desrespeitou recomendações sanitárias ao causar aglomerações e circular sem equipamento de proteção. A declaração, portanto, é FALSA.
FONTEORIGEMREPETIDO 18 VEZES. Em 2020: 20.abr, 29.abr, 04.mai, 07.mai, 21.mai, 22.mai, 03.set, 10.set, 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 16.nov.
“Essa pandemia quebrou as pernas da gente, né? Endividamos em quase R$ 1 trilhão.”
Ao longo do curso da pandemia, Bolsonaro tem inflado constantemente os gastos do governo com medidas de combate à Covid-19. Nessa ocasião, o presidente sugeriu que o endividamento do governo havia crescido em R$ 1 trilhão ao longo deste ano por conta da doença, o que é FALSO. De acordo com dados do Tesouro Transparente, plataforma de monitoramento de gastos do governo federal, foram despendidos até o mês de novembro R$ 470,8 bilhões. O valor não chega ao citado por Bolsonaro nem se considerarmos os valores previstos e ainda não executados: esses totalizam R$ 577,6 bilhões.
FONTEORIGEMREPETIDO 7 VEZES. Em 2020: 02.jul, 07.jul, 08.jul, 16.jul, 11.ago, 28.out, 16.nov.
“Sempre falei que economia e a questão do combate ao vírus tinham que andar juntas, de mãos dadas, com a mesma responsabilidade.”
O discurso de Bolsonaro sobre a pandemia realmente foi, desde o começo, que o coronavírus traria dois problemas ao Brasil, um econômico e um de saúde pública. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, Aos Fatos encontrou declarações do tipo ao menos desde o dia 15 de março, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, não tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início da pandemia no país, ele tem minimizado os efeitos da Covid-19. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer, em discurso realizado no dia 18 de setembro, que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. Durante a pandemia, o presidente também desrespeitou recomendações sanitárias ao causar aglomerações e circular sem equipamento de proteção. A declaração, portanto, é FALSA.
FONTEORIGEMREPETIDO 18 VEZES. Em 2020: 20.abr, 29.abr, 04.mai, 07.mai, 21.mai, 22.mai, 03.set, 10.set, 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 17.nov.
“O arroz já tá se normalizando [o preço].”
É FALSO que o preço da saca de arroz esteja se normalizando, como afirma o presidente Jair Bolsonaro. Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo) mostram na verdade um aumento de 4,15% no valor da saca de 50 kg de arroz entre os dias 1º de setembro, mês em que foi registrada a alta dos preços, e 16 de novembro, data da declaração do presidente. No início de setembro, o preço de uma saca de arroz de 50 kg era de R$ 100,46; em 16 de novembro, o valor era de R$ 104,63. A título de comparação, entre janeiro e o fim de agosto, o preço médio da mesma saca era de R$ 57,75.
FONTEORIGEM“A gente gastava quase R$ 50 bi por mês [com o auxílio emergencial]. ”
Bolsonaro faz referência ao valor mensal gasto com as primeiras cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600. Como o governo federal não divulga os dados de gasto mensal, apenas os valores acumulados, só é possível fazer uma estimativa dividindo os gastos totais com o benefício pelo número de meses em que ele foi pago. Desde o início do pagamento da primeira parcela, em 9 de abril, até o fim de setembro, foram despendidos, de acordo com o levantamento do Tesouro Transparente, R$ 236,9 bilhões. Dividindo o valor pelo período de seis meses em que o benefício foi pago, chega-se à soma de R$ 39,3 bilhões, 22% menor do que a informada pelo presidente. Isso torna a declaração EXAGERADA.
FONTEORIGEMREPETIDO 7 VEZES. Em 2020: 19.out, 22.out, 28.out, 28.out, 04.nov, 07.nov, 11.nov.
“Aí o endividamento [com a Covid-19], quase R$ 1 trilhão.”
Ao longo do curso da pandemia, Bolsonaro tem inflado constantemente os gastos do governo com medidas de combate à Covid-19. Nessa ocasião, o presidente sugeriu que o endividamento do governo havia crescido em R$ 1 trilhão ao longo deste ano por conta da doença, o que é FALSO. De acordo com dados do Tesouro Transparente, plataforma de monitoramento de gastos do governo federal, foram despendidos até o mês de novembro R$ 470,8 bilhões. O valor não chega ao citado por Bolsonaro nem se considerarmos os valores previstos e ainda não executados: esses totalizam R$ 577,6 bilhões.
FONTEORIGEMREPETIDO 7 VEZES. Em 2020: 02.jul, 07.jul, 08.jul, 16.jul, 11.ago, 28.out, 16.nov.
“Você pega a prova do Pisa, a molecada da faixa etária dos 15 anos, na nona série, de 70 países, aproximadamente, nós somos últimos, penúltimos ou antepenúltimos em todos os quesitos.”
Bolsonaro se referia à última edição do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), realizada em 2018 com alunos de 79 países. É FALSO, no entanto, que o Brasil tenha ocupado as três últimas colocações no ranking mundial nas três competências avaliadas. O país alcançou a 58ª-60ª posição em Leitura (considerando a margem de erro da média de pontos), a 72ª-74ª em Matemática e a 66ª-68ª em Ciências.
LEIA MAISFONTEORIGEMREPETIDO 1 VEZ. Em 2020: 14.ago.
“O que a população tem reclamado, que chega ao meu conhecimento, obviamente, é que falta no Brasil uma forma de auditar os votos, para ter certeza de que quem você votou recebeu aquele voto.”
É FALSO que as urnas eletrônicas não permitam a auditagem de votos, como afirma o presidente. Em série que busca elucidar os principais boatos nas redes sobre urnas eletrônicas, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) explica que há diversos mecanismos nos equipamentos que possibilitam e fortalecem a auditagem, como o Registro Digital do Voto, o log da urna eletrônica, as auditorias pré e pós-eleição, a auditoria dos códigos-fonte, a lacração dos sistemas, a tabela de correspondência, o lacre físico das urnas, a identificação biométrica do eleitor, a auditoria da votação e a oficialização dos sistemas. O TSE ressalta, ainda, que os sistemas de votação podem ser requisitados para análise e verificação a qualquer momento e pelo período necessário para se realizar uma auditoria completa.
FONTEORIGEM“Em nenhum momento eu falo em eleições em 2022.”
A declaração é FALSA, porque, apesar de ter dito que não se importa com a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro já demonstrou mais de uma vez que tem, sim, interesse em se candidatar novamente em 2022, último ano de seu mandato atual. Em julho de 2019, disse que iria entregar um país "muito melhor a quem nos suceder em 2026". Pouco depois, em agosto, afirmou que entregaria um “Brasil melhor” em “2022 ou 2026”. Já em fevereiro deste ano, deu a entender que tentaria a reeleição “se tivermos clima para isso” e, em outra ocasião, disse que “a reeleição é algo natural, se você trabalhar, ela vem”. Em maio, Bolsonaro foi ainda mais enfático e disse que irá “sair em 1º de janeiro de 2027”. Quando ainda era candidato, em 2018, dizia ser a favor de uma reforma política que acabasse com a possibilidade de reeleição.
LEIA MAISFONTEORIGEM“O cara em algum país da África, o cara chegava com malária e com Covid. Tomava hidroxicloroquina. Se safava. Precisa ser muito inteligente para entender que serve para os dois?”
Ao defender o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro já citou em mais de uma ocasião o suposto sucesso de países do continente africano, em especial da África Subsaariana, no combate à doença. A declaração, no entanto, é INSUSTENTÁVEL, porque, além de não haver evidências de que a droga seja, de fato, eficaz no tratamento da Covid-19, há diversas teorias que explicam o baixo número de notificações no continente e nenhuma delas faz menção ao medicamento. Em artigo publicado no site The Conversation, a equipe de pesquisadores sobre Covid-19 da Academia Africana de Ciências afirma que um dos fatores que podem explicar o baixo número de mortes é a idade geral da população, muito mais baixa do que a registrada em países europeus, por exemplo, onde a expectativa de vida é mais alta. Outro ponto são os baixos índices de testagem, que levam a uma subnotificação de casos e mortes. Há, ainda, a hipótese de que parte da população do continente tenha simplesmente uma resposta imune melhor do que a do restante do mundo por fatores genéticos ou pela exposição anterior a outros patógenos.
FONTEORIGEMREPETIDO 4 VEZES. Em 2020: 19.out, 28.out, 04.nov, 11.nov.
“Tanto é que quem usou [hidroxicloroquina] no começo não foi ao hospital.”
A declaração de Bolsonaro é INSUSTENTÁVEL, porque não há dados ou estudos que comprovem que a aplicação do protocolo da hidroxicloroquina esteja, de fato, evitando mortes por Covid-19 no Brasil. Não há, até o momento, evidências científicas que apontem, inclusive, para a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da infecção. De acordo com artigo do Instituto Questão de Ciência, diversas linhas de pesquisa apontam que o uso do medicamento, combinada ou não ao antibiótico azitromicina, não traz melhoras no quadro clínico de pacientes e pode ser, inclusive, perigoso. Por mais que tenha se mostrado eficaz em uma primeira etapa de estudos clínicos conduzidos com células in vitro (em laboratório), a hidroxicloroquina fracassou nas etapas seguintes. O medicamento chegou a ser excluído de protocolos clínicos da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do governo americano por não apresentar benefícios visíveis no tratamento da infecção pelo novo coronavírus.
FONTEORIGEMREPETIDO 23 VEZES. Em 2020: 26.mar, 29.mar, 29.mar, 08.abr, 09.abr, 11.abr, 13.mai, 13.mai, 13.mai, 21.mai, 09.ago, 13.ago, 18.ago, 24.ago, 29.ago, 29.ago, 29.ago, 03.set, 16.set, 01.out, 08.out, 19.out, 29.out.
“Você critica, mas qual é a alternativa? [à hidroxicloroquina contra a Covid-19]”
A declaração de Bolsonaro é FALSA, porque vários outros medicamentos têm tido sua eficácia testada contra a Covid-19 além da hidroxicloroquina, a ivermectina e a nitazoxanida. Em seu site oficial, a OMS (Organização Mundial da Saúde) detalha as drogas estudadas atualmente por instituições científicas do mundo todo que integram os chamados Testes Clínicos de Solidariedade. Até a metade do mês de outubro, eram investigados os efeitos de imunomoduladores, anticorpos monoclonais e diversas drogas antivirais. A organização também já anunciou o fim definitivo dos testes com a hidroxicloroquina, que não havia apresentado benefícios verificáveis contra a Covid-19. Outros medicamentos que tiveram seus testes interrompidos foram o remdesivir, usado contra o ebola, os antirretrovirais lopinavir e ritonavir, que tratam o HIV, e o Interferon Beta 1-A, usado contra a esclerose múltipla. Fora dos testes da OMS, o corticóide dexametasona também tem tido seus efeitos estudados por pesquisadores da Universidade de Oxford. Há, ainda, pesquisas em andamento sobre a eficácia do uso do plasma sanguíneo de pacientes convalescentes.
FONTEORIGEMREPETIDO 14 VEZES. Em 2020: 23.mai, 23.mai, 04.jun, 07.jul, 07.jul, 16.jul, 01.ago, 01.ago, 03.set, 04.set, 15.out, 19.out, 28.out, 04.nov.
“Mas ninguém era obrigado a tomar, porque você não precisava de comprovação científica, não tem efeito colateral [a hidroxicloroquina].”
A declaração é FALSA, porque, diferentemente do que afirma o presidente, a hidroxicloroquina causa, sim, efeitos colaterais, mesmo quando prescrita por um médico. Segundo a bula do medicamento, estão entre as reações comuns (que acometem entre 1% e 10% dos pacientes) e muito comuns (que atingem mais de 10%) dor abdominal, náusea, perda de apetite, mudanças de humor, dores de cabeça, visão borrada, diarreia e vômito e erupções cutâneas. Em entrevista ao Aos Fatos, a médica e professora de infectologia da UnB (Universidade de Brasília) Valéria Paes Lima destacou, ainda, que a cloroquina tem efeitos colaterais como arritmia e problemas hepáticos.
LEIA MAISFONTEORIGEMREPETIDO 3 VEZES. Em 2020: 26.mar, 07.mai, 07.mai.
“Eles falaram até que proporcionava uma aceleração do coração, qual que é o nome aí? Arritmia. É questão, mês passado, a Sociedade Europeia de Cardiologia disse que a hidroxicloroquina não causa arritmia.”
Bolsonaro se refere a um estudo publicado no dia 25 de setembro no jornal científico EP Europace, da Sociedade Europeia de Cardiologia, que analisou o risco de arritmias letais em pacientes com Covid-19 tratados com baixa dosagem de hidroxicloroquina. Um total de 649 pacientes recebeu 200 mg da droga duas vezes ao dia por períodos de 7 e 14 dias, a depender do grupo para o qual foram sorteados. Nenhum deles foi submetido a tratamentos de mais de duas semanas, como o previsto em protocolo do Ministério da Saúde para tratar pacientes adultos em estado grave de Covid-19, por exemplo. Também é importante ressaltar que os pesquisadores não avaliaram a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, apenas seus potenciais efeitos colaterais cardíacos. Como a pesquisa considera apenas a segurança do medicamento em tratamentos de até 14 dias e não são levados em conta, por exemplo, o tratamento profilático ou o chamado "tratamento precoce", a declaração do presidente foi considerada IMPRECISA.
FONTEORIGEMREPETIDO 3 VEZES. Em 2020: 01.out, 08.out, 11.out.
“A imprensa falou que, quando eu comecei a tomar aqui [hidroxicloroquina], que eu tomei mesmo, né? Que eu fazia dois eletros por dia.”
Por mais que propagandeie o uso da hidroxicloroquina como a cura para a Covid-19 e afirme ter tomado o medicamento por orientação médica ao contrair a doença, Bolsonaro não apresentou receituário que comprove sua declaração. Como não há como checá-la, ela foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Aos Fatos chegou a requisitar o documento de prescrição por meio da Lei de Acesso à Informação, mas teve o pedido negado pela Secretaria de Comunicação, que alegou que "as informações individualizadas sobre o assunto dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas".
FONTEORIGEMREPETIDO 3 VEZES. Em 2020: 29.out, 11.nov, 11.nov.
“Até a vitamina D, foi uma decisão minha [zerar os impostos]. Que fui criticado, e depois, seis meses depois viram que a vitamina D ajudava a combater o vírus.”
O presidente — que de fato zerou os impostos de importação da vitamina D em 9 de abril — tem repetido que existe uma relação de causalidade entre a deficiência da vitamina e a gravidade da Covid-19, o que é IMPRECISO. De acordo com um estudo retrospectivo e observacional — quando os autores usam dados já registrados e buscaram estabelecer uma conexão entre eles — da Universidade de Chicago (EUA), há uma possível relação entre níveis baixos de vitamina D no organismo e a chance de contrair Covid-19; não é possível, no entanto, determinar que um fator é decorrente do outro. Para cravar uma relação de causalidade, seria necessário um estudo clínico randomizado controlado, no qual os pesquisadores observam variáveis e podem acompanhar a evolução dos resultados nos pacientes. Segundo o estudo de Chicago, "a deficiência de vitamina D pode ser uma consequência associada a um conjunto de condições de saúde e hábitos que plausivelmente aumentam o risco da Covid-19". Dentre os participantes da pesquisa, 71 (15%) testaram positivo para Covid-19. Considerando apenas os deficientes em vitamina D, a taxa foi de 19% (32 pessoas), enquanto que no grupo sem a deficiência, a incidência foi de 12%. Segundo o estudo, "a deficiência de vitamina D pode ser uma consequência associada a um conjunto de condições de saúde e hábitos que plausivelmente aumentam o risco da Covid-19".
FONTEORIGEMREPETIDO 5 VEZES. Em 2020: 12.set, 08.out, 04.nov, 05.nov, 05.nov.
“Alguém vota em Belo Horizonte aqui? Já tem candidato a prefeito? Se tem, eu não falo nada. (...) Não tem candidato. Se não tem, vou pedir para o Bruno Engler.”
A declaração é CONTRADITÓRIA, porque em pelo menos três ocasiões entre junho e agosto, o presidente disse que não iria apoiar nenhuma candidatura nas eleições municipais de 2020. No dia 2 de junho, por exemplo, Bolsonaro afirmou que teria "muito trabalho" em Brasília e, por isso, não iria entrar no assunto. No dia 28 de agosto, reforçou a posição em publicação no Twitter, dizendo que decidiu "não participar, no 1° turno, nas eleições para prefeitos em todo o Brasil" porque tem "muito trabalho na presidência e, tal atividade, tomaria todo meu tempo num momento de pandemia e retomada da nossa economia".
FONTEORIGEMREPETIDO 15 VEZES. Em 2020: 01.out, 01.out, 01.out, 22.out, 28.out, 28.out, 29.out, 30.out, 30.out, 04.nov, 05.nov, 07.nov, 07.nov, 09.nov, 11.nov.
“E vai ajudar a mostrar, para quem vem de fora, que a bacia amazônica não pega fogo.”
Em diversas ocasiões, o presidente já afirmou que, por ser úmida, a Floresta Amazônica não poderia ser incendiada. Nessa declaração, ele mais uma vez sugere esse tipo de correlação, que é FALSA. Por mais que seja, de fato, ultraúmida, a Amazônia pode, sim, entrar em combustão, mas apenas por meio da ação humana. Dados da ONG Ipam e da Nasa, agência espacial americana, indicam que os focos de incêndio que atingiram a região em 2019 aconteceram em áreas previamente desmatadas. Essa seria, segundo a bióloga Erika Berenguer, a única forma de incendiar a floresta. No processo de desmatamento, a vegetação é derrubada, colocada ao sol para secar e, então, queimada para a limpeza da área.
FONTEORIGEMREPETIDO 11 VEZES. Em 2020: 09.mar, 10.mar, 16.jul, 23.jul, 11.ago, 03.set, 22.set, 08.out, 11.out, 21.out, 22.out.
“Porque eu dizia lá atrás que temos dois problemas, o vírus e o desemprego, e devemos cuidar dos dois de forma simultânea e com a mesma responsabilidade.”
O discurso de Bolsonaro sobre a pandemia realmente foi, desde o começo, que o coronavírus traria dois problemas ao Brasil, um econômico e um de saúde pública. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, Aos Fatos encontrou declarações do tipo ao menos desde o dia 15 de março, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, não tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início da pandemia no país, ele tem minimizado os efeitos da Covid-19. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer, em discurso realizado no dia 18 de setembro, que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. Durante a pandemia, o presidente também desrespeitou recomendações sanitárias ao causar aglomerações e circular sem equipamento de proteção. A declaração, portanto, é FALSA.
FONTEORIGEMREPETIDO 18 VEZES. Em 2020: 20.abr, 29.abr, 04.mai, 07.mai, 21.mai, 22.mai, 03.set, 10.set, 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 16.nov, 17.nov.
“Foi tremendamente injustiçada pela Folha de S.Paulo. E quando ela tava dentro da sua loja, que a Folha fez a matéria, ela tava de férias segundo o boletim administrativo da Câmara dos Deputados. Então a Wal, a Wal lá de Angra dos Reis.”
Bolsonaro repete uma narrativa FALSA usada por ele durante a campanha eleitoral para desmentir uma denúncia feita em 2018 pela Folha de S.Paulo, que encontrou uma de suas funcionárias de gabinete, Walderice dos Santos, vendendo açaí em Angra dos Reis. Segundo o presidente, ela estaria de férias quando a reportagem a abordou e, portanto, não haveria nenhuma infração. De fato, na primeira vez que a Folha de S.Paulo encontrou Walderice em Angra, ela estava de férias, conforme consta no boletim administrativo da Câmara dos Deputados. Bolsonaro, no entanto, omite que o jornal encontrou a funcionária vendendo açaí também em agosto daquele ano, quando ela já teria que ter voltado das férias, e que a própria Walderice afirmou ser uma funcionária fantasma que trabalhava na loja de açaí todas as tardes.
LEIA MAISFONTEORIGEMREPETIDO 7 VEZES. Em 2019: 03.fev, 31.out. Em 2020: 16.jan, 16.mar, 05.nov, 05.nov, 09.nov.
“O Brasil é o país, no lado da economia, foi um dos que melhor se saiu durante a pandemia. ”
É IMPRECISO afirmar que o Brasil foi um dos países que melhor se saiu em termos econômicos durante a pandemia de Covid-19. Com uma retração do PIB de 9,7% no segundo trimestre do ano em comparação com o primeiro, o país ficou em 22º lugar em ranking que considera a variação do indicador entre os dois trimestres de 53 nações. Feito pela agência de riscos Austin Ratings com base em dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o levantamento mostra que a queda do PIB brasileiro foi maior que a de países como Coreia do Sul (-3,3%), Nigéria (-5%), Dinamarca (-7,4%), Suécia (-8,6%) e EUA (-9,5%), por exemplo. Por outro lado, o Brasil foi o país da América Latina mais bem colocado no ranking, seguido pelo Chile (-13,2%).
FONTEORIGEMREPETIDO 3 VEZES. Em 2020: 07.out, 19.out, 22.out.
“Nós não podemos, como no passado, nos endividar, durante cinco meses, quase R$ 50 bi por mês [de auxílio emergencial].”
Como o governo federal não divulga os dados de gasto mensal com o auxílio emergencial, apenas os valores acumulados, só é possível fazer uma estimativa dividindo os gastos totais com o benefício pelo número de meses em que ele foi pago. Desde o início do pagamento da primeira parcela, em 9 de abril, até o fim de setembro, foram despendidos, de acordo com o levantamento do Tesouro Transparente, R$ 236,9 bilhões. Dividindo o valor pelo período de seis meses em que o benefício foi pago, chega-se à soma de R$ 39,3 bilhões, 22% menor do que a informada pelo presidente. Isso torna a declaração EXAGERADA.
FONTEORIGEMREPETIDO 7 VEZES. Em 2020: 19.out, 22.out, 28.out, 28.out, 04.nov, 07.nov, 16.nov.
“Eu tomei a hidroxicloroquina na fase inicial.”
Por mais que propagandeie o uso da hidroxicloroquina como a cura para a Covid-19 e afirme ter tomado o medicamento por orientação médica ao contrair a doença, Bolsonaro não apresentou receituário que comprove sua declaração. Como não há como checá-la, ela foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Aos Fatos chegou a requisitar o documento de prescrição por meio da Lei de Acesso à Informação, mas teve o pedido negado pela Secretaria de Comunicação, que alegou que "as informações individualizadas sobre o assunto dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas".
FONTEORIGEMREPETIDO 3 VEZES. Em 2020: 29.out, 11.nov, 16.nov.
“Conversei com muita gente. Por exemplo, alguns países da África. O elemento chegava lá, o cidadão, com malária e Covid e tomava a hidroxicloroquina. E se curava. Qual é o raciocínio? (...) De uma forma ou de outra, diminui a carga viral do organismo e ajuda a pessoa a se curar.”
Ao defender o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro já citou em mais de uma ocasião o suposto sucesso de países do continente africano, em especial da África Subsaariana, no combate à doença. A declaração, no entanto, é INSUSTENTÁVEL, porque, além de não haver evidências de que a droga seja, de fato, eficaz no tratamento da Covid-19, há diversas teorias que explicam o baixo número de notificações no continente e nenhuma delas faz menção ao medicamento. Em artigo publicado no site The Conversation, a equipe de pesquisadores sobre Covid-19 da Academia Africana de Ciências afirma que um dos fatores que podem explicar o baixo número de mortes é a idade geral da população, muito mais baixa do que a registrada em países europeus, por exemplo, onde a expectativa de vida é mais alta. Outro ponto são os baixos índices de testagem, que levam a uma subnotificação de casos e mortes. Há, ainda, a hipótese de que parte da população do continente tenha simplesmente uma resposta imune melhor do que a do restante do mundo por fatores genéticos ou pela exposição anterior a outros patógenos.
FONTEORIGEMREPETIDO 4 VEZES. Em 2020: 19.out, 28.out, 04.nov, 16.nov.
“Nós sempre falamos: [hidroxicloroquina] não tem comprovação científica para o combate à Covid.”
O presidente se referia ao tratamento contra a Covid-19 com drogas como o antimalárico hidroxicloroquina. Apesar de os efeitos benéficos desse medicamento não terem sido, de fato, comprovados, a declaração foi considerada CONTRADITÓRIA, porque Bolsonaro tem afirmado sistematicamente durante todo o curso da pandemia que há drogas capazes de curar a doença provocada pelo novo coronavírus. Isso se mostra patente nas insistentes defesas à hidroxicloroquina, que começou a ser estudada em março contra a doença, mas que, por não ter apresentado resultados positivos, foi removida de protocolos científicos conduzidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo governo americano, por exemplo. Apesar disso, Bolsonaro tem afirmado com recorrência que o medicamento é eficiente. "Não tem comprovação científica, mas salvaram muitas vidas", alegou em discurso no dia 24 de agosto. De acordo com levantamento do Aos Fatos, o presidente repetiu afirmações como essa ao menos 16 vezes desde o mês de março.
LEIA MAISFONTEORIGEMREPETIDO 15 VEZES. Em 2020: 07.mai, 13.mai, 21.mai, 22.mai, 22.mai, 22.mai, 02.jun, 09.jun, 07.jul, 15.jul, 24.ago, 03.set, 04.set, 28.out, 04.nov.
“Eu desconheço qualquer pessoa que tenha tomado esses três medicamentos [hidroxicloroquina, ivermectina e nitazoxanida] no início do seu problema que ele tenha agravado a sua situação de saúde. Isso não aconteceu.”
A declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL, porque não há evidências científicas de que qualquer uma das três drogas citadas seja eficaz no combate ao novo coronavírus. Apesar de terem demonstrado inicialmente resultados favoráveis em experiências com células in vitro (em laboratório), os medicamentos ainda não tiveram a mesma resposta em testes clínicos (com humanos). A hidroxicloroquina, por exemplo, já foi removida de protocolos científicos conduzidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo governo americano. A ivermectina, testada por pesquisadores australianos, só se mostrou eficaz contra o coronavírus se usada em uma concentração considerada neurotóxica a seres humanos. Já a nitazoxanida (comercialmente conhecida como Annita) foi submetida a um estudo de universidades brasileiras em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia que mostrou que, apesar de reduzir a concentração de vírus no corpo do paciente, a droga não elimina sintomas da Covid-19.
FONTEORIGEMREPETIDO 2 VEZES. Em 2020: 26.out, 28.out.
“O médico conversou comigo, olhou e rapidamente eu tomei a hidroxicloroquina e no dia seguinte eu tava bom.”
Por mais que propagandeie o uso da hidroxicloroquina como a cura para a Covid-19 e afirme ter tomado o medicamento por orientação médica ao contrair a doença, Bolsonaro não apresentou receituário que comprove sua declaração. Como não há como checá-la, ela foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Aos Fatos chegou a requisitar o documento de prescrição por meio da Lei de Acesso à Informação, mas teve o pedido negado pela Secretaria de Comunicação, que alegou que "as informações individualizadas sobre o assunto dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas".
FONTEORIGEMREPETIDO 3 VEZES. Em 2020: 29.out, 11.nov, 16.nov.
“Eu gostaria de estar fazendo campanha no Brasil para alguns candidatos, mas fisicamente.”
A declaração é CONTRADITÓRIA, porque em pelo menos três ocasiões entre junho e agosto, o presidente disse que não iria apoiar nenhuma candidatura nas eleições municipais de 2020. No dia 2 de junho, por exemplo, Bolsonaro afirmou que teria "muito trabalho" em Brasília e, por isso, não iria entrar no assunto. No dia 28 de agosto, reforçou a posição em publicação no Twitter, dizendo que decidiu "não participar, no 1° turno, nas eleições para prefeitos em todo o Brasil" porque tem "muito trabalho na presidência e, tal atividade, tomaria todo meu tempo num momento de pandemia e retomada da nossa economia".
FONTEORIGEMREPETIDO 15 VEZES. Em 2020: 01.out, 01.out, 01.out, 22.out, 28.out, 28.out, 29.out, 30.out, 30.out, 04.nov, 05.nov, 07.nov, 07.nov, 09.nov, 13.nov.
“Eu tenho uma recordação da Baía de Angra, uma multa de 10 mil reais, em um dia que não estava lá. ”
Em 25 de janeiro de 2012, Bolsonaro foi autuado por um fiscal do Ibama pela prática de pesca na Estação Ecológica de Tamoios, em Angra dos Reis. No momento da aplicação da multa, o funcionário do órgão ambiental tirou uma foto do então deputado federal para comprovar sua presença em local proibido. A declaração, portanto, é FALSA. Vale ressaltar que no dia em que a conduta foi flagrada, em 25 de janeiro, a Câmara estava em recesso parlamentar.
FONTEORIGEMREPETIDO 13 VEZES. Em 2019: 11.jun, 30.ago, 31.out, 23.nov, 26.nov, 19.dez, 20.dez. Em 2020: 06.fev, 20.fev, 05.mai, 05.mai, 22.mai, 13.ago.
“E tem um cartão corporativo, meu particular. De novo, 26 mil por mês que eu posso gastar onde quiser. Se eu quiser pegar o cartão, sacar os 26 mil e comprar em cerveja, eu compro cerveja. ”
É FALSO que o presidente pode usar como quiser um cartão corporativo. Em nota enviada ao Aos Fatos, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que o CPGF (Cartão de Pagamento do Governo Federal), que é usado para cobrir, entre outras despesas, gastos da Presidência, tem regras: segundo o órgão, o limite de movimentação de fundos por meio do cartão definido pela lei nº 8666/1993 é de R$ 17.600 para compras e serviços e R$ 33.000 para obras e serviços de engenharia. A pasta disse ainda que é permitido fazer saques com o CPGF, mas que deve ser apresentada justificativa, conforme especificado na Macrofunção SIAFI 021121. “O saque é realizado em casos excepcionais, quando não é oportuna ou conveniente a execução do gasto por meio da função crédito do CPGF”. O manual da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre o uso do CPGF também cita a obrigação de justificar o valor estabelecido para saque.
LEIA MAISORIGEMREPETIDO 2 VEZES. Em 2020: 22.mai, 28.mai.
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