quarta-feira, 22 de maio de 2013
POTÉ - MG - BRASIL ***
A HISTÓRIA DA CIDADE DE POTÉ
Durante cerca de 35 anos desde a fundação, no auge da produção do café, a economia da cidade girou em torno de sua exportação através da Ferrovia Bahia-Minas, que passava pelos distritos de Valão e Sucanga.
- Fundação: 17 de dezembro de 1938 (74 anos)
( - Criação do Vilarejo: 1897 )
A história da cidade está diretamente ligada com a história de Minas Gerais. Antes de sua fundação em 1938, índios potenis, de origem tupi*, e outros, descendentes de botocudos, habitavam essa terra. Os potenis eram índios amistosos de boas relações com habitantes de cidades e vilas vizinhas. Sobreviviam através da agricultura, e também da caça e da pesca, mas mantinham rivalidades com tribos de índios botocudos (que eram selvagens e viviam da guerra), como os karacatãs, paranãs e mandassaís. O cacique dos potenis ao tempo da colonização, era chamado de "Poté", herdando o nome do Ribeirão que passa próximo à cidade. "Poté", em tupi, pode significar abelha negra (que inclusive está representada na bandeira do município), ou caramujo de água doce (origem mais provável para o nome do rio, já que àquele tempo era muito comum encontrar às margens do Ribeirão Poté, uma espécie bem peculiar de caramujo negro).
O cacique dos potenis foi apelidado de 'Capitão Poté' por Teóphilo Benedicto Ottoni, fundador da cidade vizinha de mesmo nome, com quem mantinha cordiais relações. O povoado indígena foi fundado em 1897, pelo índio Poté, considerado por historiadores como um líder regional, com habilidades de intermediação e relacionamento entre os potenis e outras tribos rivais, e também entre índios e brancos.
Erradamente costuma-se associar os índios potenis aos botocudos (informação veiculada pela Prefeitura Municipal de Poté).
Inicialmente viveram grandes proprietários de terras nessa região, como Antônio Gomes Leal - membro das expedições de Teófilo Otoni pelo Vale do Mucuri - e sua família, considerada a primeira a se estabelecer no território do atual município, cerca de 20 anos antes das demais famílias. Àquele tempo, o engenheiro Victor Renault, a serviço do Império, relatou ter observado que indígenas trabalhavam na fazenda da família de Antônio Gomes Leal. Percebeu-se que eram índios amistosos e facilmente domesticados, não podendo tratar-se de botocudos (extremamente selvagens). A origem dos nomes desses índios, como "Poté", "Sucanga" e "Ecaporanga" (estas duas últimas, as filhas do "Capitão" Poté) está no dialeto tupi. Na verdade, os potenis, fundadores do povoado, eram mesmo de origem tupi. Seus rivais karacatãs, paranãs e mandassaís, eram botocudos, predominantes na região. Mas uma tribo tupi aqui se instalou (não se sabe a que tempo e em que circunstâncias), dando origem à tribo dos potenis.
Mais tarde, os índios da região (inclusive os potenis) foram deslocados para Itambacuri, onde Frei Serafim de Gorízia e Frei Ângelo de Sassoferrato iniciaram o processo de catequização. Os dois religiosos foram enviados pelo Vaticano, a pedido de D. Pedro II, pois tribos botocudas dificultavam a exploração de pedras preciosas.
A partir daí mais famílias vieram a se instalar no vilarejo. Aos poucos cresceu o que viria a ser um distrito da cidade de Teófilo Otoni. O primeiro jornal ("O POTÉ", que circulou até 1929), foi criado por Lafayette Freire (escrivão do distrito), antes mesmo da fundação do município.
Quando foi criado o município, em 17 de dezembro de 1938, este passou a abranger os distritos de Ladainha (que posteriormente tornou-se uma cidade vizinha), Valão e Sucanga (que ainda são distritos do município de Poté). O primeiro prefeito da recém-criada cidade de Poté foi Arthur Rauch.
Durante cerca de 35 anos desde a fundação, no auge da produção do café, a economia da cidade girou em torno de sua exportação através da Ferrovia Bahia-Minas, que passava pelos distritos de Valão e Sucanga.
Há cerca de trinta anos, foi encontrado no município de Poté partes de uma ossada de uma espécie de bicho-preguiça gigante pré-histórico. O fato ganhou repercussão nacional, tornando o município alvo de pesquisadores e arqueólogos, no entanto, nenhum outro material relevante foi encontrado.
Hoje a cidade é um recanto de belezas naturais, que cativam e encantam a todos que conhecem seu rico e fértil solo. O município possui grande potencial de calcário, infelizmente não eficientemente explorado. A riqueza da região em metais preciosos foi também registrada, através de suas jazidas minerais de água-marinha, topázio, berilo, dentre outros.
Um monumento do Senhor Bom Jesus de Poté (padroeiro da cidade) de cerca de 17 metros, no alto do chamado "Morro do Cemitério" ou "Morro do Cruzeiro", pode ser visto de qualquer lugar do Centro ou dos bairros mais próximos da cidade. Há ainda um monumento em homenagem à população indígena (que habitou esse território e deu origem à cidade), no bairro Jardim Alvorada, mais precisamente no entrocamento entre as rodovias que ligam Poté a Ladainha e Poté a Teófilo Otoni. Mas há um erro histórico: O índio guerreiro representado reúne todas as características de um índio guerreiro botocudo, quando na verdade os índios habitantes da região eram potenis de origem tupi, inimigos históricos dos botocudos.
Tradicionalmente as festas em Honra ao padroeiro da cidade, o Senhor Bom Jesus de Poté, e também a Festa Cultural de Poté, ocorrem na primeira metade do mês de Setembro, reunindo pessoas das mais diversas regiões do país.
Baltazar Viana de Topázio MG
Nossa quanto tempo faz que sai desse lugar que saudade.um dia eu vou voltar a este lugar.
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