Paulo Figueiredo Filho se apresenta como “empresário e jornalista” e é neto do general João Baptista Figueiredo, o último general a ocupar a presidência do Brasil no regime militar que declarava ‘preferir o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo”. Paulo Figueiredo é investigado por corrupção e já foi preso.
Ele virou notícia hoje após defender o blogueiro disseminador de fake news Allan dos Santos em seu programa na Jovem Pan.
Reportagem publicada no DCM em outubro descreve assim o novo ‘herói’:
Amigo pessoal e ex-sócio do presidente americano Donald Trump e seguidor de Olavo de Carvalho, Paulo Figueiredo Filho, que esteve foragido da Justiça brasileira durante boa parte do ano passado, é um dos principais implicados na chamada Operação Circus Máximus, do Ministério Público Federal, acusado de um esquema de corrupção de diretores do Banco de Brasília (BRB).
Entre os delitos contra o sistema financeiro atribuídos a Figueiredo Filho, o MPF destacou o pagamento de propinas, num total de R$ 20 milhões, aos dirigentes do BRB em troca de investimentos de recursos de fundos de pensão no Trump Hotel, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no valor de US$ 120 milhões, tocado por investidores brasileiros abrigados na LSH Barra Empreendimentos Imobiliários (entre eles, Figueiredo Filho), que seria operado pelo grupo do presidente americano.
Como não é bobo, nem nada, o velho Donald sentiu o cheiro de queimado e se desligou do projeto antes de estourar o escândalo.
Deflagrada em janeiro de 2019, a Circus Maximus expediu um pedido de prisão de Figueiredo Filho, que à época já residia em Miami, onde se encontra até hoje.
Foragido, o cidadão de bem bolsonarista só foi preso no fim de julho do mesmo ano pelas autoridades americanas por que havia uma alerta da Interpol em seu nome.
No entanto, ele ficou menos de três meses atrás das grades: no dia 22 de outubro, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares.
Não por acaso, a capivara cabeluda do neto de Figueiredo, que já ocupou postos de destaque em entidades empresariais, como uma diretoria do Instituto Liberal, do Rio de Janeiro, e trabalhou na Secretaria de Turismo carioca na gestão do prefeito Eduardo Paes, parece não ter afetado seu livre trânsito nas hostes bolsonaristas.
Ao contrário: Figueiredo Filho foi uma das principais atrações do seminário virtual “A conjuntura internacional no pós-coronavirus”, promovido pela Fundação Alexandre de Gusmão, na primeira semana de setembro passado, em que falou sobre a “Ascensão e queda da China”, uma xaropada insossa e claudicante, com a qual pretendeu mostrar como os Estados Unidos, sob um segundo governo Trump, colocarão o país do presidente Xi Jinping no seu devido lugar.
Bolsotrumpista raiz, o ex-foragido não deixou de identificar os culpados pela indesejada transformação na China numa superpotência: o Partido Democrata, que recentemente ele batizou de “Partido terrorista” e, é claro, o ex-presidente Barack Obama, que teria sido incapaz de reagir ao “alerta vermelho” representado pelo crescimento excepcional da China e não agiu para impedi-la de atingir o patamar econômico e bélico atual.
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