quarta-feira, 31 de março de 2021

Há 14 dias na onda roxa, comerciantes em Valadares beiram a falência

Há 14 dias na onda roxa, comerciantes em Valadares beiram a falência

por Eduardo Lima  

 As restrições da onda roxa já duram quase 15 dias em Governador Valadares. Os efeitos na economia são piores do que em 2020. O decreto é valido para todo o estado até domingo, dia 4. Porém, se os números da doença não caírem, o Governo pode estender a onda roxa por mais uma semana. Em Valadares, empresários, lojistas e pequenos comerciantes temem a falência.

As medidas da onda roxa são as mais restritivas do Plano Minas Consciente, permitindo apenas o funcionamento dos serviços essenciais, além de imporem toque de recolher das 20 horas às 5 horas em todas as cidades. Representantes da área da saúde acreditam que as medidas foram necessárias, já que houve um agravamento da pandemia de covid-19 em Minas Gerais.

Empresários discordam das medidas e acreditam que, com nova paralisação das atividades, haverá aumento no fechamento definitivo de empresas e alta no número de desempregados.

Bares e restaurantes


Um dos setores impactados com as restrições da onda roxa é o de restaurantes. De acordo com alguns proprietários desses estabelecimentos em Valadares, as modalidades delivery e entrega no balcão não suprem as necessidades no momento e o prejuízo é certo.

Para o representante dos proprietários de bares e restaurantes de Governador Valadares, Marcelo Schlaucher, a situação deverá ficar ainda pior se a cidade continuar na onda roxa. “Tem alguns setores que estão passando por muita dificuldade. Algumas empresas, infelizmente, deverão demitir seus funcionários. A gente tá vivendo um caos na saúde e na economia; tem pessoas morrendo e não tem mais vagas nos hospitais da cidade. E para nós também tá difícil. A gente não sabe o que pode acontecer nos próximos dias. O governo tá com a ideia de esticar essa onda roxa. O delivery, querendo ou não, é uma saída, mas para quem já tinha esse serviço. Como se faz um delivery para quem tem bar?”, questiona.

Em Valadares, restaurantes e bares trabalham só com delivery e retirada no balcão. Foto: Juninho Nogueira

“Meu restaurante muito provavelmente não suporta mais 10 dias assim”, diz dono de estabelecimento na avenida Minas Gerais

Em 2020, Cristiano Ramos, proprietário de um restaurante e churrascaria localizado na avenida Minas Gerais, estava conseguindo manter as despesas, mesmos com as restrições do programa Minas Consciente. Em 2021, os efeitos da pandemia estão sendo piores, e com o decreto da onda roxa, o empresário conta que as vendas caíram 90%. Com isso, a única alternativa foi demitir funcionários.

“Fiquei com uma cozinheira apenas. Ainda assim não pago luz, aluguel e acerto dos que foram demitimos. Sou proprietário de outra loja no mergulhão que é essencial e não fechou. Mas está sendo altamente afetada, porque não tem carros na rua, ninguém está saindo ou viajando”, contou.

Situação semelhante à do comerciante Rui Maurício, dono de uma loja na rua Israel Pinheiro, no Centro. Rui conta que a loja tem mais de 50 anos e nunca passou por uma crise tão longa. “Tenho falado que promover uma interrupção do comércio, assim como foi em março do ano passado por 10 dias, para experimentar a efetividade de um lockdown, não ajuda em nada. Passou um ano, o lockdown no comércio não ajuda em nada. Para se ter uma ideia, São Paulo bateu o recorde de mil e duzentas mortes por dia mesmo com o lockdown. Tem famílias desesperadas, vendedores desesperados. Os governos públicos, estaduais e municipais querem impedir inconstitucionalmente as pessoas de trabalhar. Infelizmente, muitas empresas não têm como pagar salário”, afirmou.

Rui criticou as medidas restritivas da onda roxa

Com a crise, Rui teve de demitir mais da metade dos funcionários de sua loja. Segundo ele, essa situação será ainda pior para os pequenos negócios. “Muitas irão fechar imediatamente no dia 05/04. Pequenas empresas não têm capital de giro para pagar sem vender. Vendem hoje para pagar as contas de ontem. Outras vendem o almoço para pagar o jantar. O lockdown é o verdadeiro genocídio de uma cidade”, afirmou.

Associação Comercial de Valadares cobra ações do governo

Desde o início da pandemia a Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACEGV) tem buscado diálogo com o governo estadual para os comerciante não sofrerem mais prejuízos na pandemia. Segundo Jackson Lemos, presidente da ACEGV, as atividades empresariais seguem inúmeros protocolos e não deveriam sofrer com restrições pesadas.

“É com muita preocupação que analisamos o atual cenário e recebemos as determinações que impactam diretamente nas atividades econômicas. Esclarecemos para toda a comunidade que, desde o início da pandemia, nossos comerciantes têm trabalhado, em quase toda a sua totalidade, cumprindo as medidas sanitárias e os protocolos de segurança que têm como objetivo salvar vidas”, afirma.

Na tarde desta segunda-feira (29), Jackson participou de uma reunião online com governador Romeu Zema (Novo) e cobrou vacinação em massa e mais insumos hospitalares para as cidades em colapso na pandemia. “As Associações Comerciais colocaram a preocupação e pediram que o Estado busque soluções mais rápidas e assertivas para a diminuição do contágio. Precisamos de vacinação em massa, garantia de leitos e insumos hospitalares, além da fiscalização mais ostensiva para coibir encontros, eventos/reuniões em chácaras ou propriedades rurais, festas particulares e deslocamento em massa para áreas turísticas”, disse.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Governador Valadares (CDL-GV), Rogers de Marco, também se pronunciou sobre os impactos da pandemia no ramo lojista. “Os impactos econômicos são imensos, principalmente para as atividades consideradas não essenciais. Prezamos pela vida, mas precisamos de medidas mais eficazes que preservem também a economia local. Diante dos resultados dos boletins epidemiológicos, percebemos que não houve nenhuma redução da contaminação e óbitos, provando mais uma vez que o comércio não é o causador desses impactos, e sim a indisciplina da população, que insiste em se aglomerar em festas particulares, ônibus lotados e filas em bancos. O lojista tem cumprido seu papel com responsabilidade, e não pode mais pagar a conta”, concluiu.

Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) compreende a necessidade das medidas mais restritivas, mas ressalta que tão importantes como o controle da pandemia são as medidas para ajudar os empresários, que a cada dia acumulam mais prejuízos. “Os empresários não conseguem mais arcar com as obrigações financeiras sem o apoio governamental e união das esferas federal, estadual e municipais. Por isso é preciso adotar medidas financeiras, como prorrogação e revisão das taxas de empréstimos, além da votação da emenda constitucional que permite a volta do programa de suspensão de contratos e redução de salário e jornada”, informou em nota.



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Montes Claros – PM apreende grande quantidade de entorpecentes e prende pessoas envolvidas com o tráfico de drogas

31/03/2021


Policiais militares receberam informações de que um homem de 21 anos, suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, teria viajado até a cidade de Uberlândia, na última sexta-feira (26/03), para negociar grande quantidade de drogas e que estaria retornando à  Montes Claros em um ônibus intermunicipal no sábado (27/03). Foi montada então uma operação de cerco-bloqueio que resultou na abordagem do suspeito na BR-365, no bairro São Geraldo II. 


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No Brasil, traficar até 500kg de cocaína, não dá nada. Não deu, por exemplo, no caso do helicóptero do ...
12 de jun. de 2018 · Vídeo enviado por Jornal da Gazeta



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PF prende 3 suspeitos de levar cocaína em helicóptero de ...

 


 
Com o suspeito, nada de ilícito foi localizado, mas ele confessou que teria deslocado até  Uberlândia para fazer o pagamento de um carregamento de drogas no valor de R$ 100.000,00, mas que a droga foi transportada em um veículo particular. Com o desenrolar de várias diligências, os militares chegaram até uma residência localizada na rua Nilo Peçanha, bairro Vera Cruz, onde, segundo o abordado, seria o local onde ele havia pegado o dinheiro para fazer o pagamento da droga e também onde ela seria armazenada.
 
No local, havia várias pessoas, as quais tentaram fugir da abordagem policial, sendo seis delas presas no local (cinco homens com idades entre 22 e 31 anos e uma mulher de 27). Um veículo Fiat Mobi de cor branca, que estava estacionado em frente à residência, saiu em alta velocidade, sendo perseguido pelas equipes policiais e abordado na avenida  Antônio Lafetá Rebelo. No interior do veículo havia dois homens, de 29 e 31 anos, e uma mulher de 20.


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Avião presidencial com 39kg de cocaína viraliza memes na web ... viraliza na web e coloca o assunto ...
26 de jun. de 2019 · Vídeo enviado por Catraca Livre





 
Durante buscas no interior do veículo, policiais localizaram a quantia de R$ 322,00 em dinheiro, dois aparelhos celulares, que antes foram quebrados pelos abordados a fim de destruírem quaisquer provas contra eles, dois aparelhos celulares intactos, além de um extrato bancário da Caixa Econômica Federal com mais de cem mil reais em movimentações financeiras em poucos dias. 
 
Já na residência apontada pelo abordado no ônibus, os policiais militares apreenderam 30 buchas de substâncias semelhantes a maconha e a quantia de R$ 1.777,00 em dinheiro. Como a droga e o dinheiro, apreendido até aquele momento, não correspondia ao valor informado pelo primeiro abordado no ônibus, foi montada uma operação envolvendo diversas equipes com o intuito de localizar a carga. 
 
A partir de várias informações levantadas, no último domingo (28) os militares chegaram até uma residência na rua Espanha, bairro Independência. Foi visto por um militar que estava posicionado em cima do muro, alguns tabletes de substância semelhante a maconha, na sala da residência. Ao perceberem a presença das equipes, dois homens que estariam no local saíram correndo, pulando vários muros de residências vizinhas, não sendo localizados. 
 
Ao entrarem no imóvel e realizarem buscas, as equipes localizaram 21 barras de substâncias semelhantes a cocaína; duas máquinas de passar cartão de crédito/débito; uma balança de precisão; um saco plástico contendo um pó branco semelhante a cocaína e dentro de um veículo Fiat Palio, de cor vermelha, que estava estacionado na garagem, foram encontrados dois tabletes de substância semelhante a maconha. 
 
Uma equipe da ronda ostensiva com cães (Rocca) foi acionada e os semoventes foram aplicados. Os cães localizaram mais 21 barras de substâncias semelhantes a maconha, quatro tabletes menores da mesma substância, além de três pedras brutas de substância semelhante ao crack, substâncias essas que se encontravam em vários pontos do imóvel. O veículo Fiat Palio foi apreendido e removido ao pátio.

Autor: Assessoria Comunicação Organizacional 11ª RPM


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Time do Tocantins anuncia contratação do goleiro Bruno

Goleiro Bruno foi anunciado pelo Araguacema - Divulgação/Araguacema

Goleiro Bruno foi anunciado pelo Araguacema

Imagem: Divulgação/Araguacema

Do UOL, em São Paulo

 

31/03/2021 09h52

O Araguacema, clube da 1ª divisão do Campeonato Tocantinense, anunciou a contratação do goleiro Bruno, ex-Flamengo.

 

"É meu povo. Está chegando reforço na altura. Seja bem-vindo", escreveu a equipe em publicação no Instagram.

Há duas semanas, Bruno chegou a ser anunciado como reforço do Esporte Clube Atlético Carioca, de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para a disputa da Série C do Campeonato Carioca, equivalente à quinta divisão. Porém, dias depois, a equipe divulgou que a negociação estava encerrada.

 

O goleiro Bruno, que passou oito anos e dez meses preso pelo assassinato de Eliza Samudio, está com 36 anos e, no ano passado, vestiu a camisa do Rio Branco, do Acre, time pelo qual disputou a Série D do Campeonato Brasileiro, a Copa Verde e o Estadual. Ele fez 18 jogos e marcou um gol.


https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/03/31/araguacema-contratacao-goleiro-bruno.htm


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Irmão do presidente de Honduras é condenado nos EUA à prisão perpétua por narcotráfico

 

AFP

30/03/2021 21:41 - atualizado 30/03/2021 21:43

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Manifestantes com máscaras de Juan Antonio "Tony" Hernández e de Juan Orlando Hernández, presidente de Honduras, celebram do lado de fora de tribunal de Nova York Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

 

O irmão do presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, foi condenado nesta terça-feira (30) à prisão perpétua por um juiz de Nova York por tráfico de drogas em larga escala.

  

Tony Hernández, de 42 anos, foi declarado culpado em outubro de 2019 após um julgamento no qual os promotores americanos disseram que o chefe de Estado hondurenho havia conspirado para o narcotráfico, uma acusação que o presidente do país centro-americano nega.

Ele respondia a acusações de tráfico de cocaína aos Estados Unidos, falso testemunho e posse de armas de fogo.

 

O juiz Kevin Castel declarou que a sentença de prisão perpétua para Tony Hernández, que foi detido em um aeroporto de Miami em novembro de 2018, foi "bem merecida".

 

Os promotores do distrito sul de Nova York garantiram em seu processo que o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, era um parceiro fundamental de seu irmão Tony, embora ele não tenha sido acusado.

 

Os promotores exigiram prisão perpétua, ressaltando que Hernández "não demonstrou nenhum remorso", enquanto a defesa pediu a pena mínima obrigatória de 40 anos.

 

Em Honduras, a família do condenado clamou por sua inocência.

 

"Juan Antonio Hernández é inocente e diante de uma decisão absolutamente injusta e desumana, decidiu recorrer à apelação", disseram seus familiares em um comunicado divulgado pela Presidência.

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- "Com total impunidade" -

 

"O acusado era um congressista hondurenho que, junto ao seu irmão Juan Orlando Hernández, desempenhou um papel de liderança em uma violenta conspiração de tráfico de drogas patrocinada pelo Estado", escreveram os promotores ao juiz antes da sentença.

 

Tony Hernández atuou "com total impunidade" graças à proteção de seu irmão e contribuiu para a "putrefação" das instituições hondurenhas, afirmou também a promotoria durante o julgamento.

 

Uma testemunha da acusação, o ex-traficante de drogas e ex-prefeito hondurenho Alexander Ardón, testemunhou durante o processo que esteve presente em uma reunião na qual o agora preso Joaquín "Chapo" Guzmán, então chefe do cartel mexicano de Sinaloa, entregou um milhão de dólares em dinheiro para Tony Hernández pela campanha eleitoral de seu irmão, em 2013.

 

O presidente de Honduras também foi acusado por promotores americanos de ser parceiro de outro narcotraficante hondurenho, Geovanny Fuentes Ramírez, considerado culpado de tráfico de drogas em 22 de março, após um julgamento presidido pelo mesmo juiz Castel.

 

Juan Orlando Hernández, advogado que chegou ao poder em janeiro de 2014, e que está em seu segundo mandato, nega ter sido sócio do seu irmão ou de Fuentes no tráfico de cocaína para os Estados Unidos, e afirma que traficantes de drogas que testemunharam contra seu irmão em ambos os processos querem vingança contra ele por sua luta contra essa atividade ilícita.

 

 

 

- Todos desde 2006 -

 

Durante o julgamento de Geovanny Fuentes, os promotores americanos afirmaram que, desde 2006, todos os presidentes hondurenhos receberam propina de traficantes de drogas em troca de proteção e promessa de não-extradição.

 

Fábio Lobo, filho do ex-presidente de Honduras Porfirio "Pepe" Lobo (2010-2014) - do Partido Nacional, o mesmo de Hernández - foi condenado a 24 anos de prisão em Nova York em 2017, por ajudar no tráfico de 1,4 toneladas de cocaína para os Estados Unidos.

 

O ex-advogado de Tony Hernández, Melvin Bonilla, foi baleado e morto no início deste mês quando dirigia por uma área central de Tegucigalpa.

 

Um suposto parceiro de Tony, Magdaleno Meza, foi baleado e morto em uma prisão de segurança máxima de Honduras em outubro de 2019, dias depois que o irmão do presidente foi considerado culpado.

 

Segundo seu advogado, Meza foi assassinado após receber ameaças "de pessoas que se identificaram como sendo do governo".

https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/03/30/interna_internacional,1252149/irmao-do-presidente-de-honduras-e-condenado-nos-eua-a-prisao-perpetua-por-n.shtml

Suspeito de estupro é preso em Santa Efigênia de Minas

Suspeito de estupro é preso em Santa Efigênia de Minas

por Kíssyla F. Pires  março 30, 2021

 Um homem de 35 anos foi preso nesta terça-feira (30) na zona rural de Santa Efigênia de Minas. Ele é suspeito de estuprar uma mulher no dia 15 de fevereiro deste ano.

Segundo informações da Polícia Civil, no dia dos fatos a mulher, de 33 anos, estava em um estabelecimento aguardando atendimento, quando o suspeito, que seria conhecido dela, e outro homem pediram para se sentar à mesa em que ela estava. Quando a mulher se levantou para ir embora, o suspeito ofereceu carona. O outro homem também os acompanhou.

No caminho, o suspeito mudou a rota, parou em um local ermo e mandou a mulher descer. Depois disso, os dois homens tiraram a roupa dela a forçaram e praticar sexo com eles. Após o ato, eles deixaram a vítima em casa.

Ainda segundo a PC, a denúncia foi feita por uma amiga da vítima. Depois da denúncia, uma equipe policial esteve na casa da mulher e ela detalhou o ocorrido aos militares. Em seguida, foi encaminhada ao Posto Médico-Legal em Guanhães, onde passou por exames. De posse das informações, a PC prendeu um dos acusados.

“A Polícia Civil também apurou a participação de um segundo suspeito. O indivíduo preso será interrogado e buscaremos colher informações para identificar e prender o outro autor desse crime bárbaro”, informou o delegado Maurício Lauria Junior, que conduziu as investigações.

O homem que foi preso é investigado por outros dois crimes. Um deles é um estupro de vulnerável, ocorrido no mês de março de 2020, contra uma adolescente de 12 anos. O outro é uma tentativa de homicídio, ocorrida em dezembro de 2020, oportunidade em que o suspeito teria quebrado um copo no pescoço de uma pessoa em um bar de Santa Efigênia de Minas.

As investigações são conduzidas pela Delegacia de Polícia Civil em Virginópolis.


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Pela 1ª vez, cidade dos EUA pagará reparação pela escravidão; e no Brasil?


Placa do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) em frente a casa de Evanston, primeira cidade dos EUA a pagar reparação histórica em dinheiro a negros pela escravidão e políticas de segregaçãoImagem: Getty Images


Beatriz Mazzei

Colaboração para o UOL, de São Paulo

30/03/2021 06h00

A cidade de Evanston, ao norte de Chicago, no estado de Illinois, se tornou a primeira dos Estados Unidos a pagar restituições em dinheiro a pessoas negras como reparação histórica pela escravidão, políticas de segregação e consequências do racismo ao longo dos anos.

Aprovado na semana passada, o programa vai distribuir US$ 25 mil (equivalente a R$ 138 mil) para famílias negras. "Reparação é a resposta legal mais apropriada para as práticas históricas que levaram às condições contemporâneas da população negra ", disse à NBC News Robin Rue Simmons, vereadora que propôs a medida.

Para financiá-lo, a cidade usará doações comunitárias e a 3% da receita do imposto da maconha recreativa, que é legalizada em Illinois. Com o valor, a cidade adotou um fundo de reparação e promete distribuir US$ 10 milhões por 10 anos. O dinheiro será destinado para custear reparos domésticos ou hipotecas.

O acesso à quantia será exclusivo para negros que viveram ou descendam de moradores de Evanston entre 1919 e 1969. O período foi escolhido por ter sido marcado por decretos governamentais e práticas discriminatórias em múltiplas esferas. Além das leis Jim Crow, que institucionalizavam a segregação racial em espaços públicos nos EUA entre 1876 e 1965, a legislação de zoneamento da cidade seguia motivações raciais. Corretores de imóveis, por exemplo, ofereciam a afroamericanos apenas imóveis em regiões apartadas do restante da cidade. Atualmente, 16% dos 75 mil habitantes de Evanston são negros


Robin Rue Simmons, vereadora de Evanston, é a responsável pela proposta de reparação histórica em dinheiro a negros pela escravidão e políticas de segregação
Imagem: TNS via Getty Images


"Estamos felizes em ver, pela primeira vez no país, um benefício direito aos danos que vivemos no passado. As ações locais podem impulsionar iniciativas no governo federal", conta Kamm Howard, copresidente O programa foi reconhecido pela Coalização Nacional de Reparação Afro Americana, ao portal CBS News.
A vida imita a arte
O caso de Evanston é exemplo de como a vida às vezes imita a arte. Vencedora de 11 prêmios no Emmy Awards, a série Watchmen, da HBO, tem como pano de fundo o massacre ocorrido em 1921 na cidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, Estados Unidos, um dos mais violentos da história


Em maio daquele ano, uma multidão de pessoas brancas invadiram, saquearam e incendiaram casas e comércios de famílias negras no distrito de Greenwood. A comunidade, apelidada de "Wall Street Negra", era uma das mais prósperas da época devido à descoberta de poços de petróleo que enriqueceram seus moradores. Cerca de 300 pessoas morreram e 10 mil ficaram desabrigadas.

Além de tratar da atrocidade, a série discute as tensões sociais causadas pela política de reparação, já que residentes negros recebiam uma pensão fixa. Na vida real, o pagamento em Evanston será único, o que levanta questionamentos sobre sua efetividade a longo prazo.

Consultados por Ecoa, especialistas dizem que uma ação desse tipo no Brasil encontraria dificuldades para ser implementada e não resolveria o problema estrutural. Desse ponto de vista, dizem, ações afirmativas, como as cotas raciais, são mais efetivas.

Para Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), a reparação financeira traz problemas. "Ela pressupõe que um valor pago pode reparar o problema, quando, na verdade, a discriminação continua operando cotidianamente."

Um grupo civil chamado Evanston Rejeita Reparações Racistas também repudia a restituição histórica pela via financeira. "A atual proposta de reparação da cidade de Evanston não preza pela equidade racial e por um processo anticapitalista. Como resultado, instituições historicamente racistas como bancos e corporações vão se beneficiar do propósito. A reparação não deveria ser monetizada", escreveu o grupo. "Pedimos por uma mudança no nome da proposta atual. Ela não deve ser chamada de reparação."
Cenário internacional: escravidão como crime de Estado

O embate sobre reparação histórica e quais os mecanismos de viabilizá-la não é exclusiva dos EUA. De acordo com Humberto Adami, presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra, há uma determinação internacional para reparar os efeitos da escravidão, já reconhecida como crime histórico de Estado.

"Cada vez mais se discute o enriquecimento de nações a partir do crime do tráfico humano negreiro. Apesar de terem construído a economia dos países como escravizadas, essas pessoas não tiveram acesso às benesses."


Empossada em 2015, a comissão surgiu para levantar informações sobre a escravidão no país e discutir formas de indenização aos descendentes de pessoas escravizadas. No Brasil, outras organizações atuam de forma semelhante para reparar erros do passado, como a Comissão da Verdade, que investiga os crimes cometidos durante a ditadura militar ocorrida entre 1964 e 1985 no Brasil.

De acordo com Adami, as iniciativas de reparação histórica vêm ganhando espaço em países como Brasil, Jamaica, Portugal, França, Inglaterra, e recentemente, a Suíça.

Para ele, a medida em Illinois é insuficiente, mas traz uma discussão válida. "Os segmentos privilegiados da população precisam entender que eles não podem deter os frutos do tráfico negreiro e deixar os descentes desses povos à margem", afirma.

Desafios e possibilidades no Brasil

A reparação em dinheiro poderia ser uma opção no Brasil, diz Adami, mas enfrentaria resistência de órgãos em relação aos critérios de escolha dos beneficiados dentro da complexidade racial brasileira.

"É difícil pensar em reparações desse tipo para o Brasil porque os efeitos da escravidão se mesclaram com a apologia da mestiçagem e o racismo estrutural", pondera Luiz Augusto. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira é negra, composta por pretos e pardos.

Outro fator a emperrar a discussão de uma reparação é a negação do racismo no Brasil. "Há segmentos da sociedade que não conseguem enxergar o quão segregacionista é o estado brasileiro e que ficaram seduzidos pelo discurso da cordialidade e democracia racial", explica.

A ausência de uma política de segregação explícita e institucional, como houve nos EUA até os anos 60, torna a indenização ainda mais complexa, diz Adami. Isso não quer dizer, completa, que o racismo brasileiro é mais brando. "O racismo é estruturante da sociedade brasileira. Aqui ele é mais eficiente e permanente do que o regime Jim Crow nos Estados Unidos ou a segregação do apartheid na África do Sul", pontua.

Ações afirmativas e preservação da cultura

Uma das ferramentas para atenuar as disparidades raciais no acesso a oportunidades são ações afirmativas, como cotas raciais. Segundo o IBGE, entre 2010 e 2019, o número de alunos negros no ensino superior cresceu quase 400%. Com isso, chegaram a 38,15% do total de matriculados, índice expressivo, mas abaixo da fatia correspondente à da população negra no total de brasileiros.

"As cotas são uma política de compensação dos efeitos do racismo no presente. As ações afirmativas servem para mitigar as consequências da discriminação", explica Luiz Augusto.

Outra esfera a ser reparada é a da cultura e memória, lembram os especialistas. Para mudar essa realidade, a Lei 10.639, chamada de legislação afirmativa, cria a obrigatoriedade do ensino de cultura e história afro-brasileira em toda a extensão curricular da educação básica à superior.

"A naturalização do racismo também está na história da África e cultura afrobrasileira nos currículos das escolas, que resumem a população negra do período colonial como escravos. Eles são retratados apenas como uma força de mão de obra na cultura canavieira", afirma Adami.

Ativa desde 2003, a lei, porém, não possui ampla adesão. "Nesse país, as leis voltadas para os negros acabam sendo para inglês ver. Foi assim desde a suposta abolição. Estamos lutando para que a nossa existência física seja respeitada, quem dirá a nível intelectual", pondera Bárbara Carine uma das autoras do livro "Descolonizando a Lei 10.639/2003 no Ensino de Ciências" e docente da Universidade Federal da Bahia.

Apesar da dificuldade, Adami afirma que a discussão de reparação é urgente. "Algumas pessoas dizem que não é o momento para falar disso, que existem outras questões mais importantes. Então quando seria o momento? Não precisamos de um acontecimento específico para agir, já temos anos das consequências do racismo assolando a população preta e parda do país", ressalta.