As pessoas devem os problemas de drogas a elas mesmas, ainda que frequentemente procurem atribuir o vício ao mundo cruel.
Mas muitas vezes elas são vítimas mesmo numa coisa: nas calúnias que outros espalham.
Se Aécio consome ou não cocaína, é uma questão de foro íntimo – e não existe, até aqui, nenhuma comprovação de que o faça, a despeito da fama.
Quer dizer: foro íntimo até certo ponto, uma vez que, caso se trate de candidato à presidência, entra em cena o interesse público.
Defendi, na eleição de 2010, que Dilma deixasse claro, claríssimo seu estado de saúde, para que os eleitores tivessem certeza de ques estariam votando nela e não em seu vice. Não fui ouvido, registre-se.
A maneira mais eficiente de Aécio se livrar dos boatos é com um choque de transparência. Pegue uma junta medida confiável – não vale juntar amigos como fez Barbosa para prender Genoino – e se submeta a uma apreciação.
Todo mundo sabia, desde sempre, que a fama iria atrapalhar Aécio em algum momento. Surpresa foi o PSDB não ter levado isso em consideração ao escolhê-lo. (Outra hipótese é a completa falta de alternativas.)
Mas eu disse, acima, na questão das calúnias.
Aécio sabe a quem responsabilizar por ter colado a cocaína à sua imagem: foi Serra, um selvagem fabricante de dossiês para prejudicar adversários.
Nas eleições de 2010, num momento em que Aécio disputava com Serra a indicação tucana, um colunista do Estadão publicou um artigo com o seguinte título: “Pó pará, governador”.
O jornalista, Mauro Chaves, já morto, era intimamente ligado a Serra.
O artigo defendia que Serra era a opção certa do PSDB, e não Aécio. O título associaria, para sempre, a imagem de Aécio ao pó.
Serra é assim: um político sem escrúpulos, um – usemos a palavra certa – canalha para o qual a ética é uma abstração. Um Frank Urderwood, de House of Cards, sem a taxa de sucesso dele.
Aécio, neste caso, foi vítima da ambição assassina de Serra.
Os exegetas da política sustentam que a resposta de Aécio – denúncias nas privatizações com vantagens para gente ligada a Serra, a começar pela filha Verônica – daria, por vias tortas, no livro “A Privataria Tucana”.
Mas é outra história.
Na intimidade, Aécio pode dizer umas verdades a Serra. E deve.
Publicamente, sua melhor saída – controlar a internet é patético – é mostrar claramente aos brasileiros que não é o que Serra, pelas mãos de Mauro Chaves, disse que era.
AÉCIO DIZ TER FUMADO MACONHA AOS 18, MAS NÃO RECOMENDA
"Quando tinha 18 anos, experimentei maconha e ficou por aí. E não recomendo que ninguém faça", disse o senador mineiro e presidenciável tucano, Aécio Neves que se posicionou contra a decisão do Uruguai de legalizar o consumo da droga: "Não gostaria de ver o Brasil como cobaia de uma experiência que não se sabe o resultado. Não acho que essa seja uma agenda para o Brasil"; declaração vai de encontro com a opinião do tucano FHC sobre o assunto
22 DE MAIO DE 2014 ÀS 05:24
247 – O senador mineiro e presidenciável tucano, Aécio Neves, se posicionou contra a legalização da maconha.
Ele reconheceu já ter fumado uma vez quando tinha 18 anos, mas diz ser contra a experiência do Uruguai, que legalizou o consumo da droga: "Não gostaria de ver o Brasil como cobaia de uma experiência que não se sabe o resultado. Não acho que essa seja uma agenda para o Brasil. Não sou a favor da descriminalização".
A declaração do candidato, feita em entrevista à Folha de S. Paulo, vai de encontro com o posicionamento do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que defende leis menos restritivas ao assunto no país.
Aécio também se posicionou a favor da redução da maioridade penal para adolescentes de 16 a 18 anos que cometem crimes graves ou são reincidentes. "Não podemos fazer como o governo do PT: virar as costas".
Ele voltou a criticar a gestão Dilma e disse que “o governo federal é criminosamente omisso no que diz respeito à segurança pública”. Segundo o tucano, nos oito anos em que governou Minas Gerais (2003-2010) ficou esperando recursos para construir penitenciárias. "Sabe quando vieram? Nunca".
Ele também negou que irá acabar com o Bolsa Família (leia mais).
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247 – O senador mineiro e presidenciável tucano, Aécio Neves, se posicionou contra a legalização da maconha.
Ele reconheceu já ter fumado uma vez quando tinha 18 anos, mas diz ser contra a experiência do Uruguai, que legalizou o consumo da droga: "Não gostaria de ver o Brasil como cobaia de uma experiência que não se sabe o resultado. Não acho que essa seja uma agenda para o Brasil. Não sou a favor da descriminalização".
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