sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Zé Trovão para caminhoneiros: 'Tirem as faixas de apoio ao Bolsonaro'

 Zé Trovão ainda afirmou que 'ninguém' foi às ruas por causa do presidente

Zé Trovão
(foto: Redes Sociais/Reprodução)
Após dizer que iria se entregar nesta quinta-feira (9/9), o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, voltou atrás. Em novo vídeo, o militante ainda pediu que manifestantes tirassem faixas de apoio a Bolsonaro e afirmou que a luta não é a favor do presidente da República.

“Tô aqui de novo tendo que fugir, porque eu queria me entregar, mas ninguém quer deixar eu me entregar. Vamos para as ruas agora, empresários fechem suas empresas, vamos para as ruas, eu conto com vocês”, disse em vídeo compartilhado.

Zé Trovão ainda afirmou que “ninguém” foi às ruas por causa do presidente. “Nossa bandeira não é Bolsonaro, a nossa bandeira é Brasil. O Bolsonaro está hoje no poder, mas amanhã pode não estar mais. Nossa luta não é em prol de partido”, pontuou.

O caminhoneiro, que está no México, pediu que retirassem faixas a favor do chefe do Executivo. “Nossa luta é contra os desmantelos do STF (Supremo Tribunal Federal), contra a corrupção, a bandidagem. Nós não estamos de maneira nenhuma defendendo o presidente Bolsonaro, nem contra nem a favor. As paralisações precisam ter as faixas com o rosto do (ministro do STF) Alexandre de Moraes. Tirem as faixas em que está escrito ‘apoio a Bolsonaro’, tirem essas faixas pelo amor de Deus”, bradou.

No vídeo, o militante também pede aos bolsonaristas que ainda estão na Esplanada que se dirijam ao Senado para exigir o impeachment dos ministros do Supremo.
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Oposição quer investigação sobre financiamento dos protestos pró-Bolsonaro

Parlamentares querem saber de onde saiu o dinheiro que bancou as caravanas que vieram a Brasília, no 7 de Setembro, para endossar a campanha antidemocrática de Bolsonaro

FS

Fernanda Strickland

LP

Luana Patriolino

postado em 10/09/2021 06:00

A organização e a estrutura montada para os bolsonaristas ocuparem a Esplanada no Dia da Independência chamou a atenção de parlamentares - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Parlamentares de oposição pediram que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério Público Federal (MPF) investiguem a origem do financiamento das manifestações pró-governo, realizadas no feriado do 7 de Setembro. Deputados e senadores querem que seja apurado possível envolvimento de empresários nos atos bolsonaristas.

 O motivo foi a viralização de vídeos que circulam nas redes sociais e acendem a suspeita de que grupos apoiadores de Jair Bolsonaro teriam sido pagos para defender o discurso dos atos antidemocráticos e de uma nova ditadura. As imagens, que tiveram ampla divulgação na internet, mostram bolsonaristas que vieram em caravana até Basília para manifestar apoio à pauta do presidente da República.

 

Um desses vídeos mostra um homem de camiseta amarela, dentro de um ônibus, distribuindo R$ 100 a cada um dos passageiros. Outra pessoa filma a ação e diz: “Olha isso, cara. Eu achei que era brincadeira. Uma camiseta para cada um, mais o ônibus e mais R$ 100 para alimentação. Deus abençoe!” 

Uma das empresas citadas nas imagens é a Máquinas Agrícolas Jacto S.A, que nega qualquer participação nos atos bolsonaristas. O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que vai acionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Estou oficializando para que ele determine a investigação do financiamento dos atos antidemocráticos, que pedem o fechamento do Congresso e do STF. Precisamos saber quem está pagando essa conta e com que dinheiro”, disse por meio de seu perfil no Twitter.

 

O deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), por sua vez, afirmou que o vídeo não tem indícios de manipulação e pedirá ao Ministério Público Federal a abertura de investigação contra a empresa. “Ele (pessoa que grava o vídeo) cita explicitamente que a família Nishimura está patrocinando aquele ato. Cabe investigar, procurar saber quem são as pessoas, quanto receberam, como aquele dinheiro foi parar ali. Existe um financiador, mas também organizadores; quem participou do processo de organização, quem contratou esses ônibus, fez essas camisas”, afirmou. 

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do DF, 13 grupos foram cadastrados pelo Núcleo de Atividades Especiais (Nucae), da SSP/DF.

 

Impeachment

Na avaliação do advogado Karlos Gad Gomes, especialista em direito público, caso fique comprovado que o governo ou empresas financiaram a manifestação, não há nenhum crime de fato. No entanto, a origem da verba poderia levantar suspeitas e justificar a abertura de uma investigação. “Se comprovando que houve desvio de finalidade do dinheiro público para incentivar e patrocinar manifestações contra os demais poderes, o responsável pode vir a responder por crime de responsabilidade — o que pode gerar um impeachment do presidente”, explicou.

 

Em Brasília, a manifestação realizada na Esplanada dos Ministérios reuniu cerca de 400 mil pessoas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O ato em apoio ao presidente contou com pessoas de diversas partes do Brasil. As principais reivindicações do grupo foram a adoção do voto impresso e a destituição de ministros do STF.

 

Desde então, os bolsonaristas seguem acampados na capital. Um grupo de caminhoneiros quer uma reunião com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para pedir que os senadores analisem os processos de impeachment contra ministros da Corte — o que o presidente remeteu ao Senado contra Luís Roberto Barroso foi devolvido.

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bolsonaro dinheiro financiamento manifestações

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