quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Dívida do governo de Minas está cada vez maior

União teve de arcar no ano passado com R$ 3,3 bilhões em empréstimos que o estado não conseguiu honrar. Governo conta com Supremo para evitar bloqueios de repasses

Marcelo da Fonseca

postado em 16/01/2020 04:00 / atualizado em 16/01/2020 07:41

Vista da Cidade Administrativa: preocupação do governo Zema e de parlamentares aliados é com o impacto que uma queda das liminares obtidas no Supremo até o momento pode representar para o caixa do estado em 2020 (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 12/11/19)

Vista da Cidade Administrativa: preocupação do governo Zema e de parlamentares aliados é com o impacto que uma queda das liminares obtidas no Supremo até o momento pode representar para o caixa do estado em 2020

(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 12/11/19)

 

Sem verbas para honrar 19 contratos de empréstimos com bancos internacionais e nacionais feitos nos últimos 15 anos, Minas Gerais foi o segundo estado com mais dívidas pagas pelo governo federal no ano passado. Segundo levantamento do Tesouro Nacional, dos R$ 8,35 bilhões desembolsados pela União em 2019 para quitar débitos de entes federativos com instituições financeiras, R$ 3,31 bilhões foram dívidas do governo de Minas – montante que representa 40% dos débitos pelo governo federal.

 

 

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O estado que deu o maior “calote” foi o Rio de Janeiro, que deixou de pagar R$ 4,04 bilhões em dívidas, o que representa 48,4% dos débitos quitados pela União. O volume de dívidas de estados e municípios assumidas pelo governo federal no ano passado foi o maior já registrado e teve aumento de 73% em comparação com 2018, quando R$ 4,805 bilhões foram honrados pelo Tesouro.

 

Grande parte dos empréstimos tomados pelos governos estaduais e pelas prefeituras com instituições financeiras tem a União como uma espécie de fiadora. Quando os empréstimos não são pagos, cabe ao Tesouro Nacional honrar as dívidas. Para ressarcir os cofres federais, a União deixa de fazer os repasses constitucionais aos estados e municípios, retendo o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) até que o montante devido seja igualado.


No ano passado, Minas Gerais conseguiu liminares no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar que fossem feitos bloqueios nos repasses federais. Obrigada a arcar com uma parcela de empréstimo contraído pelo governo mineiro em novembro de 2012 e não paga, a União bloqueou em fevereiro de 2019 R$ 612 milhões que deveriam ser repassados a Minas.

 

O ministro Luiz Fux, do STF, determinou, no entanto, que os repasses fossem feitos, uma vez que o estado se encontrava em “penúria fiscal” e em estado de calamidade financeira. Em agosto, o ministro concedeu nova liminar suspendendo novos bloqueios. Dessa forma, Minas deixou de pagar seus débitos antigos, que foram honrados pelos cofres federais.

 

Segundo a secretaria de Estado da Fazenda, “com exceção dos contratos assinados com o Credit Suisse, Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), que foram designados para a reestruturação da dívida da Cemig em 2012 e 2013, os demais contratos foram destinados aos investimentos em áreas como educação, saúde, segurança pública, infraestrutura e modernização da gestão”.

 

O governador Romeu Zema (Novo), deputados da base aliada e lideranças do governo de Minas demonstram preocupação com o impacto que uma queda das liminares pode ter para o caixa do estado em 2020. “Hoje, as contas do estado, apesar de todas as dificuldades, estão em dia graças às liminares que suspendem o pagamento das dívidas com a União. Se essas liminares caírem, teremos que pagar um montante que não temos em caixa”, explicou o secretário de Governo, Bilac Pinto (DEM).

 

 O vice-líder do governo na Assembleia, deputado Guilherme da Cunha (Novo), também lembra do risco de o estado ter sua dívida ampliada caso não consiga aderir com urgência ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) com a União. “Aderir ao plano de recuperação é fundamental para equilibrar as contas do estado. Vai chegar uma hora em que a dívida com a União terá que ser paga. Estamos conseguindo as liminares com o Supremo porque estamos trabalhando pela adesão ao regime e isso consta na decisão”, analisa o parlamentar.

Financiamento

 

Segundo relatório do Tesouro Nacional, desde 2016, a União pagou R$ 19,6 bilhões para honrar garantias concedidas a operações de crédito, sendo o dinheiro recuperado após bloqueios de repasses. “Os valores honrados ampliam a necessidade de financiamento da dívida pública federal. Construíram para o aumento do valor observado em 2019 o impedimento de a União executar contragarantias do estado do Rio de Janeiro, em razão da adesão do estado ao RRF, e dos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e Amapá em razão de decisões liminares”, diz o Tesouro em nota.

 

A Secretaria de Estado da Fazenda do Rio de Janeiro informou que, como aderiu ao RRF em setembro de 2017, a dívida com a União não pode ser considerada um calote. “O plano de recuperação fiscal em vigor estabeleceu a suspensão por 36 meses do pagamento da dívida em contratos em que a União é garantidora, o que corresponde a quase a totalidade dos contratos em vigor. O plano também prevê uma curva de crescimento do serviço da dívida. A retomada, de forma gradual, está homologada no plano de recuperação”, diz a secretaria do governo fluminense.

 

 

O Tesouro quitou R$ 770,15 milhões em dívidas de Goiás, R$ 139,41 milhões em débitos do Rio Grande do Norte, e R$ 90,18 milhões do Amapá. Além dos débitos dos estados, a União teve que honrar dívidas – com valores bem menores – de dois municípios em 2019: Belford Roxo (RJ), com débito de R$ 1,59 milhão, e Cachoeirinha (RS), R$ 1,83 milhão.

 

enquanto isso/BDMG libera crédito

Para cidades em emergência

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) abriu uma linha de crédito para ajudar municípios em situação de calamidade pública ou emergência causadas por chuvas, temporais, enchentes e eventos geológicos ou biológicos. As prefeituras têm possibilidade de conseguir financiamentos para reparar danos sofridos de forma mais rápida. Podem ser compradas máquinas rodoviárias, equipamentos para pavimentação, reformas em prédios públicos, sistemas de abastecimento de água, tratamento de esgoto, e obras de infraestrutura e drenagem urbanas. O banco oferece priorização da análise pela equipe e estendeu para 84 meses os prazos máximos de pagamento, antes de até 72 meses. As taxas também foram unificadas: 6% ao ano mais Selic, com carência de até 12 meses. Cidades com IDH menor do que a média do estado terão juros menores: 5% mais Selic, com os mesmos prazos. O limite de financiamento por município é de até R$ 5 milhões por meio da linha.

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/01/16/interna_politica,1114658/divida-do-governo-de-minas-esta-cada-vez-maior.shtml



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Ministros de Bolsonaro fazem 1.060 viagens com aviões da FAB no 1º ano de governo

Número é menor que o realizado na gestão Temer, que tinha, porém, mais ministros. Bolsonaro decidiu demitir na terça-feira (28) ministro interino da Casa Civil que viajou com apenas mais dois ocupantes em jato da Força Aérea; outras 77 viagens com três ocupantes, no entanto, foram realizadas por ministros em 2019.

Foto: (Aparecido Gonçalves/G1)



Os ministros de Jair Bolsonaro fizeram 1.060 viagens em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) durante o primeiro ano de governo, em 2019. No total, as autoridades solicitaram um jatinho da FAB a cada 8 horas e passaram mais de 2 mil horas no ar. O motivo mais frequente para solicitar o uso das aeronaves é “serviço”.

Na Esplanada dos Ministérios, os recordistas de voos são Osmar Terra (Cidadania), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). Em apenas um ano, Terra fez 113 viagens; Araújo, 104; e Salles, 93. A média é de 48,2 voos por ministério em um ano.

Em 2019, 20 dos 22 ministros de Bolsonaro registraram voos com aeronaves da FAB, segundo a análise do G1 com base em relatórios oficiais. Apenas os nomes dos ministros do Banco Central e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não aparecem nos relatórios.



Apesar de as viagens de ministros em jatinhos da FAB serem frequentes, o número registrado em 2019 é menor que o das últimas gestões. Em 2018, por exemplo, foram feitos 2.037 voos por 28 ministros – uma média de 72,8 voos por ministério. Na época, a Esplanada tinha mais ministérios e, portanto, mais autoridades podiam solicitar os voos.

O número de voos e a média também são menores com relação aos outros anos de Temer e Dilma (no caso da ex-presidente, há dados a partir de 2014, último ano de seu primeiro mandato).

A FAB disponibiliza os dados de viagens de autoridades desde 15 de julho de 2013. Só há, porém, dados dos anos completos de 2014 a 2019. Como houve reformas ministeriais, o número de órgãos pode variar ao decorrer do ano e, por isso, para calcular a média esse dado também foi levado em consideração.

Demissão na Casa Civil


Nesta terça-feira (28), Bolsonaro decidiu demitir Vicente Santini, ministro interino da Casa Civil, substituto de Onyx Lorenzoni, que está de férias. Ele solicitou um voo da FAB de Davos, na Suíça, onde ocorreu o Fórum Econômico Mundial, para Nova Delhi, na Índia, onde se juntou à comitiva presidencial. Para Bolsonaro, a atitude de Santini "foi completamente imoral".


Para o mesmo trajeto, outros ministros de Bolsonaro, como Tereza Cristina (Agricultura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia), viajaram de voo comercial, segundo o blog da Cristiana Lôbo, do G1. O blog também publicou que o voo de Santini tinha apenas três passageiros.Além do ministro interino, outras duas assessoras viajaram na aeronave.

Ministros viajantes



O ministro de Bolsonaro recordista de viagens em aeronaves da FAB foiOsmar Terra (Cidadania). Foram 113 voos em 2019. Esse número é bem superior às 59 viagens feitas pelo ministro em 2018, quando ocupava o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário no governo Temer. Em 2019, Terra fez, principalmente, voos nacionais, com Brasília como origem ou destino. Apenas uma viagem internacional foi registrada, com destino a Lima, no Peru, em julho de 2019.


Em nota, o Ministério da Cidadania diz que “todas as viagens do ministro Osmar Terra foram exclusivamente a trabalho”.

“Ao todo, foram 16 estados visitados, alguns mais de uma vez. O Ministério da Cidadania é a pasta com maior articulação com estados e municípios e tem o maior número de secretarias nacionais e programas desenvolvidos de forma tripartite. Assim, a interlocução com prefeitos e governadores é imprescindível para a proteção social do país”, afirma.
Em segundo lugar no ranking, o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) solicitou os voos da FAB para viajar, principalmente, para o exterior. Araújo usou as aeronaves para chegar ou sair de uma série de países: EUA, Peru, França, Canadá, Chile, Cabo Verde, Argentina, Itália, Hungria, Polônia, Espanha, Colômbia, Portugal, Bélgica, Nigéria, Senegal, Angola e Costa do Marfim.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirma que “é da natureza e constitui exigência das funções do ministro realizar viagens cada vez mais frequentes ao exterior”.
“Em razão do número de viagens e do tempo de deslocamentos envolvidos, de imprevistos e urgências, é necessário que ele se possa deslocar de forma rápida e eficaz. A FAB disponibiliza, para esse fim, aeronaves que constituem instrumentos de trabalho valiosos para a execução da política externa e que tem há muito tempo servido ao Itamaraty”, diz.
O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) também usou bastante as aeronaves da FAB em 2019. Foram 93 voos em um ano. Salles usou os jatinhos para viagens nacionais (Porto Velho, Fernando de Noronha, Porto Seguro, Canoas, Santarém etc) e internacionais (Colômbia, Inglaterra, Angola, Quênia e Chile). Questionado, o Ministério do Meio Ambiente não se posicionou até a publicação desta reportagem.

Número de passageiros

Um dos motivos apontados para a demissão do ministro interino Vicente Santini (Casa Civil) foi o fato de a aeronave ter apenas três pessoas: Santino e duas assessoras. Em 2019, porém, outros 77 voos de ministros em aviões da FAB tiveram a previsão de, no máximo, três passageiros.
Os ministros que mais fizeram isso foram Ricardo Salles (Meio Ambiente), com 34 voos, e Paulo Guedes (Economia), com 19 voos.
As viagens de Guedes foram, principalmente, para Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília. Já os voos de Salles foram tanto nacionais (São Paulo, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba etc) quanto internacionais (Angola, Quênia, Chile, Colômbia e Inglaterra).

Outras autoridades

Além dos ministros de Bolsonaro, outras autoridades também podem solicitar viagens com jatinhos da FAB. Somente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez 250 voos do tipo em 2019. No ano anterior, em 2018, Maia já registrava alto número de viagens com aeronaves da FAB: 203 voos.
Já o presidente do STF, Dias Toffoli, registrou 96 voos com a FAB em 2019. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, solicitou 56 vezes os voos da FAB naquele ano
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Com CNH vencida, filha de Michel Temer atropela mulher em bairro nobre de São Paulo

Maristela Temer estava com mais de 120 pontos na carteira e dirigia um carro que também estava com restrição judicial

Maristela Temer, filha do ex-presidente Michel Temer - Eduardo Carmim/Parceiro/Agência O Dia

Maristela Temer, filha do ex-presidente Michel Temer

Eduardo Carmim/Parceiro/Agência O Dia

POR ISTOÉ

Publicado 29/01/2020 16:07 | Atualizado 29/01/2020 16:29

São Paulo - Uma das filhas do ex-presidente Michel Temer (MDB), Maristela Temer, de 48 anos, atropelou uma mulher nesta quarta-feira, na capital paulista. De acordo com o portal Jovem Pan, além do acidente, Maristela estava com a carteira de habilitação vencida, com mais de 121 pontos.

 

Ainda segundo o portal, o atropelamento aconteceu na rua Ferreira de Araújo, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. Além disso, o carro da filha do ex-presidente também estava com uma restrição judicial. O carro e a CNH foram apreendidos.



Maristela aguardou o socorro e, de acordo com a delegada responsável pelo caso, Camila de Camargo Ferraz, não aparentava estar embriagada.

 

Em depoimento, Maristela contou que estava guiando o carro em velocidade permitida no local. Ela disse que não viu a mulher passando, uma secretária de 40 anos.

 

Encaminhada ao pronto socorro do hospital Albert Einstein, a vítima teve uma luxação no pé.

 

A filha do ex-presidente foi liberada pela polícia e deverá aguardar a possível queixa da vítima.

https://odia.ig.com.br/brasil/2020/01/5860451-com-cnh-vencida--filha-de-michel-temer-atropela-mulher-em-bairro-nobre-de-sao-paulo.html

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