O
ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira, um dos principais caciques do
PSDB, declarou voto no ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais deste ano,
e afirmou que o segundo turno da disputa entre o petista e o presidente Jair
Bolsonaro (PL) "já começou".
Em
entrevista ao Estadão, Aloysio Nunes rechaçou a formação de uma terceira via de
oposição a Lula e a Bolsonaro, que tem como principal nome o ex-governador de
São Paulo João
Doria, pré-candidato de seu partido ao pleito.
"O segundo turno já começou e
eu não só voto no Lula como vou fazer campanha para ele no primeiro turno. Não
existe essa de terceira via, só existem duas: a da democracia e do fascismo. Se
quisermos salvar o Brasil da tragédia de Bolsonaro, teremos de discutir o que
vamos fazer juntos", declarou.
Para o tucano, Doria não tem
chances de emplacar sua candidatura ao Planalto e, inclusive, já foi rifado
dentro do próprio partido. Diante desse cenário em que o país vivencia
"uma situação catastrófica", ele defende que seja criado um movimento
em apoio à chapa formada por Lula e pelo ex-governador paulista, Geraldo
Alckmin (PSB-SP).
Mais tucanos podem apoiar Lula no 1º turno
Conforme o Estadão, há nos
bastidores a expectativa para que outras figuras históricas e importantes do
PSDB abram mão do apoio a João Doria e declarem abertamente voto em Lula já no
primeiro turno.
Além de Aloysio, que tomou a
dianteira e antecipou seu voto no petista, outros nomes cotados são os de José
Aníbal e Arthur Virgílio. Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso só
apoiará o PT caso Doria não se candidate ou não passe para o segundo turno da
disputa.
No ano
passado, Lula e FHC chegaram
a se encontrar pessoalmente. Além disso, o tucano assegurou que,
entre o petista e Bolsonaro, ele
votará no político do PT devido ao fato de ele ser um "democrata" e
respeitar as instituições.
'Candidatura de Doria não é viável'
Em entrevista à CNN Brasil,
Aloysio Nunes pontuou que, ao seu ver, a candidatura de João Doria ao Planalto
"não é viável", pois o empresário "não tem o carisma" que
seus adversários diretos, Lula e Bolsonaro, têm para se conectar com os
eleitores.
Ainda, o
ex-senador criticou o próprio partido, o PSDB, que ontem anunciou uma pesquisa
conjunta realizada com o MDB e o Cidadania para a realização de pesquisas
quantitativas e qualitativas de opinião para definir uma provável liderança de
chapa de João Doria ou da senadora Simone Tebet. Para Nunes, isso
representa a "falência da direção política" da sigla tucana.
"Não tenho que aguardar algo
que os dirigentes do meu partido disseram que é uma condição para definir o
candidato, que é uma pesquisa qualitativa. Convenhamos, você contratar um
pesquisador por melhor que seja para definir quem é o candidato, se vai ter
candidato próprio ou se vai apoiar outro, é a falência da direção política,
isso não tem o menor cabimento. Terceirizar essa decisão nas mãos de um
pesquisador, pelo amor de Deus, eu não preciso de pesquisa qualitativa. É
Bolsonaro contra Lula e não tenho dúvida que sou Lula."
João Doria foi
escolhido para disputar a presidência da República nas prévias do PSDB no ano
passado, em uma disputa contra o ex-governador gaúcho Eduardo Leite,
que, após a derrota, chegou
a esboçar sua saída da legenda e até se lançar como candidato por outro partido.
Pesquisa
Ipespe contratada pela XP Investimentos divulgada hoje mostra que Lula
permanece à frente na corrida presidencial com 44% das intenções de voto na pesquisa
estimulada. Jair Bolsonaro aparece em segundo lugar com 32%, seguido
por Ciro Gomes (PDT) com 8%. João Doria aparece apenas na quarta posição com
3%.
'PSDB pode estar em fase terminal', diz Aloysio
No mês
passado, em entrevista à CNN Brasil, Aloysio Nunes Ferreira ponderou
que o PSDB vive uma situação crítica e "pode estar em fase terminal",
dado o atual cenário da sigla, que deixou de ser protagonista na corrida pelo
Planalto, perdeu relevância em âmbito nacional, vive uma crise interna e pode
deixar o governo de São Paulo após décadas no poder.
"O PSDB pode estar vivendo
uma fase terminal porque não conseguiu no governo Bolsonaro se colocar como
oposição clara, nem a favor, nem contra, [e manteve] uma posição
nebulosa", afirmou.
Na mesma
entrevista, o cacique tucano elogiou a chapa composta por Lula e Geraldo
Alckmin que, segundo pontuou, é
uma "aliança em torno da democracia".
"As diferenças entre Alckmin
e Lula existem, mas é por isso que estão juntos, se fossem iguais, não
estariam. O fato de Geraldo ter diferenças de projeto é o que justifica a
aliança dos dois em torno da democracia", declarou.
democracia", declarou.
Milton Nascimento faz turnê "A Última Sessão de Música"
O cantor Milton Nascimento anunciou oficialmente neste
domingo, a turnê A Última Sessão de Música, que marcará sua despedida dos
palcos aos 80 anos. Acompanhe parte do vídeo do anúncio.
15 de mai. de 2022
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