2011-06-28
TEÓFILO OTONI – Há 15 anos o paraense José Nilton Brito, 54, teve um sonho: percorrer de bicicleta as estradas brasileiras do Oiapoque ao Chuí. O objetivo da aventura? Escrever um livro contando toda a sua experiência, para que seja deixado como objeto de estudo nas escolas. “Essa idéia surgiu em 1997 quando assisti a um documentário com minha esposa, onde um casal de ingleses fazia uma viagem pelo continente africano. Então disse a ela que faria este percurso, só que pelo Brasil, para conhecer toda essa cultura. A princípio minha esposa não concordou, mas a idéia amadureceu. Comecei a pesquisar pela internet e comprar mapas. O projeto demorou 15 anos para ser colocado em prática, mas só fui iniciá-lo no dia 16 de junho de 2009 em Palmas. O objetivo é fazer este percurso do Oiapoque ao Chuí em três anos, do extremo norte ao sul do país num total de 40 mil quilômetros”, disse.
Dificuldades
José Nilton ex-supervisor de qualidade no setor de metalurgia começou a viagem na cidade de Palmas, Tocantins e desde então, passou por 20 estados. Em seus cadernos, ele mostra os registros de pessoas e locais que conheceu ao longo de dois anos de aventura.
“Toda a viagem e estadias nas diversas cidades do país estão documentadas, com datas e assinaturas desde que sai de Xinguara, no Pará”.
O ciclista ainda revelou que chega a percorrer 70 km por dia, já o local para alimentar e dormir é uma das muitas incertezas do viajante.
“Comprei uma barraca e peço para acampar nos postos de combustível. Muitas vezes, os proprietários me oferecem refeições. Em cidades maiores como Teófilo Otoni eu procuro as casas de apoio, que prestam ajuda aos viajantes”, comentou.
Já os reparos na bicicleta apelidada de “Pretinha” são feitas por meio de ajuda junto às secretarias de esporte dos municípios.
“Nesta terça-feira seguirei para Poté, que faz parte deste ciclo das pedras preciosas e na seqüência vou para Nanuque, para sair do Estado de Minas Gerais rumo ao Espírito Santo”, informou.
Mensagem
O ciclista José Nilton revelou que não recebeu o apoio imediato da família para esta jornada, mas com o passar dos dias, meses fora de casa começou a receber o apoio da esposa Donatila e dos filhos, que deixou no Pará.
“Sempre envio notícias, seja por celular, ou pelas matérias divulgadas nos jornais, afinal, vocês são o alicerce para que este projeto seja transformado em um livro. A família agora interage muito mais do que no início da viagem. A mensagem que deixo para a minha esposa, meus filhos e neto é que torçam por mim, já que a vitória será da família. Para os demais leitores digo: Vamos praticar esporte e dizer não às drogas. Estudem, afinal são os jovens que vão governar nosso país no futuro”, concluiu.
O objetivo de José Nilton é escrever um livro sobre sua aventura
Do Oiapoque, em Uiramutá em Roraima, até o Chuí, no Rio Grande do Sul, José Nilton deverá percorrer 40 mil quilômetros
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