sábado, 3 de junho de 2023

Veja quem são alvos da operação contra financiadores e participantes de atos terroristas em Brasília

Por Isabela Camargo, Fernando Zuba, Camila Bomfim e Pedro Alves Neto, TV Globo e g1 DF 

Operação Lesa Pátria: veja quem são os suspeitos presos pela PF

Operação Lesa Pátria: veja quem são os suspeitos presos pela PF

 

Oito pessoas são alvos de prisão durante a primeira fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20) e que mira financiadores e participantes de atos terroristas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro. 


Até a última atualização desta reportagem, cinco pessoas tinham sido presas:

 

Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros

Randolfo Antonio Dias, em Minas Gerais

Renan Silva Sena, no DF

Soraia Bacciotti, do Mato Grosso do Sul

Leonardo Alves Fares

Um dos alvos, Raif Gibran Filho, estava em casa quando os policiais chegaram, mas fugiu pela janela da residência e não foi mais encontrado. Todos incitavam atos golpistas nas redes sociais (veja detalhes sobre os detidos abaixo).

 

 

Os outros dois alvos são:

 

Rieny Munhoz Marcula

Diogo Arthur Galvão

A ação foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal, que também expediu 16 mandados de busca e apreensão. As ordens estão sendo cumpridas nos seguintes locais:

 

Distrito Federal: 5 ordens de busca e apreensão e 2 prisões;

Goiás: 1 de busca e apreensão;

São Paulo: 7 de busca e apreensão e 3 prisões;

Rio de Janeiro: 1 de busca e apreensão e 1 prisão;

Minas Gerais: 1 de busca e apreensão e 1 prisão;

Mato Grosso do Sul: 1 de busca e apreensão e 1 prisão.

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Quem são os alvos?

Ramiro dos Caminhoneiros:

Ramiro dos Caminhoneiros convoca para atos golpistas em Brasília — Foto: Instagram/Reprodução 

Preso nesta sexta, Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior publicou imagens dos atos terroristas nas redes sociais.

 

Ele também esteve em Brasília e, após o desmonte do acampamento golpista no Quartel-General do Exército, chegou a visitar o ginásio da PF onde os detidos eram mantidos. Ele disse que conseguiu entrar no local "miraculosamente".

 

"Quando eu cheguei aqui, abriram a cancela miraculosamente. Eu não tenho palavras para descrever isso, coisa de Deus."

Ramiro, que é filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi candidato a deputado estadual pelo estado de São Paulo. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 150 mil em recursos da sigla. No entanto, não se elegeu.

 

Nas redes sociais, onde tem mais de 70 mil seguidores, o golpista incitava atos antidemocráticos com frequência e é citado como um dos organizadores desses grupos.

 

No dia 3 de janeiro, ele publicou um vídeo convocando golpistas para irem a Brasília. Na gravação, disse que "a coisa vai começar nos próximos dias" e escreveu a legenda: "09/01/2023 em diante o Brasil vai parar".

 Randolfo Antonio Dias

Randolfo Antonio Dias, preso em operação contra atos terroristas — Foto: Reprodução

 

Segundo as investigações, ele participava do acampamento golpista em frente ao QG do Exército em Belo Horizonte (MG).

 

Em grupos de mensagens, ele incitava ações ilegais, como bloqueio de refinarias, e enviava áudios desejando pela morte do presidente Lula e do ministro do STF Alexandre de Moraes. De acordo com a apuração, Randolfo não tinha antecedentes criminais.

 

Renan Silva Sena

Vídeo mostra confusão com manifestante vestido de verde e amarelo

Vídeo mostra confusão com manifestante vestido de verde e amarelo


Ex-funcionário terceirizado do governo, Renan usava seu canal em uma rede social para incitar os atos na Esplanada dos Ministérios. Em um vídeo, publicado do QG do Exército no dia 6 de janeiro, ele chamava para uma "grande ação neste fim de semana".

 

 

Renan Silva Sena foi preso em casa, no DF, onde os agentes encontraram R$ 22 mil em espécie.

 

Em 2020, ele já tinha sido levado à delegacia pelos crimes de calúnia e injúria, após divulgar vídeo com ofensas contra autoridades dos Três Poderes e o governador Ibaneis Rocha (MDB). Ele foi liberado após assinar um termo de comparecimento em juízo.

 

Alguns meses antes, no mesmo ano, ele xingou e agrediu duas enfermeiras durante um ato pelo isolamento social, em Brasília.

 

Soraia Bacciotti:

Soraia Bacciotti, presa durante operação contra atos golpistas — Foto: Instagram/Reprodução

 

Intérprete de libras, Soraia é do Mato Grosso do Sul e também participava de ações de bolsonaristas radicais.

  

Raif Gibran Filho


Raif Gibran Filho foi alvo da operação Lesa Pátria, da PF — Foto: Twitter/Reprodução

 

Em uma rede social, Raif aparece nos ataques do último dia 8, chamando as pessoas para participarem das ações e xingando aqueles que não estavam na Esplanada dos Ministérios. Durante o cumprimento do mandado da PF, ele fugiu do local.

 

Leonardo Alves Fares

Leonardo Alves Fares, após invadir o plenário do Senado (8) — Foto: Reprodução

  

Rieny Munhoz Marçula

Rieny Munhoz Marçula, de Campinas (SP), esteve nos atos golpistas em Brasília e segundo a AGU financiou um ônibus para bolsonaristas — Foto: Reprodução

 

Rieny Munhoz Marçula, de Campinas (SP) foi uma das empresárias que teve os bens bloqueados após ser apontada como uma das financiadoras do transporte de envolvidos nos atos de terrorismo em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro.

 

Segundo documentos encaminhados à AGU pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rieny financiou a contratação de um ônibus com placas de Jundiaí (SP) que saiu de Campinas (SP) com 39 pessoas rumo a Brasília (DF).

 

Investigação

Os alvos são investigados pelos seguintes crimes:

 

abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

golpe de Estado;

dano qualificado;

associação criminosa;

incitação ao crime;

destruição;

deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

 

Segundo a corporação, as investigações continuam. A Polícia Federal pede para que, caso alguém tenha informações sobre pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os ataques do último dia 8, encaminhe a identificação para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.

 


Salão térreo do Palácio do Planalto após atos de vandalismo — Foto: Adriano Machado/Reuters

 

Atos golpistas e criminosos em Brasília

Bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

 

O ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia foi sem precedentes na história do Brasil. Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. 

 

O prejuízo ao patrimônio público, de todos os brasileiros, ainda não foi calculado. Ao todo, mais de 1,8 mil foram detidas e 1,4 mil permaneceram presas.

 

Bolsonaristas golpistas invadem Planalto, Congresso e STF — Foto: AP Photo/Eraldo Peres

 

Liberados

Nesta quinta-feira (19), a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) começou a instalação das tornozeleiras eletrônicas nos bolsonaristas radicais soltos após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Até esta quarta-feira (18), 200 pessoas tinham sido liberadas por decisão do ministro, relator do caso na Corte. Outras 354 tiveram a prisão convertida em preventiva e vão ficar detidas por tempo indeterminado. Segundo a última atualização, faltavam analisar 885 casos.

  

De acordo com a decisão, as pessoas que foram soltas continuam sendo investigadas e são consideradas suspeitas. Além do uso de tornozeleira eletrônica, Alexandre de Moraes determinou que os bolsonaristas soltos cumpram as seguintes medidas:

 

proibição de ausentar-se da comarca;

recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana;

obrigação de se apresentar à Justiça quando forem convocados e todas as segundas-feiras;

proibição de sair do país

cancelamento de todos passaportes emitidos no Brasil;

suspensão de qualquer documento de porte de arma de fogo e de certificados de registro para realizar atividades de colecionamento de armas;

proibição do uso de redes sociais;

proibição de se comunicar com outros investigados por qualquer meio.

VÍDEOS: mais assistidos do g1

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/01/20/veja-quem-sao-alvos-da-operacao-contra-financiadores-e-participantes-de-atos-terroristas-em-brasilia.ghtml

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