segunda-feira, 26 de junho de 2023

Ex-policial vítima de homofobia denuncia “lista de presença” de PMs em reuniões da Universal

 Publicado por  Augusto de Sousa  -

 Atualizado em 25 de junho de 2023 às 9:23

Leandro Prior, ex-policial militar de São Paulo. Foto: reprodução

Na última quinta-feira (22), 700 integrantes do 11° Batalhão ocuparam se reuniram na Igreja Universal, ocupando quase todos os bancos do templo da avenida Brigadeiro Luis Antonio. O ex-policial militar, Leandro Prior, contou que esse tipo de evento é comum. Ele pediu exoneração ao denunciar perseguição de superiores por ser homossexual.

“Saí da academia de soldados em 2015 e desde o início fui convocado para eventos desse tipo”, Leandro contou à coluna do Chico Alves, do Uol.

Apesar do pretexto da corporação de reunir tropas por motivos protocolares, como anúncio de homenagens e promoções, os encontros sempre contam com a participação de um pastor e menções bíblicas, além de orações. Prior, que é adepto do candomblé, não se sentia confortavel.

“É algo constrangedor, porque contempla as pessoas de uma religião e as outras têm que ficar em silêncio”, observa ele, que é coordenador da Setorial Estadual de Segurança Pública do PT/SP.

Para o ex-soldado, o pretexto de que os templos são usados pela PM apenas porque comportam um número maior de pessoas não convence, já que a corporação chegou a ocupar outros espaços, que nunca mais voltaram a receber essas reuniões.

Integrantes da PM de São Paulo, em reunião na Igreja Universal - Reprodução de Instagram
Integrantes da PM de São Paulo, em reunião na Igreja Universal. Foto: reprodução

“O verdadeiro objetivo é criar um laço entre a corporação, seus membros e aquele local (os templos)”, acredita Prior, que atualmente trabalha na Assembleia Legislativa de São Paulo como assessor da deputada Professora Bebel (PT).

Nessa entrevista, ele fala sobre os três riscos dessa perigosa simbiose entre a Polícia Militar e a Igreja Universal. Segundo ele, a fragilidade mental, gerada pelo estresse dos PMs, facilita a adesão dos agentes à religião. Ele também contou que havia uma lista de presença na igreja, com dados como telefone, e-mails e nomes completos, que seriam utilizados para fins religiosos, políticos e partidários.

Por fim, o ex-policial falou da perigosa ligação que poderia existir com a igreja: “O terceiro risco é o policial criar vínculo ainda que forçado com a instituição. No momento da “necessidade” esse vínculo seria acionado, o policial sempre há de estar ao lado deles”.


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