A ciência por trás do vício em
pornografia,
POR REDAÇÃO
De acordo com estudos recentes, o seu site preferido de XXX pode ser considerado praticamente um traficante de prazeres solo. Essa semana, o canal AsapSCIENCE no YouTube, publicou mais um de seus vídeos divertidos tentando explicar a ciência por trás de assuntos famigerados – sempre com um tom descontraído, porém com total embasamento técnico. Já explicaram a biologia por trás do amor, dos orgasmos, e é claro, temas mais previsíveis como o uso de diversas drogas. Mas não para por aí. As explicações científicas por trás de um sonho vívido ou até mesmo um apocalipse zumbi estão presentes entre os vídeos, mas dessa vez o tema foi uma leve ameaça à indústria dos filmes pornográficos.
Mitchell Moffit e Gregory Brown, as mentes por detrás do divertido canal, afirmam que a pornografia equivale à 25% dos termos procurados em ferramentas de busca, sendo a quarta maior razão pela qual as pessoas utilizam a internet. Será mesmo que seu querido cônjuge está apenas checando o email? E se você achava que essas pesquisas na calada da noite fossem apenas um desejo carnal inato, está na hora de começar a repensar no assunto. Embora a maioria das pessoas acreditem que esse é um desejo movido pelos órgãos sexuais, na verdade, a culpada é nossa própria cabeça.
Essa afirmação vem do fato de que a pornografia tem o poder de reprogramar o cérebro humano devido à sua relação com a dopamina, causando grandes consequências, semelhantes à dependência de drogas. Além disso, a indústria do entretenimento das suas manhãs de domingo vem mudando dinamicamente seu conteúdo ao longo do tempo, e por consequência moldando os gostos e desejos da audiência. Resumo da ópera: pornografia em excesso faz com que você perca o interesse sexual nas coisas mundanas. Mas calma! Não é preciso entrar em pânico, pois aparentemente o efeito é reversível, contanto que você siga uma regra simples: parar de assistir esses vídeos “educacionais”.
Será que isso é realmente um motivo de preocupação?
Neurocientistas dizem que 'vício em pornografia' não pode ser chamado de
vício
O "vício" em pornografia tem sido alvo de debate entre os psicólogos e pela cultura pop.
Alguns argumentam que a pornografia incentiva a violência e prejudica as relações sexuais. Outros dizem que ele pode ter um lugar numa vida sexual saudável.
Uma nova pesquisa sugere que o pornô, definitivamente, não é viciante.
Um grande estudo de neurocientistas da Universidade da Califórnia (UCLA) descobriram que quando as pessoas veem imagens eróticas, as reações de dependência comuns ao cérebro são invertidas.
No cérebro, o “vício” em pornografia se manifesta de maneira oposta a vícios como a cocaína, cigarros ou jogos de azar. Portanto, devem ser tratados com terapias diferentes.
Seu cérebro e a pornografia
Normalmente, os viciados mostram aumento de reações cerebrais com o objeto de vício. No entanto, os novos resultados, que foram publicados esta semana na revista Biological Psychology, mostraram que as pessoas que lutaram com o consumo excessivo de pornografia tinham diminuído as reações cerebrais quando assistiam à pornografia.
Para o estudo, os pesquisadores recrutaram 122 homens e mulheres. Alguns deles lutaram para controlar o acesso à pornografia, enquanto outros assistiam ao pornô, mas diziam que não tinham quaisquer problemas com seus hábitos televisivos. Os participantes viram uma variedade de imagens - algumas sexuais, outras não - enquanto suas ondas cerebrais foram monitoradas.
Os pesquisadores mediram o potencial positivo tardio (PPT) no cérebro, o que reflete "a intensidade de uma resposta emocional", explicou o co-autor Dr. Dean Sabatinelli.
"Isso significa que cérebro não estava se sensibilizado às imagens sexuais, o que é importante porque cada outra substância ou vício faz o viciado se sensibilizar ", indicou a Dra. Nicole Prause, neurocientista da universidade e autora principal do estudo.
Em um estudo anterior, Nicole e seus colegas mostraram que viciados em cocaína aumentaram reações PPT às imagens de cocaína.
"Isso ocorre com imagens de cigarros em fumantes e imagens de jogos em viciados em jogos, entre outros. O fato de que isso parece o oposto em pessoas que relatam problemas gerenciamento de seus hábitos vendo pornografia torna diferente de todos os outros vícios".
Vício por qualquer outro nome
Então o que devemos fazer com o fato de que muitas pessoas que lutam com desejos incontroláveis para assistir filmes pornô?
Embora esses comportamentos possam ser graves o suficiente para justificar o tratamento, os autores do estudo argumentam que rotular o pornô como viciante levou a tratamentos caros e ineficazes.
"Alguns lugares dizem tratar o vício em sexo ou pornografia, mas, na verdade, não temos nenhuma evidência de que esses tratamentos são eficazes", disse a Dra. Nicole. "Acredito que muitos pacientes estão pagando por tratamentos muito caros que não são úteis. E podem ser prejudiciais".
Portanto, se a pornografia funciona diferente de outros vícios, como os pesquisadores sugerem, seria lógico que ela fosse tratada de forma diferente.
"Algumas pessoas lutam claramente para regular seu hábito em assistir pornografia, mas é importante saber o motivo", conta Dra. Nicole Prause, neurocientista da UCLA e autor do estudo principal. "Chamá-lo de vício pode prejudicar os pacientes, por isso, devemos exigir tratamentos apoiados por pesquisas”. A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) tem mostrado um potencial significativo nos primeiros ensaios clínicos e é uma opção de tratamento que pode funcionar, segundo a pesquisadora.
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