PRF identificou suspeito com mandado de prisão em aberto durante fiscalização; homem de 58 anos disse não saber que possuía pendências com a justiça.
Duas pessoas morrem em acidente na BR-116, em Teófilo Otoni
Em entrevista ao jornal A Tribuna, ele disse que gritos de
crianças eram “fruto” da cabeça dele, ao contrário do que afirmou à polícia
logo após as mortes.
Preso desde o dia 28 de abril acusado de estuprar, agredir e queimar, ainda vivos, o enteado Kauã Sales Butkosvsky, de 6 anos e o filho Joaquim Alves Sales, de 3, Georgeval Alves Gonçalves, o pastor George mudou a versão dada por ele à polícia e durante entrevista, dois dias após as mortes. O pastor afirmou, na época, que foi acordado pelos gritos de socorro das crianças, durante o incêndio na casa da família, no centro da cidade.
Em entrevista ao jornal A Tribuna, Georgeval afirma que
pensou ter ouvido as crianças gritarem, devido ao seu estado emocional, no
momento. Disse ainda ser inocente no caso das mortes das crianças e do estupro
de uma ex-funcionária. As perguntas foram enviadas pelo jornal ao pastor
através de seu advogado Helbert Gonçalves, que esteve no presídio no final de
semana.
Naquele dia, durante o incêndio, o que as crianças gritaram?
Naquele dia, eu estava muito cansado e, após colocar meus
filhos para dormir, adormeci também, com um sono muito pesado. Quando senti o
cheiro da fumaça pela casa, entrei em desespero. Corri para o quarto e, quando
abri a porta, tudo estava em chamas. Entrei em choro naquele momento.
E o que eles gritaram?
Angústia e a sensação de impotência tomaram conta de mim,
naquele momento. Por isso, eu pensei ter ouvido meus filhos me gritando. Eu
comecei a chamá-los. Acredito que era fruto da minha cabeça, tamanha era minha
aflição naquela hora.
O que tem a dizer sobre as acusações contra você?
Eu não sou essa pessoa que, hoje, a sociedade hostiliza.
Muito menos, essa figura criminosa que a polícia apresentou.
Então você é inocente?
Eu nunca, jamais violentaria ou abusaria de uma criança.
Eles eram meus filhos! Pelos amor de Deus, eu sou inocente! Estou sendo acusado
injustamente.
As pessoas questionam muito a sua atitude no momento que
perdeu seus filhos. Como você explica sua conduta em determinadas situações
após as mortes das crianças?
Não foi frieza. Pucos conhecem a minha história e sabem
dizer como a minha vida foi dura e sofrida. Desde o meu nascimento, tudo o que
eu fiz foi lutar pela minha sobrevivência. O que a população sabe sobre mim
foram coisas que outros contaram e não eu. Eu tenho uma história.
E qual é a sua história?
Já passei fome, morei em orfanatos, morei nas ruas, apanhei
de pessoas covardes e não tinha ninguém para me defender. Tudo isso aconteceu
quando eu ainda era apenas uma criança.
Por que deu entrevista logo após a morte das crianças?
Na verdade, eu não queria dar entrevista nenhuma. Não estava
preparado psicologicamente para isso. Não estava sabendo lidar com a perda dos
meus filhos. Tudo isso ainda está sendo muito difícil para mim e para minha família. Naquele momento,
estávamos acompanhados de um pastor da igreja. Quando saímos do IML (DML), ele
nos direcionou para falar com a imprensa, para dar uma satisfação a população,
enquanto pastores.
E sobre ter ido para uma lanchonete e a foto tirada no
hotel, após as mortes?
Não tínhamos ânimo e nem forças para nada, naquele momento.
Não queríamos sair do hotel para nada. Estávamos esperando em Deus que aquele
momento terrível passasse. Mas o pastor que estava conosco, nos auxiliando
naquele momento, nos aconselhou que saíssemos para comer fora. Que isso nos
ajudaria a não ficar lembrando da perda dos nossos filhos.
E a selfie no elevador?
A selfie foi tirada para lembrar a mim e a minha esposa que,
mesmo diante daquele momento difícil de perda, ainda éramos uma família.
Iríamos restaurar nossa casa.
Você está sendo acusado de abuso sexual por uma
ex-funcionária do seu salão. O que tem a dizer sobre isso?
Eu sequer tive uma funcionária com o nome que me disseram.
Essa pessoa a quem estão acusando não sou eu! Eu nunca abusaria de uma criança,
menos ainda de uma mulher.
O que pensa sobre a prisão de Juliana?
Outra injustiça. Assim como eu, minha esposa também perdeu
os filhos e está sendo acusada de um crime que também não cometeu.
Se pudesse olhar nos olhos dela, o que você falaria?
(Choro)Que ela acreditasse na minha inocência e pediria
perdão por toda essa exposição a que estamos passando e que a amo, mais do que
tudo. Pediria que ela se lembrasse do homem que eu sou e não desse que dizem
que sou.
O que espera do futuro?
Que a verdade seja revelada e que minha inocência seja
comprovada e mais uma vez repito: sou ser humano, como qualquer outro, sujeito
a falhas... Mão não cometi qualquer crime contra meus filhos ou qualquer outra
pessoa.
Fonte: Jornal A Tribuna.
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