Segundo a Polícia Civil, o grupo, denominado BT16, atuava na região do bairro Bethânia com uma estrutura que movimentava ações criminosas em parceria com investigados no Rio de Janeiro.
Por Cristiane Rodrigues, g1 Vales de Minas Gerais —
Governador Valadares
Informações sobre a desarticulação da BT16 foram repassadas pela PC em coletiva de imprensa — Foto: Júlia Carvalho / Inter TV dos Vales
A Polícia Civil apresentou, na manhã desta quarta-feira (7),
os resultados da operação que desarticulou uma organização criminosa que atuava
no bairro Bethânia, em Ipatinga. Onze pessoas foram presas entre as 31 que
foram indiciadas.
Segundo a PC, o grupo agia em parceria com Comando Vermelho
(CV), maior facção do tráfico de drogas do Rio de Janeiro. Era do estado
fluminense que vinham os entorpecentes distribuídos na região do Vale do Aço.
Ainda segundo apontam os três inquéritos concluídos sobre a
organização criminosa, o chamado BT16 possuía quatro áreas de atuação no
bairro, considerado um dos mais populosos de Ipatinga.
Dentro dessas áreas, segundo a PC, havia uma estrutura
organizada e cada uma contava com um líder. Todo o dinheiro arrecadado com
roubos, furtos e tráfico de drogas era dividido entre o líder, os vendedores e
os membros do CV.
Toda a ação era coordenada por meio de um aplicativo de
mensagens. Lá os participantes enviavam fotos e vídeos sobre as ações
criminosas, além de avisar sobre a aproximação de viaturas policiais.
Por causa da circulação dessas informações no aplicativo, uma das regras do grupo era destruir o celular, caso fosse capturado por policiais. Em fevereiro do ano passado, um adolescente teria descumprido esta regra e, segundo as investigações, foi o que motivou o assassinato dele por integrantes da organização.
Fotos sobre a movimentação do tráfico de drogas eram postadas no grupo da organização criminosa — Foto: Reprodução
Para a polícia, a morte do jovem foi usada para intimidar os
outros criminosos a seguirem os códigos de conduta impostos pelo chamado
“tribunal do crime”.
Ainda segundo consta nos inquéritos, o grupo tinha a
intenção de dominar todo o tráfico de drogas no Morro do São Francisco, também
pertencente ao bairro Bethânia. Para isso, parte grupo assaltou uma joalheria
para arrecadar dinheiro e assumir o controle do ponto de tráfico.
O assalto foi em abril do ano passado, na cidade de
Araruama. A ação foi gravada pelas câmeras de segurança. Na época, o grupo
roubou cerca de R$ 100 mil em joias, mas acabou detido e o material foi
recuperado. Sete pessoas da região foram presas, entre elas o líder da
quadrilha responsável pela conexão entre Ipatinga e a facção do Rio de Janeiro.
A operação que desarticulou o grupo foi nesta terça-feira
(6) e contou com a participação de 62 policiais civis.
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