quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DIÁRIO NOS BAIRROS CHEGA A ZONA OESTE

2011-08-01
TEÓFILO OTONI – A sequência de visitas do projeto DIÁRIO nos Bairros chega à região oeste da cidade. Estivemos no bairro Concórdia e conferimos de perto as reclamações dos cidadãos. Em T. Otoni parece que as críticas dos vários logradouros são as mesmas: sinalização adequada, limpeza, saúde, recapeamento asfáltico, urbanização e paisagismo.

Zona oeste
A região engloba vários bairros e localidades: Concórdia, Frei Dimas, Palmeiras, Gangorrinha, Jardim das Acácias, Minas Novas, Turma 38, Suíça I e Suíça II. Destas há uma nítida divisão sócio-econômica. Enquanto o Jardim das Acácias e o Concórdia apresentam índices per capita melhores, e infra-estrutura urbana mais propícia de se viver, há aglomerados onde a intervenção pública encontra desafios de trabalho a longo prazo mais difíceis de sanar. São os casos do Frei Dimas (quarto bairro mais populoso da cidade), Minas Novas e as comunidades da Suíça I e II. Nestas a ocupação se deu sem planejamento, muitos dos casos em áreas invadidas, que não atendidas no tempo devido pelo poder público acabou gerando favelões e áreas de difícil acesso. Até mesmo a locomoção de veículos é dificultada por vias estreitas e em muitos casos sem calçamento.
Outro grave problema na região é a segurança pública, mais precisamente o tráfico de drogas. A existência de muitas facções e bocas de fumo destina centenas de jovens para o crime organizado. Vivendo à margem da sociedade estes meninos e meninas te na marginalidade social o meio (ilícito) de obter renda. Problemas com prostituição, alcoolismo e violência doméstica também são altos. Segundo especialistas em Sociologia, faltam programas de inclusão social e áreas de lazer (as poucas instituições de trabalho filantrópico voltado ao esporte com crianças carentes do entorno utilizam locais precários, como campos de várzea para copinhas de futebol infantil).
Para resumir o pedido de atenção vem de todas as esferas do poder (judiciário, executivo e legislativo).

Lama, saneamento e asfalto
Mas, a reclamação mais presente na boca dos moradores entrevistados pela equipe do jornal apontou problemas nas vias de trânsito e locomoção. Na entrada da Gongorrinha, por exemplo, há, em frente ao ‘Campo do Jorjão’, um vazamento de esgoto de longa data. A Copasa vez ou outra resolve parcialmente o problema, já que em poucas semanas, segundo os moradores e até mesmo matérias divulgadas no DIÁRIO, o vazamento volta a acontecer. Reportagens do periódico já flagraram crianças atravessando de chinelo o local, tendo contato com o esgoto das residências. Um problema crônico, que passa por um trabalho de manilhamento para remanejamento fluvial e pluvial. “É triste ver os moradores da nossa comunidade passar pela humilhação de caminhar todos os dias, durante anos, em meio ao esgoto. Sem contar o mal cheiro. São coisas assim que afetam até a auto estima da gente”, declara Pinheiro, que a anos pede atenção para o este fato vivido pelos habitantes da Gangorrinha.
Na partes alta dos morros os munícipes pedem por asfalto ou até calçamento, pois em vários pontos o percurso é em terra batida. Na chuva o problema é a lama, enquanto no tempo seco a poeira, no qual pululam dificuldades respiratórias, principalmente em crianças, e o conseqüente empoeiramento de ruas e casas. “Salvação no calor é quando raramente passa o caminhão pipa. Esperamos muita coisa aqui”, relata uma antiga moradora da parte alta do Frei Dimas, que preferiu não se identificar.
Já o internauta Mauro de Souza, morador da região, deixou seu pedido no site do DIÁRIO (www.diariodeteofilootoni.com.br). Ele cobra melhor iluminação pública. Segundo ele a Praça dos Ferroviários está às escuras.

Projeto do DIÁRIO obtém reconhecimento
As reportagens do periódico sobre as realidades dos bairros na visão dos moradores têm chamado a atenção do poder público, principalmente do legislativo municipal. O vereador Paulo Alecrim (PDT), chegou a falar positivamente da iniciativa do jornal em entrevista a uma rádio da cidade. Em outros pontos fomos acompanhados nos nossos trabalhos pelos vereadores Thalles Contão (PT) e Luizinho JK (PTN). O fato de apontar os problemas, literalmente através da boca dos moradores é um excelente portal tanto para a reivindicação dos habitantes surtir efeito, se fazer sentida, bem como para a ação e visão dos problemas locais por parte do poder público municipal.
As manifestações positivas são recebidas também no site do jornal, conforme se manifestou o internauta Mauro de Souza por meio de recado eletrônico postado na página do site. “Parabéns ao Jornal Diário, pelo projeto de visitação aos bairros e ouvir a comunidade em seus pleitos. Com essa atitude o Jornal se aproximará mais da comunidade e ajudará o poder público, saber mais dos problemas que afligem nossos bairros”, escreveu.




Rua José Quirino, principal via do bairro Palmeiras e uma das mais importantes para a região Oeste. Ao alto parte sul do aglomerado Frei Dimas


Devido a ocupação irregular e desenfreada, e a não existência de estratégias de combate e controle, quase a totalidade da região é de vulnerabilidade social. No detalhe foto tirada da rua Coronel Ramos, bairro de Fátima, região central de T. Otoni


A região oeste é marcada por maciça presença de áreas favelizadas


Um grave problema são as vias estreitas. Por incrível que pareça a rua Júlio Costa (foto) é de mão dupla. A ocupação e expansão da região pelas margens da via (antes trecho da estrada de Ferro) não foi acompanhada de um planejamento para o trânsito

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