quarta-feira, 28 de julho de 2021

Jovem era chamado de "porco" e "imundo" por pastor, diz vítima de aliciamento

 Taco de beisebol foi apreendido em operação contra trabalho infantil em igreja de Maringá, no Paraná. Três foram presos preventivamente

por: Primeiro Impacto | 

A polícia começou a ouvir as crianças e adolescentes vítimas de aliciamento por parte de pastores evangélicos de uma igreja em Maringá, no Paraná. Quatro adolescentes prestaram depoimento na última terça-feira (27).

O caso veio à tona na última sexta (23) em uma operação da Polícia Civil, que descobriu um esquema de venda de pizzas em igrejas da cidade e municípios vizinhos, com jornadas de trabalho abusivas aos jovens. 

De acordo com a investigação, as ameaças eram constantes e um bastão de beisebol chegou a ser apreendido. O objeto é alvo de questionamentos sobre possíveis agressões cometidas pelos suspeitos. A situação de um rapaz com deficiência intelectual que supostamente morava no subsolo da igreja também é investigada.

Um dos acusados é Gerdal Costa, é "apóstolo" da denominada Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus. A esposa, "bispa" Seuma Costa e o filho do casal, o pastor Gerdal Costa Júnior, também são suspeitos. Os três foram presos preventivamente na operação contra o trabalho infantil análogo à escravidão.

"Fui lá como voluntária porque eu me sensibilizei com a história. Como voluntária da obra de Deus, eu fui lá, carregar, vender pizza. Eu só conseguia carregar cinco pizzas, eles me fizeram carregar dez", relatou uma adolescente vítima, acrescentando que os acusados diziam que ela era "fraca" e a humilhavam com trechos da bíblia "pra me fazer sentir incapaz".

Os jovens eram convencidos a dizer aos clientes que o dinheiro arrecadado com a venda do alimento seria destinado ao tratamento de crianças com câncer. Segundo a adolescente, os pastores agrediam e humilhavam um outro menino, chamando-o de "porco" e "imundo".

Os líderes religiosos também são acusados de ameaçarem, com uma arma, fiéis que tentassem tirar os filhos do esquema. Os pastores devem ser ouvidos no fim de semana.

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