PF deflagra operação que investiga crimes contra comunidade indígena em MG.
De acordo com a PF, sete mandados de apreensão foram
cumpridos em Santa Helena de Minas contra suspeitos que retinham documentos e
cartões bancários de índios maxakalis.
Por Cristiane Rodrigues, g1 Vales de Minas Gerais
08/12/2022 09h32
Atualizado há 4 horas
A Polícia Federal de Governador Valadares deflagrou, na
manhã desta quinta-feira (8), a operação “Déjà Vu”, que investiga crimes contra
a Comunidade Maxakali, em Santa Helena de Minas. Sete mandados de busca e
apreensão foram cumpridos.
De acordo com a PF, os investigados faziam a captação e
retenção de documentos e cartões sociais, e bancários, pertencentes a índios da
comunidade de forma indevida.
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Os suspeitos vendiam produtos para os indígenas com valor
superior ao praticado no mercado e depois ‘confiscavam’ os cartões como
cobrança da dívida.
A operação recebeu este nome que, em francês, significa “já
visto” porque, segundo a PF, não é a primeira vez que os envolvidos são
investigados pelos mesmos crimes. Eles podem responder por estelionato, ameaça,
apropriação indébita e extorsão.
Índio da tribo Maxakali é morto a golpes de faca por outro
índio em Santa Helena de Minas
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da Justiça Federal de
Teófilo Otoni. A condenação para esses crimes pode ser superior a 19 anos de
prisão, além de pagamento de multa.
Investigação anterior
A Polícia Federal já realizou uma operação semelhante em
Santa Helena de Minas para combater o mesmo crime, em agosto de 2020. Investigados
também faziam a retenção de documentos e benefícios da comunidade indígena. O
Jornal Nacional (veja a reportagem abaixo) esteve na região e mostrou detalhes
da organização criminosa, que se aproveitava da dificuldade de comunicação dos
maxakalis para explorar os índios.
Na época, cerca de 200 cartões de benefícios sociais foram
apreendidos e três mercados da região foram investigados por cobrar preços
exorbitantes dos índios. Um deles teria sido agredido e torturado por membros
da quadrilha após cancelar o benefício social para se livrar da extorsão.
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