Crime aconteceu foi na tarde do dia 28 de junho. David Alexandre Castorino Moreira foi baleado três vezes e morreu ainda no local. O suspeito do crime é o policial penal Willian Lopes dos Santos.
Por Camila Falabela, g1 Minas — Belo Horizonte
David e Ana Carolina — Foto: Arquivo pessoal
Prints de conversas em uma rede social obtidos pelo g1 mostram uma conversa entre mãe e filha e David Alexandre Castorino Moreira, de 23 anos. Ele foi assassinado em uma loja caça-níquel após chamar as duas de "barangas". (veja imagem abaixo)
A vítima estava no trabalho, no bairro Copacabana, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, quando houve uma discussão entre ele e o suspeito, Willian Lopes, pai da garota e marido da mulher. O crime foi na tarde do dia 28 de junho. David foi baleado três vezes e morreu ainda no local. Câmeras de segurança registraram o fato.
Na troca de mensagens feita um dia antes do crime, David disse à menina: "Se enxerga, garota. Você não é boa o suficiente pra mim. Mais uma vez, obrigado por cumprir seu papel. Trouxa!".
Print conversa 'barangas' — Foto: Reprodução
Print conversa 'barangas' — Foto: Arquivo pessoal
A adolescente respondeu chamando o jovem de ridículo e mandou ele "se ferrar". Davi retruca dizendo: "Vai você, baranga. Nunca gostei de você". Neste momento, a mãe da menina envia um áudio em defesa da filha.
"Você não tem o direito de invadir o WhatsApp dela e ficar insultando ela, não. Você vai resolver a sua vida pra lá e não mexe com a minha filha, não", disse a mulher.
Ainda na conversa, David também a chama de baranga e sugere que ela faça uma janta. A mulher, por sua vez, o ameaçou dizendo" 'Você vai ver a janta que eu vou fazer. Me aguarde!". (ouça áudios abaixo)Reproduzir vídeo
Confira os áudios na íntegra:
- "Você não tem o direito de invadir o WhatsApp dela e ficar insultando ela, não. Você vai resolver a sua vida pra lá e não mexe com a minha filha, não."
- "Você vai ver a janta que eu vou fazer. Me aguarde!"
Policial penal é suspeito de atirar contra funcionário de caça-níquel, que chamou filha e esposa dele de 'barangas'. — Foto: Reprodução/Câmeras de segurança
Chamou de 'baranga'
Câmeras de segurança registraram o crime, que aconteceu na última sexta-feira (28), no bairro Copacabana, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte (veja vídeo abaixo).
Segundo a polícia, David Alexandre Castorino Moreira, de 23 anos, foi morto por causa de mensagens postadas em um rede social. Ele teria chamado uma menina de 17 anos para sair. A adolescente recusou as investidas do jovem e disse que contaria para a ex-namorada dele o que estava acontecendo. O rapaz, então, começou a chamá-la de "baranga".Reproduzir vídeo
A mãe da menina entrou na conversa repreendendo o rapaz, que também a chamou de baranga e a mandou "fazer uma janta".
Foi então que o policial penal, de 43 anos, pai da adolescente e marido da mãe dela, ficou sabendo do que aconteceu e foi até o local de trabalho da vítima, a loja de jogos de azar, para tirar satisfações.
Os dois começaram uma discussão acalorada, até que o policial penal atirou contra David e fugiu. O Samu foi acionado e, quando chegou, o jovem já estava morto.
Jovem morto após chamar mulher e filha de policial de 'barangas': o que se sabe e o que falta esclarecer
'Ele só quis fazer ciúme em mim'
David morava junto com a namorada Ana Carolina Lopes há dois anos. Em conversa com a equipe de reportagem, Ana disse que, para provocar ciúmes nela, após uma briga, David mandou uma mensagem para uma amiga do casal.
"A gente tinha brigado e terminado. Aí, pra me fazer ciúmes, ele mandou uma mensagem para uma amiga minha falando que queria ficar com ela. Depois falou que, na verdade, nunca ia ficar com ela e que ela era uma 'baranga'. Só isso! A gente era um casal muito feliz", contou.
Para os familiares de David, o suspeito "destruiu uma família inteira". Eles pedem justiça.
"Ele não agiu no impulso, não teve uma ameaça contra a filha dele para que tivesse que ir lá tirar satisfação. Simplesmente, pra mim, ele é um bandido mesmo", desabafou Raquel Cristina Castorino Porto, tia de David.
Suspeito continua trabalhando como policial
O suspeitos Willian Lopes dos Santos, de 42 anos, continua trabalhando como policial penal na Penitenciária Nelson Hungria. A informação foi confirmada ao g1, nesta quarta-feira (3), pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).
Willian Lopes dos Santos, de 42 anos, se apresentou na tarde desta terça-feira (2) — Foto: Arquivo pessoal
Em nota, a Sejusp informou que, assim que as investigações da corregedoria forem finalizadas, vai definir quais medidas a serão tomadas em relação ao servidor. Informou também que arma usada no crime foi recolhida pela Polícia Civil e destacou que "não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus profissionais".Reproduzir vídeo
Vale lembrar que Willian se apresentou na tarde desta
terça-feira (2), no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), porém foi ouvido e liberado, já que passou o período considerado
flagrante.
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