sábado, 20 de julho de 2024

Médico negou soro e mandou mãe colocar blusa em bebê que morreu 40 minutos após liberação de UPA

 Theo Souza estava com a pele gelada, segundo a mãe, e morreu em Mococa (SP). Polícia Civil informou que vai apurar o caso e laudo com a causa da morte deve sair em 30 dias.

Por Ana Marin, g1 São Carlos e Araraquara

Theo Souza morreu 40 minutos após ser liberado de UPA em Mococa, no interior de São Paulo — Foto: Reprodução/Facebook

Theo Souza morreu 40 minutos após ser liberado de UPA em Mococa, no interior de São Paulo — Foto: Reprodução/Facebook

O médico que atendeu o bebê de 1 ano e seis meses que morreu 40 minutos depois ser liberado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mococa (SP) mandou a mãe colocar uma blusa na criança quando ela disse que o filho estava com a pele gelada.

"Ele ouviu o pulmão, fez raio x e passou um antibiótico. Questionei que o menino estava gelado e ele disse 'põe blusa no menino que [ele] está com frio', mas não estava frio", contou Camila Souza.

"Eu implorei pra ele por soro nele [bebê] e o doutor disse 'soro é água e sal', questionei que o menino não estava conseguindo beber água e ele mais uma vez não me ouviu. Pedi que ele desse antibiótico injetável e mais uma vez ele negou", lamentou a mãe.

Camila levou o filho por duas vezes na UPA, uma na sexta-feira (12) e outra no domingo (14). O pequeno Theo Souza morreu 40 minutos após ser liberado, no domingo.

Como o médico não teve a identidade divulgada, o g1 não conseguiu localizar a defesa dele para comentar o caso.

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    A Polícia Civil informou que vai abrir inquérito para apurar o caso. O laudo com a causa da morte deve sair em 30 dias.

     

    "O caso foi registrado como morte natural na Delegacia de Mococa. A autoridade aguarda o comparecimento da mãe do menor para esclarecimentos acerca das circunstâncias da morte da vítima. Detalhes serão preservados por envolver menor de idade", informou a Secretaria de Segurança Pública.

Em nota, a Prefeitura de Mococa lamentou a morte e disse que o "atendimento clínico foi prestado, inclusive com a realização de exame e prescrição de medicamentos pelos profissionais que atenderam o paciente". (Veja abaixo o posicionamento completo.)

Veja como foram os 2 atendimentos:

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mococa — Foto: Prefeitura de Mococa/Divulgação

Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mococa — Foto: Prefeitura de Mococa/Divulgação

  • Sexta-feira, 12 de julho: A mãe levou a criança à UPA com dor de garganta. O médico que fazia plantão neste dia diagnosticou a criança com estomatite e a medicou;
  • Sábado, 13 de julho: A criança continuava amuada, mas a mãe optou por não a levar à UPA já que o médico tinha dito que o caso era viral e que iria melhorar;
  • Domingo, 14 de julho: Como a criança não se alimentava e estava fraca, a mãe resolveu levá-la novamente até a UPA. Durante a consulta, ela disse que o menino tinha sido diagnosticado com estomatite, mas que o menino estava cansado.
    A mãe disse que o médico que o atendeu ouviu o pulmão, pediu um raio x e viu que a criança estava com secreções no pulmão. Foi receitado um antibiótico. A mãe questionou o profissional que a criança estava gelada e disse que ele respondeu que era para colocar blusa no menino que ele estava com frio.
    A mãe contou que pediu para o médico dar soro para a criança, o que foi negado. Ela também pediu antibiótico injetável, o que também foi negado pelo médico. Após ser liberada da UPA, enquanto esperava a carona de uma irmã, o menino morreu.
Theo Souza morreu 40 minutos após ser liberado de UPA em Mococa — Foto: Arquivo pessoal

Theo Souza morreu 40 minutos após ser liberado de UPA em Mococa — Foto: Arquivo pessoal

A mãe voltou para a UPA, tentaram reanimar a criança, mas o procedimento não teve sucesso. Ela disse ao g1 que uma enfermeira foi até ela e passou o que tinha acontecido com o menino.

"Como que o meu filho tem diagnóstico de estomatite na sexta, no domingo passa por atendimento, e um médico que não tem a mínima vontade de atender uma criança, uma vida, não dá a atenção necessária? E meu filho morre após 40 minutos de atendimento", desabafou.

Camila informou que já contratou um advogado e estuda um processo. "Eu vou fazer de tudo pra fazer justiça por você", escreveu em uma postagem nas redes sociais.

O que diz a prefeitura

Bebê de 1 ano e meio morre após ser liberado de UPA duas vezes em Mococa — Foto: Arquivo pessoal

Bebê de 1 ano e meio morre após ser liberado de UPA duas vezes em Mococa — Foto: Arquivo pessoal

Apesar da criança ter morrido 40 minutos após ter sido liberada da UPA, a prefeitura alegou que o atendimento clínico foi prestado ao menino. Veja abaixo o posicionamento completo da administração:

"A Secretaria de Saúde lamenta o ocorrido, rogando a Deus o conforto aos familiares. Os fatos ocorridos estão sendo apurados com muita responsabilidade e respeito à dor dos familiares. O material biológico colhido durante a necropsia será encaminhado para investigação das possíveis causas da infecção que resultaram, lamentavelmente, o óbito. O atendimento clínico foi prestado, inclusive com a realização de exame e prescrição de medicamentos pelos profissionais que atenderam o paciente. Toda a evolução clínica está devidamente documentada nos prontuários."

VEJA TAMBÉM:Reproduzir vídeo

00:00/05:19

Médico de Rio Claro é afastado de UPA depois de liberar menina de 2 anos que morreu

REVEJA VÍDEOS DA EPTV:


https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2024/07/20/medico-mandou-mae-por-blusa-em-bebe-que-estava-gelado-e-morreu-40-minutos-apos-liberacao-de-upa.ghtml

                                           


        

"A Secretaria de Saúde lamenta o ocorrido, rogando a Deus o conforto aos familiares. Os fatos ocorridos estão sendo apurados com muita responsabilidade e respeito à dor dos familiares.


Não vai dar em nada...


EU ME LEMBRO DESSA CENA,"MEDICOS" NO BARSIL VAIANDO OS MEDICOS CUBANOS..QUE MORAL TEM NOSSOS MEDICOS..!


O rosto de Juan Melquiades Delgado, 54, se tornou um símbolo do programa Mais Médicos, assim que o médico cubano colocou os pés no Brasil, em 2013. No aeroporto de Fortaleza, onde desembarcou, ele foi vaiado e chamado de “escravo” por médicos brasileiros que protestavam no local.14 de nov. de 2018



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