Bolsonaristas usaram barras de ferro para agredir agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) hoje à tarde em frente a uma loja da Havan em Rio do Sul (SC), a 190 quilômetros da capital catarinense, Florianópolis.
O ataque, registrado em vídeos obtidos pelo UOL Notícias, ocorreu quando os agentes tentavam identificar os envolvidos em um ato após a liberação de bloqueio na BR-470.
Ao menos dois policiais se feriram com lesões leves na cabeça e braços, segundo a PRF. Ainda de acordo com a corporação, um suspeito de envolvimento na ação foi preso.
Segundo PRF, os manifestantes estavam acampados no local desde 30 de outubro, quando ocorreu o segundo turno da eleição presidencial, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL). Todas as tentativas de negociação fracassaram e a rodovia foi bloqueada às 10h com troncos de madeira, pedaços de concreto e pneus. As negociações continuaram e todas as propostas foram recusadas.
Por volta das 15h30, ainda de acordo com a nota, a PM (Polícia Militar) apoiou os agentes da PRF, que conseguiram liberar o fluxo no local. Quando a pista foi liberada, os policiais tentavam identificar pessoas, que desobedeceram ordem judicial de não bloquear a rodovia, quando foram desacatados e agredidos por manifestantes. A rodovia foi liberada as 17h30.
Foi o segundo ataque a policiais rodoviários federais hoje.
Pela manhã, agentes foram recebidos a tiros por manifestantes em um trecho da
BR-163 em Novo Progresso, no sul do Pará.
Neste caso, ao menos um agente da PRF ficou ferido. Uma criança chegou a passar mal e precisou ser socorrida.
Nas imagens no Pará, é possível ouvir um manifestante comemorando que "o povo expulsou a polícia". "Agora é guerra", diz um deles.
O que mostra o vídeo em Santa Catarina? É possível identificar mais de dez policiais rodoviários federais, atacados com barras de ferro e cadeiras. Inicialmente, eles tentam reagir, mas logo são obrigados a recuar, já que mais de 50 manifestantes aparecem partindo para cima dos agentes nas imagens.
Muitos deles usavam a camisa da seleção brasileira e estavam enrolados em bandeiras do Brasil. O episódio ocorreu por volta das 15h30, logo após a liberação da via, que estava bloqueada havia mais de cinco horas.
Os agentes tentavam identificar os envolvidos na ação, que descumpriram ordem judicial. No local, havia faixas com mensagens de teor antidemocrático, com apoio a uma intervenção militar no país.
O episódio aconteceu perto de uma unidade da Havan, rede de lojas pertencente ao empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (
"Vai morrer gente." Em meio à gravação, feita dentro do estabelecimento, uma pessoa comenta: "Vai morrer gente", ao presenciar as agressões. Em outras imagens, feitas pelos próprios bolsonaristas, uma mulher grita: "vergonha! A gente não está fazendo nada." Enquanto se afastavam, os agentes usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Após o recuo, os agentes contaram com o reforço da tropa de choque da Polícia Militar de Santa Catarina.
Quem é o homem preso? Segundo a PRF, o suspeito preso é um homem de 37 anos que aparece nas imagens atacando um dos agentes com uma barra de ferro.
Por que rodovias têm sofrido interdições? Rodovias federais e estaduais têm sido fechadas pelo Brasil desde a noite do último dia 30 de outubro, data do segundo turno da eleição. Manifestantes não têm aceitado o resultado das urnas.
Durante a semana, mais de 300 trechos de estrada chegaram a ser paralisados. De acordo com a atualização mais recente da PRF, publicada às 15h37, ainda há 15 interdições —fechamentos parciais— de pistas e 4 bloqueios —fluxo totalmente interrompido.
Filhos de Bolsonaro apoiam atos antidemocráticos. O senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) o
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do atual presidente, têm
feito uso das redes sociais para defender atos antidemocráticos, que contestam
a derrota de Jair Bolsonaro para o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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