quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Polícia Federal realiza 2ª fase da operação Glyphosat de combate a fraudes no Programa de Agricultura de Baixo Carbono

 PF cumpriu13 mandados de sequestro de bens e valores, oito de busca e apreensão e dez determinações de intimação. As investigações apontaram que foram liberados de forma fraudulenta cerca de R$ 200 milhões em empréstimos.

Por Marina Pereira, g1 Grande Minas

 

08/12/2022 09h18  Atualizado há 48 minutos

Mandados foram cumpridos em Montes Claros, Ipatinga e Brasília (DF) — Foto: Polícia Federal/Divulgação

 

A Polícia Federal realiza, nesta quinta-feira (8), a segunda fase da operação Glyphosat de combate a fraudes na liberação de financiamentos do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC).

 

Foram cumpridos 13 mandados de sequestro de bens e valores, oito de busca e apreensão e dez determinações de intimação. As ações foram nos municípios de Montes Claros, Ipatinga e em Brasília (DF).

 

A primeira fase da operação foi realizada no mês de novembro e na época, a Polícia Federal informou que as fraudes aconteciam no Norte de Minas, a maioria em Montes Claros. (Leia mais abaixo)

 

“A partir da ocorrência de possíveis fraudes na liberação de financiamentos do programa de Agricultura de Baixo Carbono – ABC, a qual é custeada com recursos federais com taxa de juros subsidiada, iniciaram-se investigações as quais revelaram que, com anuência de gerentes do Banco do Brasil, foram liberados cerca de R$ 200 milhões em empréstimos do citado programa para um grupo de empresários, profissionais liberais e servidores públicos”, informou a PF nesta quinta.

Segundo a Polícia Federal, os investigados “captavam valores que deviam ser direcionados para a plantação de eucalipto e, contrariando as regras do financiamento e a vedação legal, desviavam o recurso aplicando em outros investimentos e bens, inclusive utilizando de pessoas interpostas para ocultar a origem do dinheiro”.

 

Além dos crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, os alvos também são investigados por falsificação de documento e inserção de dados falsos em sistemas de informações.

 

Entenda a primeira fase

A primeira fase da operação Glyphosat foi realizada no dia 17 de novembro e resultou na prisão e afastamento do exercício da função pública de um policial federal, lotado na delegacia de Montes Claros. A polícia não deu detalhes sobre como o servidor agia na fraude.

 

Operação da PF combate fraudes no Programa de Agricultura de Baixo Carbono

Além desse mandado de prisão, foram cumpridos 38 mandados judiciais de sequestro de bens e valores, 35 determinações de intimação e indiciamento e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de busca foram cumpridos nos municípios de Montes Claros, Uberaba, Virgem da Lapa, Belo Horizonte e em Caldas Novas (GO).

 

Em entrevista à Inter TV, o delegado Gilvan de Paula detalhou como o dinheiro desviado era utilizado.

 

“Esse dinheiro que foi adquirido com a finalidade de ser empregado na produção de eucalipto foi desviado para aquisição de bens, quitação de imóveis, aquisição de planos de capitalização e de previdência privada”.

O g1 procurou a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, em novembro, e o órgão informou que as investigações tiveram início a partir de uma apuração interna e as irregularidades foram constatadas pelo sistema de auditoria, em 2016. Esclareceu ainda que foram adotadas todas as medidas disciplinares cabíveis, incluindo a demissão de funcionários envolvidos.

 

Relembre a nota na íntegra

O Banco do Brasil informa que as investigações iniciaram a partir de apuração interna, que detectou irregularidades na contratação de operações de crédito, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. O BB, no seu âmbito de atuação, colabora com as autoridades na investigação de fraudes com repasse de subsídios e possui processos estabelecidos para apuração de eventuais falhas em procedimentos internos ou envolvimento de pessoa do seu quadro funcional. A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar.

 

O Banco do Brasil esclarece que o caso envolve operações de crédito rural contratadas entre 2012 e 2015. As irregularidades foram identificadas e apuradas pelo sistema de auditoria do BB em 2016. No processo de apuração, foram adotadas as sanções disciplinares cabíveis, incluindo a demissão de funcionários envolvidos e a comunicação aos órgãos policiais competentes, com apresentação de notícia crime pelo Banco do Brasil em maio de 2016. O Banco do Brasil reitera seu compromisso de continuar colaborando para o avanço das investigações e apurações das autoridades policiais.

https://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/2022/12/08/policia-federal-realiza-2a-fase-da-operacao-glyphosat-de-combate-a-fraudes-no-programa-de-agricultura-de-baixo-carbono.ghtml

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