Operação da PF desta quinta-feira contou com mandado de prisão contra 5 pessoas, mesmo com manifestação da PGR contrária.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra
a prisão preventiva de cinco investigados na operação da “Abin paralela”.
Segundo o procurador-geral, Paulo Gonet, não existiam “atividades ilícitas
novas ou recentes aptas a indicarem a permanência de riscos à ordem pública”.
Apesar da manifestação contrária, as prisões foram autorizadas pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O grupo é suspeito de integrar uma organização criminosa que monitorava de forma ilegal autoridades públicas e produzia notícias falsas, utilizando sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A PGR avaliava a necessidade apenas de medidas cautelares alternativas aos investigados. Ao todo, quatro acabaram presos nesta quinta, e um suspeito, Rogério Beraldo de Almeida, segue foragido.
De acordo com Moraes, a percepção equivocada da gravidade das ações de servidores foi impregnada pela direção da Abin no tempo da gestão do delegado Alexandre Ramagem.
“A percepção desvirtuada da gravidade dos fatos investigados impregnadas aos servidores responsáveis pelas consultas é deveras prejudicial, posto que os ‘crimes de escritório’ apresentam a natureza transeunte, ou seja, não deixam vestígios”, disse o ministro, em sua decisão.
Ainda nos autos, Moraes ressaltou que não se pode qualificar a solução tecnológica FirstMile, adquirida por aproximadamente R$ 5 milhões, como mero “brinquedo de criança”, ainda mais quando a ferramenta foi usada para monitorar sujeitos sem qualquer pertinência com as atribuições institucionais da Abin.
Moraes decretou cinco prisões
Moraes decretou a prisão de cinco pessoas, nesta quinta-feira (11/7), em ação que investiga o uso do sistema de inteligência FirstMile, por delegados, agentes e servidores públicos.
Segundo a PF, foram constatados elementos concretos de uma organização criminosa que atuava em núcleos para elaboração de dossiês contra ministros, parlamentares e outras pessoas. O objetivo era divulgar narrativas falsas e incitar, direta ou indiretamente, tentativa de golpe de Estado e enfraquecimento das instituições.
“Os investigados, segundo a Polícia Federal, participaram de uma estrutura espúria infiltrada na Abin voltada para a obtenção de toda a ordem de vantagens para o núcleo político, produzindo desinformação para atacar adversários e instituições que, por sua vez, era difundida por intermédio de vetores de propagação materializados em perfis e grupos controlados por servidores em exercício na Abin. O Relatório da Polícia Federal traz prova da materialidade e indícios suficientes dos graves delitos praticados”, disse Moraes em sua decisão.
A Polícia Federal cumpriu os cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
Até o momento, o Metrópoles confirmou as prisões de Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão anterior; Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal; e Richards Dyer Pozzer. Rogério Beraldo de Almeida é considerado foragido.
Investigados
Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvo de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente inverídicas.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
https://www.metropoles.com/brasil/pgr-foi-contra-prisao-preventiva-de-investigados-por-abin-paralela
Erro médico ocorreu no dia 11 de junho, na Santa Casa de Birigui (SP). Questionada, a unidade informou que não comentará sobre o caso. Sete funcionários foram advertidos após sindicância.
Por g1 Rio Preto e Araçatuba
José Aparecido Faria, de 72 anos, vítima de erro médico na Santa Casa de Birigui (SP) — Foto: Arquivo pessoal
A Santa Casa atribuiu a culpa do erro médico ao idoso, de 72 anos, diagnosticado com hemorroida, que foi operado erroneamente da vesícula e só descobriu ao acordar da anestesia em Birigui (SP), segundo o advogado de defesa do paciente. O procedimento cirúrgico ocorreu no dia 11 de junho.
Questionada pela TV TEM, a Santa Casa informou que não vai comentar sobre o caso. Após a conclusão da sindicância aberta pelo hospital para investigar o ocorrido no centro cirúrgico, sete funcionários, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, foram advertidos pela instituição .
Diagnosticado com hemorroida, idoso descobre que foi operado da vesícula na Santa Casa de Birigui (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Os funcionários continuam trabalhando no hospital. Um deles, contudo, foi afastado por 30 dias. Durante o período de afastamento, ele não receberá o salário.
Em relação aos médicos, sendo a cirurgiã e o anestesista, a unidade de saúde informou que, por não fazerem parte da equipe de funcionários contratados pela instituição, a sindicância será encaminhada ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, que deverá decidir sobre a punição.
Santa Casa de Birigui (SP) — Foto: Santa Casa/Divulgação
Ao g1, Fernando Guido e Tainá Doná, que representam José Aparecido Faria, disseram que a sindicância alegou que o paciente não alertou os funcionários e médicos sobre a cirurgia que faria e, por isso, cooperou com o erro.
Conforme os advogados, na sindicância foi discutido que os enfermeiros questionaram se José faria a cirurgia de colecistectomia - para retirada da vesícula - e o paciente respondeu que sim. Contudo, o idoso negou que tenha sido perguntado sobre o tipo de procedimento.
José Aparecido Faria, de 72 anos, mostra cicatriz provocada por cirurgia errada em Birigui (SP) — Foto: Arquivo pessoal
"As pessoas que participaram da sindicância alegaram, para se defender, que perguntavam para o José se ele faria a colecistectomia, que é um termo complicado, e ele falava que sim. Só que é um absurdo, uma vez que o paciente não tem obrigação de saber o termo técnico. Então, para eles, o José teve culpa na situação", afirmaram os advogados.
Diante do caso, a família, indignada, iniciou um processo na Justiça contra a Santa Casa. Junto à ação, os advogados confirmaram que incluíram o documento da sindicância com o posicionamento do hospital sobre o episódio, que não divulgou uma explicação para o erro médico.
"É um absurdo o que eles estão tentando fazer, porque é dever e obrigação deles analisarem documentação e exames para saber o que realmente a pessoa vai fazer. Se for dessa forma, se eles tivessem perguntado para o José e ele dissesse que era cirurgia no pé, eles teriam operado o pé dele. Então é uma atribuição de culpa que não tem cabimento algum", lamentam os advogados.
ProcedimentoReproduzir vídeo
O procedimento de retirada da vesícula durou quase cinco horas. Quando José acordou da anestesia, percebeu que estava com um corte de aproximadamente 15 centímetros na barriga, que totalizava nove pontos.
Naquele momento, foi informado pelo enfermeiro de que teve vesícula retirada e não operou da hemorroida, como era previsto.
O que deveria ser um procedimento que o curaria tornou-se um pesadelo com consequências físicas e emocionais para José Aparecido. Após a realização do procedimento, o idoso teve que se adaptar a uma nova rotina, com cuidados principalmente com a alimentação.
Segundo ele, a ausência da vesícula, que estava saudável, afetou diretamente a capacidade de digerir alimentos gordurosos, obrigando-o a fazer uma dieta rigorosamente controlada.
"Infelizmente, de hoje em diante, vou ter que fazer diversas adaptações no meu dia a dia, a começar com a dieta, que terá que ter restrições devido à retirada da minha vesícula, que, registra-se, estava velhinha, mas estava boa", reforçou o idoso.
Além dos desafios físicos, o erro médico deixou marcas
emocionais. Isso porque, apesar de o hospital oferecer outra equipe para fazer
o procedimento adequado para a remoção da hemorroida, José confirmou que não
deseja mais fazer a cirurgia por estar abalado.
Na fila de espera pela operação há três anos, o idoso conviveu com as dores diárias, até receber a confirmação de que faria o procedimento no dia 7 de junho deste ano. Mesmo com medo, foi internado no hospital e só descobriu que foi operado da vesícula ao ver o curativo na região da barriga.
"Fui fazer uma cirurgia, saí com outra, e o problema aqui continua. Confesso que, se já estava com medo antes, imagine agora", declara José.
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