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Tiros contra caravana de Lula foram um ataque planejado, diz
delegado
Ônibus foi alvo de disparos no dia 27 de março, entre Quedas
do Iguaçu e Laranjeiras do Sul; responsável pelas investigações deve pedir mais
30 dias para concluir o inquérito.
Por Fabiula Wurmeister e Cícero Bittencourt, G1 PR e RPC
Cascavel
02/05/2018 12h59
Atualizado há 3 anos
Ônibus da caravana do ex-presidente Lula foi atingido por tiro no dia 27 de março; investigações continuam — Foto: PT/Divulgação
O delegado Hélder Lauria, responsável pelas investigações
sobre o ataque à caravana do ex-presidente Lula no Paraná, declarou que os
tiros contra os ônibus foram um ataque planejado.
"Se foi uma só pessoa que fez [os disparos], a pessoa
planejou o ataque, direcionou o tiro", afirmou o delegado.
Os veículos foram alvo de disparos no dia 27 de março, em um
trecho da PR-473 entre Quedas do Iguaçu, no oeste do estado, e Laranjeiras do
Sul, na região central do estado.
De acordo com Lauria o atirador se posicionou e esperou a
caravana passar para atirar. O delegado disse, no entanto, que ainda não é
possível afirmar o local exato dos disparos e o motivo.
“Quem fez isso sabia o que estava fazendo. Não podemos dizer
que foi algo orquestrado e o que motivou. Mas, a pessoa não estava lá atirando
em passarinhos e por acaso acertou o ônibus”, reforçou.
O crime continua sendo investigado como "disparo com
arma de fogo com dano provocado". E, o responsável pelo caso deve pedir ao
menos mais 30 dias para concluir o inquérito policial.
Até agora foram ouvidas 30 testemunhas, entre moradores,
policiais e seguranças. Ainda devem ser ouvidos mais seguranças, policiais,
passageiros e um jornalista que estava na caravana.
Laudo
Conforme o laudo feito nos ônibus atingidos, a perícia
encontrou um fragmento de projétil de chumbo nu, de calibre .32, na lataria de
uns dos veículos.
De acordo com o perito criminalista Inajar Antonio Kurowski,
somente um dos três ônibus periciados foi atingido e por dois disparos - um na
lataria e outro em um vidro. Esse ônibus teve dois pneus furados por
"miguelitos".
No dia do ataque, o Partido dos Trabalhadores informou que
dois ônibus tinham sido atingidos por três tiros. Porém, a marca no outro
veículo não foi um tiro, segundo a perícia. O laudo não indicou presença de
chumbo no local da marca.
"Foi um impacto contundente, vulgarmente conhecido como
pedrada", disse o perito.
O laudo não aponta se, no momento dos disparos, os ônibus
estavam em movimento, mas afirma que as marcas dos tiros apresentam
"características de recenticidade".
A perícia também indica que o suposto atirador estava sobre
um piso de "aproximadamente 4,36 metros" e que tem estatura de 1,70
metro.
Os tiros, ainda segundo o laudo, foram disparados
ligeiramente de cima para baixo e acertaram a lateral direita do ônibus. Já o
atirador estava posicionado atrás dos veículos, diz o perito.
Embora o laudo não aponte um local, o perito supõe que, por
ser uma rodovia, o mais provável é que os disparos tenham sido feitos de um
barranco.
Segundo passageiros, os veículos foram alvo de tiros em um trecho da PR-473 entre Quedas do Iguaçue Laranjeiras do Sul — Foto: Cícero Bittencourt/RPC
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