quarta-feira, 26 de maio de 2021

Deputada Alê Silva é retirada de avião pela PF em Confins

 Deputada federal não concordou com inspeção da bagagem de mão, entrou na aeronave sem autorização, mas foi retirada pela Polícia Federal

Alê Silva (PSL-MG) é conhecida pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
(foto: Redes Sociais/Reprodução)
A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) foi retirada pela Polícia Federal (PF) de dentro de um avião, na manhã desta terça-feira (25/5), no aeroporto de Confins, na Região Metropolitana, de Belo Horizonte, por ter se recusado a passar por uma inspeção de bagagem.
Segundo a BHAirport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, durante o processo de inspeção dos pertences de mão da deputada foi identificado um item proibido para ingresso em Área Restrita de Segurança e a bordo de aeronaves, sendo necessário o encaminhamento para a inspeção física da bagagem. 

Segundo a nota, Alê Silva não concordou com o processo – norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – e se dirigiu para a área de embarque do aeroporto antes da finalização do procedimento de segurança. 

A parlamentar, que é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, se encaminhou para a aeronave, mesmo sendo alertada pela companhia aérea de que não estava autorizada.

Já no interior do avião, ela foi chamada pela Polícia Federal e conduzida novamente ao canal de inspeção, onde foi retirado o item proibido (segundo a deputada, uma tesoura infantil), e ela foi liberada. 

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, Alê afirma que foi chamada pela atendente do aeroporto de “miliciana” e “genocida”. 

Segundo a deputada, a mala tinha sido aberta para uma “revista aleatória”. 

Ainda de acordo com a nota, após o embarque, a parlamentar realizou uma ligação para seu chefe de gabinete, para que entrasse em contato com a Delegacia da Polícia Federal do aeroporto de Confins para explicar o ocorrido. Segundo ela, a PF não atendeu ao telefone.

Nesse meio-tempo, dois policiais federais "adentraram na aeronave e com muita truculência fizeram a deputada descer do avião e levar a mala até o local de revista", informa o comunicado de Alê Silva.

A nota ainda afirma que foi encontrada uma tesoura cor de rosa, que a deputada acreditou ser de sua filha. "Depois de indagada, a adolescente disse que não, sendo que a deputada então desconhece como que a tesoura foi parar lá".

Confira a nota da deputada


A Deputada Federal Alê Silva estava na manhã de hoje, 25 de maio, no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para voar com destino a Brasília.

"No detector de metais, uma atendente que trabalha em uma empresa que presta serviço ao aeroporto disse que iria abrir a mala da deputada. A atendente disse que isso era uma “revista aleatória”.

A Deputada abriu a mala, sendo a atendente colocar a mão sobre a mesma e disse: “Mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado”. A deputada após esses dizeres se calou, fechou a mala e foi em direção ao portão de embarque.

Após o embarque, a deputada realizou uma ligação para o seu chefe de gabinete, para que entrasse em contato, como de fato tentou, com a Delegacia da Polícia Federal do Aeroporto de Confins para dizer do ocorrido e também para falar que estava tudo bem com ela e que já estava dentro da aeronave, mas que não deixaria a atendente revistar a sua mala sem a presença de policiais. Porém, apesar das tentativas, a PF não atendeu ao telefone.

Neste meio tempo, dois policiais federais adentraram na aeronave e com muita truculência fizeram a deputada descer do avião e levar a mala até o local de revista.

Depois de revistada, foi encontrada uma tesoura cor de rosa infantil. No momento a Deputada achou que o artefato fosse de sua filha, mas depois de indagada a adolescente, essa disse que não, sendo que a Deputada então desconhece como que a tesoura foi parar lá.

Tendo em vista dos fatos, já estão sendo providenciadas as medidas cabíveis junto a ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil) que tem responsabilidade objetiva e solidária em relação à funcionária da empresa terceirizada. Ademais, a notificação oficial junto à empresa será também realizada sobre o fato ocorrido.

Ainda, uma ação será ajuizada na corregedoria da Polícia Federal, tendo em vista que foi tentado contato via telefone no aeroporto com a negativa de atendimento e resposta.

Destaca-se também o modo de abordagem, que foi mediante truculência e abuso de poder, por parte dos policiais ao constranger a deputada."
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina. 

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