sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Milícia, testemunhas e anotações: o que liga Girão a Ronnie Lessa...

O ex-vereador do Rio Cristiano Girão (à esq.) e Ronnie Lessa (à dir.)Imagem: Arte/UOL


Daniele Dutra

 Colaboração para o UOL, no Rio

 04/08/2021 04h00

 Investigação de força-tarefa do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que tenta identificar o mandante dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes aponta testemunhas e anotações que reforçam a ligação do ex-vereador Cristiano Girão e Ronnie Lessa, denunciado como o executor do crime ocorrido em 2018.

 

Girão e Lessa são acusados pelas mortes do ex-policial André Henrique da Silva Souza, conhecido como André Zoio, e de sua namorada, Juliana Sales de Oliveira, em 2014. Já apontado como chefe de milícia na comunidade da Gardênia Azul, Girão foi preso preventivamente na sexta-feira (30).

  

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Em março de 2019, quando Lessa foi preso, a polícia apreendeu na casa dele na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, um papel com uma lista de nomes anotados a mão. Dentre eles, estava o de "Zoio".

 

Outra anotação tinha as iniciais "C.G. Matias", abreviação de Cristiano Girão. Abaixo do nome, havia informações pessoais dele, como CPF, endereço onde ele tinha quitinetes, telefone, um modelo de veículo e o número da placa. Um outro papel tinha o nome "Girão", com o número de um suposto terminal telefônico.

 

Um mês antes de Lessa ser preso, o policial militar reformado pesquisou no Google em 19 de fevereiro de 2019 os termos "casal morto gardênia azul", gerando como resultado notícias sobre os assassinatos, segundo mostrou Relatório de Cooperação Técnica obtido através de quebra de sigilo.

 

Emboscada de carro na Gardênia Azul

Em 14 de junho 2014, data em que o casal foi morto, Girão estava preso —segundo a investigação, a irmã e a companheira dele à época tomavam conta do território. Para o MP-RJ, o ex-vereador do Rio foi o mandante do assassinado de André Zoio, seu rival.

 

A morte do casal foi consequência de uma disputa territorial na Gardênia Azul, de acordo com a investigação. Testemunhas relataram que Zoio estava cobrando aluguéis que seriam de Girão.

 

Lessa e Wallace de Almeida Pires, o Robocop, que segundo o MP-RJ era braço direito de Girão na milícia, são apontados como os responsáveis pelo assassinato do casal ocorrido em plena luz do dia.

 

Uma das testemunhas ouvida em maio passado disse que, no dia do crime, estava em um campo de futebol da comunidade assistindo a uma partida. Ele conta que avistou as vítimas dentro de um Honda Civic dando macha ré, após ser fechado por uma Doblô branca, que disparou várias vezes.

 

A testemunha conta ter visto Lessa caminhando em direção ao veículo alvejado, com uma arma na mão que parecia ser um fuzil. Ele afirma ser Lessa por conhecê-lo há muitos anos e pelo fato de o PM reformado andar mancando por ter uma perna mecânica. Com ele, estava Robocop.

 

O depoimento diz ainda que todos que tentaram tomar a liderança de Girão na região foram mortos a tiros em um curto período de tempo.

 

Uma outra testemunha conta que estava jogando futebol quando ouviu os disparos e viu o casal sendo morto por três homens. A testemunha afirma não ter dúvida do envolvimento de Lessa, já que conhece o PM reformado e sabia da tentativa de Zoio de assumir a milícia da região.

 

Na noite anterior, essa mesma testemunha disse ter visto e falado rapidamente com Lessa, que estava parado em um carro com mais dois homens, os quais não conseguiu identificar.

 

Outras testemunhas ratificam Girão como chefe da milícia e apontam uma tentativa de "golpe de estado" como a principal motivação dos assassinatos. Um outro morador disse que Robocop se vangloriava na comunidade, dizendo que havia recuperado a Gardênia para Girão.

 

A força-tarefa do Caso Marielle, autora da denúncia contra Girão e Lessa, mostra a ligação de ambos devido aos assassinatos de Zoio e Juliana, mas não identifica outros vínculos diretos entre os acusados.

 

O que dizem as defesas de Girão e Lessa

"A defesa não teve acesso a absolutamente nada dessa investigação, o que impossibilita qualquer posicionamento. Portanto, somente poderá se manifestar depois que tiver acesso aos autos", disse ontem Bruno Castro, advogado de defesa Ronnie Lessa.

 

O UOL procurou a defesa de Cristiano Girão para que se manifeste sobre a investigação, mas ela ainda não se manifestou. No sábado (31), o Zoser Hardman, defensor do ex-vereador, entrou na Justiça com pedido de soltura.

 

Em nota à imprensa, ele afirmou: "O processo é vazio e não há nenhum elemento concreto que indique a participação de Cristiano no crime. A defesa possui o mais profundo respeito ao Ministério Público e ao Juízo, mas não ficou demonstrada a necessidade da prisão de Cristiano para resguardar a efetividade da ação penal".

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/08/04/girao-ronnie-lessa-marielle.htm#:~:text=Investiga%C3%A7%C3%A3o%20de%20for%C3%A7a%2Dtarefa%20do,do%20crime%20ocorrido%20em%202018.


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Morador armado rende autor de tentativa de furto em veículo, em Ipatinga

Enviada para o portal Diário do Aço
A porta do lado direito do carro estava danificada na tentativa de abrir o veículoA porta do lado direito do carro estava danificada na tentativa de abrir o veículo


Um homem preso em flagrante foi encaminhado para a delegacia de Polícia Civil de Ipatinga, na madrugada desta sexta-feira (6), acusado de tentativa de furto em veículo estacionado na avenida Galileia, no bairro Canaãzinho. Conforme a Polícia Militar, A.G., de 42 anos, foi detido por um morador armado ao deparar com o homem tentando abrir a porta do carro estacionado.

A testemunha, de 34 anos, percebeu a ação do criminoso e o rendeu. O homem disse para a PM ter ficado sabendo pela sua esposa sobre a presença de uma pessoa estranha na rua. O indivíduo passava diversas vezes, como se estivesse procurando algo. O homem, que voltava do trabalho e mora nas proximidades, viu o momento em que A.G. tentava se esconder atrás do Chevrolet Corsa.


Esta testemunha entrou em casa e se armou com uma pistola calibre 380, arma devidamente registrada. Ao retornar para a rua deparou-se com A.G. forçando a porta do Corsa com o objetivo de abri-la. Ele foi até o autor e o surpreendeu com a arma de fogo. Em seguida, acionou a Polícia Militar.

A equipe da PM, que foi encaminhada para atender o caso, revistou o suspeito “enquadrado” pelo morador, mas não tinha nada de ilícito em seu poder. A.G. alegou que seria morador de rua e dormia no local, porém os policiais não acharam qualquer objeto de uso pessoal deste homem que comprovasse sua versão.

Os policiais militares verificaram que a porta direita do Corsa se encontrava danificada, com a parte de cima já entortada. Um pedaço de madeira, usado para forçar a porta, foi achado no interior do veículo que pertence a C.C.S., de 20 anos. O preso foi encaminhado para o plantão da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

Morador armado rende autor de tentativa de furto em veículo, em Ipatinga | Portal Diário do Aço

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Casal acusado de violentar bebê de 9 meses é absolvido pela Justiça em BH

Criança morreu após ficar internada por quase quatro meses. Ela foi encontrada com ferimentos do tórax, na cabeça e com sinais de asfixia. Acusados eram mãe e padrasto da menina

Por BRUNO MENEZES

06/08/21 - 20h20

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Foto

Foto: TJMG/Divulgação

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A mãe e o padrasto acusados de matar um bebê de apenas nove meses em janeiro de 2020, dentro de uma casa, no bairro Coqueiros, na região Noroeste da capital, foram inocentados pela Justiça nesta sexta-feira (6), durante julgamento no primeiro Tribunal do Júri de Belo Horizonte. Da decisão cabe recurso. A sessão foi presidida pela juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto e o conselho de sentença foi formado por três homens e quatro mulheres.

 De acordo com a denúncia feita à Justiça pelo Mninistério Público, o casal Josiane Manoela Mendes Naum e Luiz Phillipe Pereira Lima teriam violentado a criança com golpes na cabeça, no tórax e no abdômen e ainda empregado técnicas de asfixia na criança que foi socorrida, mas morreu após cerca de três meses e meio de internação. Tudo isso teria ocorrido após eles saírem de uma festa.

 

A denúncia aponta ainda que os dois faziam uso de bebidas alcóolicas, de entorpecentes e que expunham a criança a cenas de violência doméstica. Durante o julgamento, Josiane Manoela Mendes contou que havia passado mal na festa e decidiu voltar para casa para dormir. Ela relatou ainda que, mais tarde, Luiz Phillipe teria colocado a filha dela na cama e que somente no dia seguinte percebeu que a criança estava desfalecida e decidiu procurar por socorro.

 

Em depoimento, Luiz Phillipe contou que durante a festa foi até em casa e encontrou a criança caída, no chão da cozinha. Ao perceber a situação, ele disse que pegou a menina e a entregou para uma tia de Josiane.

 

Após a fala dos dois acusados, o promotor de Justiça José Geraldo de Oliveira teve 2h30 para fazer a sustentação oral, mesmo tempo que foi dividido pelos advogados de defesa dos dois acusados. O Ministério Público pediu a absolvição apenas da mãe da criança, mas o conselho de sentença decidiu pela absolvição dos dois acusados.

 

A decisão pela absolvição do casal saiu por volta das 19h40.

https://www.otempo.com.br/cidades/casal-acusado-de-violentar-bebe-de-9-meses-e-absolvido-pela-justica-em-bh-1.2524207

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