O ex-vereador do Rio Cristiano Girão (à esq.) e Ronnie Lessa (à dir.)Imagem: Arte/UOL
Daniele Dutra
Girão e Lessa são acusados pelas mortes do ex-policial André
Henrique da Silva Souza, conhecido como André Zoio, e de sua namorada, Juliana
Sales de Oliveira, em 2014. Já apontado como chefe de milícia na comunidade da
Gardênia Azul, Girão foi preso preventivamente na sexta-feira (30).
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Em março de 2019, quando Lessa foi preso, a polícia
apreendeu na casa dele na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, um papel com uma
lista de nomes anotados a mão. Dentre eles, estava o de "Zoio".
Outra anotação tinha as iniciais "C.G. Matias",
abreviação de Cristiano Girão. Abaixo do nome, havia informações pessoais dele,
como CPF, endereço onde ele tinha quitinetes, telefone, um modelo de veículo e
o número da placa. Um outro papel tinha o nome "Girão", com o número
de um suposto terminal telefônico.
Um mês antes de Lessa ser preso, o policial militar
reformado pesquisou no Google em 19 de fevereiro de 2019 os termos "casal
morto gardênia azul", gerando como resultado notícias sobre os
assassinatos, segundo mostrou Relatório de Cooperação Técnica obtido através de
quebra de sigilo.
Emboscada de carro na Gardênia Azul
Em 14 de junho 2014, data em que o casal foi morto, Girão
estava preso —segundo a investigação, a irmã e a companheira dele à época
tomavam conta do território. Para o MP-RJ, o ex-vereador do Rio foi o mandante
do assassinado de André Zoio, seu rival.
A morte do casal foi consequência de uma disputa territorial
na Gardênia Azul, de acordo com a investigação. Testemunhas relataram que Zoio
estava cobrando aluguéis que seriam de Girão.
Lessa e Wallace de Almeida Pires, o Robocop, que segundo o
MP-RJ era braço direito de Girão na milícia, são apontados como os responsáveis
pelo assassinato do casal ocorrido em plena luz do dia.
Uma das testemunhas ouvida em maio passado disse que, no dia
do crime, estava em um campo de futebol da comunidade assistindo a uma partida.
Ele conta que avistou as vítimas dentro de um Honda Civic dando macha ré, após
ser fechado por uma Doblô branca, que disparou várias vezes.
A testemunha conta ter visto Lessa caminhando em direção ao
veículo alvejado, com uma arma na mão que parecia ser um fuzil. Ele afirma ser
Lessa por conhecê-lo há muitos anos e pelo fato de o PM reformado andar
mancando por ter uma perna mecânica. Com ele, estava Robocop.
O depoimento diz ainda que todos que tentaram tomar a
liderança de Girão na região foram mortos a tiros em um curto período de tempo.
Uma outra testemunha conta que estava jogando futebol quando
ouviu os disparos e viu o casal sendo morto por três homens. A testemunha
afirma não ter dúvida do envolvimento de Lessa, já que conhece o PM reformado e
sabia da tentativa de Zoio de assumir a milícia da região.
Na noite anterior, essa mesma testemunha disse ter visto e
falado rapidamente com Lessa, que estava parado em um carro com mais dois
homens, os quais não conseguiu identificar.
Outras testemunhas ratificam Girão como chefe da milícia e
apontam uma tentativa de "golpe de estado" como a principal motivação
dos assassinatos. Um outro morador disse que Robocop se vangloriava na comunidade,
dizendo que havia recuperado a Gardênia para Girão.
A força-tarefa do Caso Marielle, autora da denúncia contra
Girão e Lessa, mostra a ligação de ambos devido aos assassinatos de Zoio e
Juliana, mas não identifica outros vínculos diretos entre os acusados.
O que dizem as defesas de Girão e Lessa
"A defesa não teve acesso a absolutamente nada dessa
investigação, o que impossibilita qualquer posicionamento. Portanto, somente
poderá se manifestar depois que tiver acesso aos autos", disse ontem Bruno
Castro, advogado de defesa Ronnie Lessa.
O UOL procurou a defesa de Cristiano Girão para que se
manifeste sobre a investigação, mas ela ainda não se manifestou. No sábado
(31), o Zoser Hardman, defensor do ex-vereador, entrou na Justiça com pedido de
soltura.
Em nota à imprensa, ele afirmou: "O processo é vazio e
não há nenhum elemento concreto que indique a participação de Cristiano no
crime. A defesa possui o mais profundo respeito ao Ministério Público e ao
Juízo, mas não ficou demonstrada a necessidade da prisão de Cristiano para
resguardar a efetividade da ação penal".
Morador armado rende autor de tentativa de furto em veículo, em Ipatinga
A porta do lado direito do carro estava danificada na tentativa de abrir o veículo
Um homem preso em flagrante foi encaminhado para a delegacia de Polícia Civil de Ipatinga, na madrugada desta sexta-feira (6), acusado de tentativa de furto em veículo estacionado na avenida Galileia, no bairro Canaãzinho. Conforme a Polícia Militar, A.G., de 42 anos, foi detido por um morador armado ao deparar com o homem tentando abrir a porta do carro estacionado.
A testemunha, de 34 anos, percebeu a ação do criminoso e o rendeu. O homem disse para a PM ter ficado sabendo pela sua esposa sobre a presença de uma pessoa estranha na rua. O indivíduo passava diversas vezes, como se estivesse procurando algo. O homem, que voltava do trabalho e mora nas proximidades, viu o momento em que A.G. tentava se esconder atrás do Chevrolet Corsa.
Esta testemunha entrou em casa e se armou com uma pistola calibre 380, arma devidamente registrada. Ao retornar para a rua deparou-se com A.G. forçando a porta do Corsa com o objetivo de abri-la. Ele foi até o autor e o surpreendeu com a arma de fogo. Em seguida, acionou a Polícia Militar.
A equipe da PM, que foi encaminhada para atender o caso, revistou o suspeito “enquadrado” pelo morador, mas não tinha nada de ilícito em seu poder. A.G. alegou que seria morador de rua e dormia no local, porém os policiais não acharam qualquer objeto de uso pessoal deste homem que comprovasse sua versão.
Os policiais militares verificaram que a porta direita do Corsa se encontrava danificada, com a parte de cima já entortada. Um pedaço de madeira, usado para forçar a porta, foi achado no interior do veículo que pertence a C.C.S., de 20 anos. O preso foi encaminhado para o plantão da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil.
Morador armado rende autor de tentativa de furto em veículo, em Ipatinga | Portal Diário do Aço
Casal acusado de violentar bebê de 9 meses é absolvido pela Justiça em BH
Criança morreu após ficar internada por quase quatro meses.
Ela foi encontrada com ferimentos do tórax, na cabeça e com sinais de asfixia.
Acusados eram mãe e padrasto da menina
Por BRUNO MENEZES
06/08/21 - 20h20
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Foto
Foto: TJMG/Divulgação
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A mãe e o padrasto acusados de matar um bebê de apenas nove
meses em janeiro de 2020, dentro de uma casa, no bairro Coqueiros, na região
Noroeste da capital, foram inocentados pela Justiça nesta sexta-feira (6),
durante julgamento no primeiro Tribunal do Júri de Belo Horizonte. Da decisão
cabe recurso. A sessão foi presidida pela juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto e
o conselho de sentença foi formado por três homens e quatro mulheres.
A denúncia aponta ainda que os dois faziam uso de bebidas
alcóolicas, de entorpecentes e que expunham a criança a cenas de violência
doméstica. Durante o julgamento, Josiane Manoela Mendes contou que havia
passado mal na festa e decidiu voltar para casa para dormir. Ela relatou ainda
que, mais tarde, Luiz Phillipe teria colocado a filha dela na cama e que
somente no dia seguinte percebeu que a criança estava desfalecida e decidiu
procurar por socorro.
Em depoimento, Luiz Phillipe contou que durante a festa foi
até em casa e encontrou a criança caída, no chão da cozinha. Ao perceber a
situação, ele disse que pegou a menina e a entregou para uma tia de Josiane.
Após a fala dos dois acusados, o promotor de Justiça José
Geraldo de Oliveira teve 2h30 para fazer a sustentação oral, mesmo tempo que
foi dividido pelos advogados de defesa dos dois acusados. O Ministério Público
pediu a absolvição apenas da mãe da criança, mas o conselho de sentença decidiu
pela absolvição dos dois acusados.
A decisão pela absolvição do casal saiu por volta das 19h40.
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