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quinta-feira, 8 de junho de 2017
Após 56 anos, Araçuaí volta a ter linha aérea para BH
Em 1961, o comerciante Pedro Claver Chaves Dutra, hoje com 80 anos, embarcava no aeroporto de Araçuaí, rumo a Belo Horizonte, em um avião Douglas DC-3 da Real de Transportes Aéreos. Era um dos últimos voos da empresa, que naquele ano foi comprada pela Varig. Após 9 anos, a Real fechava suas asas para o Vale do Jequitinhonha.O comerciante, hoje aposentado, e que por muitos anos manteve uma loja de tecidos em Araçuaí, relembrou a viagem ao desembarcar na cidade, nesta terça-feira (06/06/2017) em voo inaugural do Voe Minas, que passa a fazer a rota semanal para Belo Horizonte.
Atualmente residindo em Belo Horizonte, Chaves Dutra, carinhosamente conhecido como Pedro Piroca, foi o primeiro passageiro a descer do avião modelo Cessna 208 Caravan, com capacidade para 9 passageiros, que pousou às 11h20, desta terça, no aeroporto de Araçuaí. Emocionado, ele brincou: “Após embarcar de avião para Belo Horizonte, em 1961, estou voltando hoje, depois de 56 anos”.
Um grupo de cerca de 40 pessoas prestigiou a chegada da aeronave (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Um grupo de cerca de 40 pessoas aguardava o pouso. Entre eles, o médico Jansen Tanure, de 68 anos, e a esposa dele, Rita Capdeville, também médica e atual vice-prefeita da cidade.
O médico, que também é piloto de aeronave, relembrou os tempos da Real de Transportes Aéreos. “Aos 8 anos, fiz minha primeira viagem no DC-3, para Belo Horizonte”, destacou Jansen Tanure.
“O aeroporto era uma pista de terra. Lembro-me do dia em que o avião atolou e o povo da cidade teve que ajudar a desatolar a aeronave”, relembrou.
O médico Jansen Tanure e o aposentado Pedro Claver Chaves (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Preço amargo bancado pelo contribuinte
A partir desta terça-feira, Araçuaí entrou na rota do Voe Minas, Projeto de Integração Regional de Minas Gerais – Modal Aéreo, desenvolvido pela Codemig – Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.
Os voos sairão de Belo Horizonte todas as terças e quintas–feiras, às 9h45, com previsão de chegada ao aeroporto de Araçuaí às 11h20 e retorno no final da tarde. O bilhete custa R$ 600 e poderá ser pago com cartão de crédito. Quem realizar voo de ida e volta, ganhará R$ 100 reais de desconto.
Segundo o diretor de serviços da Codemig, Zito Vieira, que estava entre os passageiros do voo inaugural, o Voe Minas tem o objetivo de promover o desenvolvimento econômico regionalizado, estimular os negócios locais, desenvolver o turismo, integrar as diversas regiões do Estado e facilitar o deslocamento de moradores do interior para Belo Horizonte, permitindo que tenham acesso rápido a eventos e serviços na capital.
“O povo agora não precisará pedir favor a fazendeiro para viajar de avião”, disse Vieira durante pronunciamento no aeroporto. Indagado sobre o preço amargo da passagem, ele disse que acredita no projeto e que os voos estão saindo lotados de Almenara e Teófilo Otoni, municípios com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH).
“Teremos pacotes promocionais para empresas públicas e privadas. Quem adquirir 30 passagens durante o mês terá desconto de 30%”, disse ele.
Os bilhetes poderão ser adquiridos via internet, através do site da Codemig ou através de um agente credenciado na cidade.
Se todas as passagens não forem vendidas, o Estado cobrirá o déficit. “Ou seja, o contribuinte é quem vai pagar”, disse um comerciante que foi ao aeroporto, prestigiar o evento. Para ele se os preços fossem mais em conta, haveria mais procura.
Desde o dia 13 de março, Almenara, também no Vale do Jequitinhonha, já conta com seis voos semanais de ligação com Belo Horizonte, dois deles com escala em Diamantina. Os voos de ligação entre Almenara e Belo Horizonte acontecem as segundas, quartas e sextas-feiras. O valor cobrado pelo bilhete é de R$ 700.
Os 18 municípios atendidos a partir da terceira fase são: Almenara, Araçuaí, Araxá, Belo Horizonte, Diamantina, Juiz de Fora, Jaíba, Manhuaçu, Montes Claros, Passos, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Salinas, São João Del-Rei, Teófilo Otoni, Ubá, Varginha e Viçosa.
A próxima cidade da região, a ser incluída no projeto será Capelinha.
Ex-funcionário da Real lembra-se do primeiro avião a pousar em Araçuaí
Com uma lucidez admirável, o aposentado Joaquim Vasconcelos, 98 anos, lembra-se do primeiro avião a pousar no Campo de Aviação de Araçuaí, como era chamado o atual aeroporto, em 1952. “Era um monotor Paulistinha 56 vermelho, com capacidade para duas pessoas, pilotado pelo Comandante Cícero da FAB-Força Aérea Brasileira- e que prestava serviços para o Correio Aéreo Nacional. Pousava em Araçuaí toda quinta-feira”, recorda Vasconcelos.
O aposentado trabalhou para a Real e para a Varig, de 1956 a 1958 em Itambacuri, no Vale do Mucuri. “Em terra, eu dava a cobertura aos voos, como radiotelegrafista”, lembra Vasconcelos.
Natural de Pequi, no Oeste de Minas, ele chegou à Araçuaí em 1944, nomeado pelo então governador Benedito Valadares, para instalar a primeira estação radiotelegráfica da região.
O aposentado Joaquim de Vasconcelos (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Douglas DC-3
Após a inauguração do aeroporto de Araçuaí, a Real Transportes Aéreos passou a fazer voos semanais para Belo Horizonte, em um Douglas Dc-3, adquirido pelo Brasil, dos Estados Unidos, após o fim da Segunda Guerra. Tinha capacidade para 40 passageiros.
A Real Transportes Aéreos foi uma companhia aérea brasileira, fundada no ano de 1945 pelo empresário paulista Vicente Mammana Neto. Em 1960, a Real expandiu suas rotas, chegando a Tóquio. No ano seguinte, foi comprada pela Varig.
Aviões tipo Douglas DC-3 faziam a rota Araçuaí-BH (Foto: Gazeta de Araçuaí)
Sertanejo Eduardo Costa chama amigo de "tiziu" e é acusado de racismo... - Veja mais em https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2017/06/08/eduardo-costa-chama-amigo-de-negao-crioulo-tiziu-e-e-acusado-de-racismo.htm?cmpid=copiaecola
Imagem:
Reprodução/Instagram
Colaboração para o UOL
08/06/2017 15h18
Eduardo Costa publicou uma foto com um amigo na
terça-feira (6), em seu Instagram, que acabou virando uma polêmica. Na imagem,
o sertanejo aparece abraçado com o rapaz em uma fazenda e a legenda que ele
usou fez com que fosse acusado de racista.
“Negão, crioulo, 'mussun', preto 'veio', 'tiziu',
enfim; é assim que eu chamo esse sujeito, e sabe por que eu chamo ele assim?
Porque ele me chama de nanico, alpinista de cupim, pintor de rodapé e outras
‘cositas mas’ (risos). E sabe por que chamamos um ao outro assim?? Simplesmente
porque nós nos amamos, somos amigos, parceiros e pra mim ele é como um pai, meu
pai preto, muito preto (risos)", disse o post dele, que acrescentou.
"Racismo pra mim não tá na boca de quem fala, tá no ouvido de quem
entende. Te amo, meu negão. Saudade de você aqui é Mato”, disse.
Apesar de ter se justificado, alguns seguidores de
Eduardo Costa não aprovaram o texto. “Racismo polido”, comentou um. “Com um
‘amigo’ desse, pra que inimigo?”, escreveu outro. “Olha os apelidos de Eduardo
Costa sobre o homem e olhe o do homem sobre Eduardo Costa. Em nenhum momento o
homem põe apelidos em Eduardo se referindo à Cor/raça/etnia dele, mas o Eduardo
põe sempre apelido se referindo à cor/raça/etnia do homem e é aí que entra a
questão: Será que esse homem não tem nada sem ser sua Cor para ser o alvo dos
apelidos?”, explicou mais um.
Teve também quem defendeu o sertanejo. “Falou tudo,
Eduardo”, elogiou um. “Você é o cara, da moral pra esse povo cheio de ‘mimimi’
não, amizade a chama do que quiser porque sabe que não existe racismo”, disse
outro.
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