Comando Militar do Sudeste confirmou furto de 13 metralhadoras .50 e outras 8 de calibre 7,62 do Arsenal de Guerra do Exército. Sumiço foi verificado terça (10), durante inspeção. Segundo militares, armas são 'inservíveis' e não funcionam. Caso é apurado pela corporação.
Por Kleber Tomaz, Carlos Henrique Dias, g1 SP — São Paulo
13/10/2023
Metralhadoras calibre .50, como a que parecem na foto acima já foram apreendidas antes pela polícia. Arma costuma ser usada por quadrilhas de criminosos em ataques a caixas eletrônicos — Foto: reprodução/TV Globo
O Exército brasileiro confirmou nesta sexta-feira (13) o
furto de 21 metralhadoras de grosso calibre que estavam dentro da sua base
militar em Barueri, na Grande São Paulo.
De acordo com a corporação, durante inspeção realizada na
última terça-feira (10) no seu Arsenal de Guerra, os militares notaram o sumiço
de 13 metralhadoras calibre .50 e de outras 8 metralhadoras de calibre 7,62. As
metralhadoras .50 são conhecidas por terem poder de fogo e alcance para
derrubar até aeronaves.
Por meio de nota, o Comando Militar do Sudeste (CMSE)
informou que todas as armas levadas são "inservíveis", ou seja, não
funcionavam, e passariam por manutenção. Além disso, o Exército informou que
irá apurar internamente o que ocorreu por meio de um inquérito policial militar
(leia abaixo a íntegra da nota).
Para efeitos comparativos, segundo o Instituto Sou da Paz,
entidade sem fins lucrativos que faz estudos sobre armas e segurança pública,
entre janeiro de 2015 a março de 2020, 27 armas do Exército foram roubadas,
furtadas ou desviadas no Brasil.
"O último grande desvio do Exército havia sido o de 7
fuzis 762 desviado de um batalhão de Caçapava em 2009, também em São Paulo.
Felizmente daquela vez, todas as armas foram recuperadas. O desvio de agora é
muito mais grave, não só pela quantidade de armas levadas de uma vez, mas pela
potência", disse ao g1 Bruno Langeani, gerente da área de sistema de
Justiça e Segurança do Sou da Paz.
"Estas metralhadoras são armas automáticas que são
usadas para perfurar blindagem. Seu desvio, mostra uma precariedade de controle
dos arsenais. O Exército precisará de apoio das polícias para recuperar
rapidamente estas armas, identificar e punir os responsáveis, mas
principalmente corrigir os procedimentos de guarda, para prevenir outras
ocorrências como esta", afirmou Bruno.
Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri, Grande São Paulo — Foto: Reprodução/Exército brasileiro
O que diz o Exército
De acordo com os jornais "Notícias de Barueri" e
"Metrópoles", militares que trabalham num paiol onde as armas
furtadas estavam não podem voltar para casa após o desaparecimento do arsenal.
Questionado pelo g1, o Exército não confirmou essas informações.
"Acerca do e-mail enviado, o Comando Militar do Sudeste
informa que a investigação está em curso por meio de um inquérito policial
militar e, em relação ao público interno, o Arsenal de Guerra de São Paulo
(AGSP) segue os procedimentos previstos para o caso", informa nota
divulgada pelo CMSE, por meio de sua assessoria de imprensa.
Depois que o g1 voltou a questionar o Exército, pedindo mais
detalhes do que ocorreu, foi encaminhado um novo comunicado:
"O Comando Militar do Sudeste informa que, no dia 10 de
outubro de 2023, em uma inspeção do Arsenal de Guerra de São Paulo, foi
verificada uma discrepância no controle de 13 (treze) metralhadoras calibre.50
e 8 (oito) de calibre 7,62, armamentos inservíveis que foram recolhidos para
manutenção. Imediatamente, foram tomadas todas as providências administrativas
com o objetivo de apurar as circunstâncias do fato, sendo instaurado um
Inquérito Policial Militar".
Metralhadora .50, de uso restrito das Forças Armadas — Foto: Arte g1
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública
(SSP) informou que o caso está sendo investigado internamente pelo Exército e
que as polícias auxiliam na procura das armas.
O g1 também pediu posicionamento ao Ministério da Defesa,
mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Metralhadoras como os modelos furtados do Exército em
Barueri costumam ser desviadas e usadas por criminosos em ataques a
carros-fortes e roubos a bancos no país. Esse tipo de arma é de uso restrito do
Exército brasileiro.
Imagem aérea mostra estrutura do Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri — Foto: Reprodução/Exército brasileiro
Neto, em Os donos da bola, manda recado a moça que agradeceu a prefeito que nada fez e diz que foi Lula...
Nenhum comentário:
Postar um comentário