quarta-feira, 27 de abril de 2011

ENTERRADO JOVEM MORTO A MACHADADAS POR IRMÂOS

ENTERRADO JOVEM MORTO A MACHADADAS POR IRMãOS COM AJUDA DA MãE





Brigas, ameaças, uso de drogas e agressões são os motivos alegados pela família para a morte de Juliano, primogênito da família da dona de casa Maria de Lourdes Rodrigues


TEÓFILO OTONI - O corpo de Juliano Pereira Rodrigues, 25 anos, foi sepultado ontem (26) após ser encontrado boiando nas águas do rio Mucuri, próximo ao distrito de mesmo nome. Segundo a Polícia Civil, o cadáver estava em estado avançado de decomposição e foi encontrado cerca de 300 metros do ponto onde foi jogado pelos irmãos adolescentes, de 15 e 17 anos. Segundo o Instituto Médico Legal a morte foi diagnosticada por traumatismo craniano.


Assassinato
Segundo a Polícia Militar, Juliano foi morto na noite de domingo. A mãe do jovem, Maria de Lourdes Rodrigues, 45, teria colocado quatro comprimidos de Diazepan (tranqüilizante) no suco do filho para que ele dormisse. Ela informou em depoimento a polícia que já tinha costume de dar o remédio para ele, pois, segundo Maria de Lourdes essa era a forma que encontrou para ‘ter sossego’. A dona de casa afirma que o filho fazia ameaças a ela e aos irmãos. “Quando a gente queria ter sossego em casa dávamos o comprimido pra ele tomar. Nesse dia, eu falei: ‘vou dar porque já não agüento mais’. Eu dei quatro Diazepan batido no suco pra ele tomar”, conta.
Segundo o inquérito policial, a vítima foi atingida quando dormia pelo irmão de 15 anos. Ele recebeu vários golpes de machado na cabeça, e faleceu na hora. Em depoimento, o adolescente relatou a mesma versão contada pela mãe. Ele disse que a vítima constantemente fazia ameaças de morte, batia nele e nas irmãs, falava palavrões e gesticulava obscenidades diariamente aos parentes. O irmão de 17 anos relatou o crime. “Quem deu as machadadas foi meu irmão de 15 anos. Juliano ficava falando palavrões e tirava a roupa perto das meninas, além de maltratar nossos sobrinhos de sete anos. Falava para minhas irmãos coisas indecentes. Aposto que quem é pai e escutasse o irmão ou outra pessoa falando que ia ‘comer’ as meninas, ninguém ia aceitar. Eu tenho 17 anos e desde os meus seis anos a gente não podia ir a canto nenhum, porque ele achava que era o dono do mundo. Qualquer coisa que fazíamos, ele batia na gente”, relata o garoto.
Após o homicídio, a mãe da vítima e os dois filhos pegaram um lençol e um cobertor e enrolaram Juliano. Com um carrinho de mão levaram o cadáver para ser jogado no rio Mucuri.
Uma testemunha que presenciou o corpo sendo jogado no rio ligou para a polícia. Uma equipe do Corpo de Bombeiros localizou o cadáver na manhã desta segunda-feira. A PM foi até a casa da família e com autorização da mãe da vítima entraram na residência e encontraram o cobertor e o lençol sujos de sangue, o carrinho de mão usado no transporte do corpo e o machado. Todo o material foi apreendido e está na delegacia.
A Polícia Civil confirmou que as brigas entre a vítima, seus irmãos e a mãe podem ser os motivos que culminaram com a morte de Juliano. Um inquérito policial foi instaurado e caso segue em investigação.
Segundo o delegado Bernardo de Barros, não houve prisão em flagrante. Os três estão em liberdade temporária. Porém, estão à disposição da justiça. “Não houve prisão em flagrante, mas será representado ao juiz de Direito a prisão preventiva da mãe e a apreensão dos menores no Centro de Internação”, informou o delegado.


Confissão
Os três suspeitos confessaram o crime e disseram que mataram o jovem porque há muito tempo sofriam ameaças. O adolescente de 15 anos assumiu ser o autor das machadadas. Maria de Lourdes narrou em depoimento como era a rotina da família diante das ameaças de Juliano. Ela disse que as filhas de 12 e 23 anos apanhavam do irmão e que na maioria das vezes, ela e os filhos dormiam no mato com medo dos avisos de morte de Juliano. Maria ainda declara que o amor de mãe havia se acabado. “O que aconteceu com o meu filho foi porque ele colocava a gente para dormir no mato. Não aceitava a gente dentro de casa. Os dois irmãos estavam corridos e todos nós ameaçados de morte. Meu amor de mão já não existia mais. Eu cheguei a falar pra justiça para acabar com ele, porque ele baia nos irmãos, espancou duas irmãs, uma de 12 anos e outra de 23. Antes, eu falava se arrumasse um jeito de matá-lo, eu mesma tinha matado, mesmo como mãe dele. A gente já não tava mais agüentando dormir no mato. Eu não agüentava ver meus filhos corridos, vendo todo mundo sofrer. Quando ele estava em casa ninguém ficava”, declara ela .


Passagens
Segundo Maria de Lourdes, a vítima já esteve preso em duas capitais brasileiras. Em uma delas por agressão. “Ele já esteve preso em São Paulo e em Belo Horizonte, e também já foi preso aqui. Ele estava de liberdade condicional. Veio de Belo Horizonte sem avisar. Lá ele estava com uma mulher que usava drogas também. E ele começou a agredir a mulher e eles deram parte. Já em São Paulo não sei o que ele aprontou. Ficou lá cinco anos, mas não comunicava com a gente. Não queríamos que ele voltasse. Cheguei a chamar a polícia e falar que não queria ver ele mais na minha frente, como não teve jeito tivemos que matá-lo”, delcara a dona de casa. (Fotos: Amilton Ferreira/IML)





Juliano Pereira Rodrigues era acusado pela família de agredir e ameaçar irmãos, mãe e parentes

 
Juliano Pereira Rodrigues era acusado pela família de agredir e ameaçar irmãos, mãe e parentes
http://www.portaldiario.info/teofilootoni/verconteudos.php?idnoticiasgeral=7030


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