terça-feira, 26 de abril de 2011

Técnico do América-TO, Gilmar Estevam

Entrevista com o técnico do América-TO, Gilmar Estevam
26/04/2011
 


 
09:58



Após a goleada sofrida para o Cruzeiro, os jogadores do América se reapresentaram nesta segunda-feira, no Estádio Nassri Mattar, em Teófilo Otoni. O técnico Gilmar Estevam conversou por alguns minutos com os jogadores. Em seguida, Gilmar comandou um treino recreativo.


O técnico, que está há quatro temporadas à frente do América falou sobre as duas derrotas por goleada, sofridas na última semana, e o que pode ter atrapalhado a equipe.




Gilmar, pra você o que aconteceu no jogo de sábado contra o Cruzeiro?




GILMAR - Nós começamos o jogo até bem. Durante uns 20 minutos, conseguimos equilibrar o jogo, mas pela qualidade, o Cruzeiro conseguiu fazer logo dois gols, e nós tivemos uma desatenção grande e um relaxamento em termos de marcação. O Fábio Noronha não fez defesas. Acho que o Cruzeiro conseguiu chegar ao nosso gol umas noves vezes. Uma bola pegou na trave e as outras entraram. A qualidade do Cruzeiro atrapalhou demais a nossa conduta de jogo, e por isso, tivemos um descompromisso muito grande em termos de marcação. Relaxamos na partida e o Cruzeiro acabou conseguindo esse placar, que atrapalhou totalmente nossa pretensão de chegar na final.




O assédio de empresários e a especulação sobre a saída de alguns jogadores pode ter atrapalhado a atuação da equipe?




GILMAR - Eu acredito que esse possa ser um dos motivos, já que isso atrapalha em termos de foco. Os jogadores vinham com um comprometimento muito grande na fase de classificação. Os nossos jogadores estão sendo muito assediados por empresários, o que atrapalha a concentração da equipe. Quando o jogador pensa em termos individuas, o coletivo é que sofre. Mas são vários fatores que atrapalharam bastante, e também pela qualidade do Cruzeiro. É claro que em primeiro lugar, eu tenho sempre que assumir tudo, pois sou quem está à frente do trabalho.




“Os nossos jogadores estão sendo muito assediados por empresários, o que atrapalha a concentração da equipe”




Você acha que os jogadores sentiram a pressão de uma semifinal?






GILMAR - Pode ser também porque muitos jogadores ainda não tinham disputado uma semifinal e o América chegou sendo muito assediado, muito elogiado, então quando aparece um obstáculo você tem que ter uma estrutura muito boa, um equilíbrio pra aguentar a pressão. Nós levamos a goleada do Atlético, não entramos bem nas semifinais, e acabou acontecendo o que todo muito já sabe, essa goleada que praticamente deixou a gente de fora da final.




Que tipo de lição você tira dessas duas goleadas sofridas pelo América?




GILMAR - Aprendi muito. Aprendi que estou no América e tem que ter os pés no chão, saber que as coisas não acontecem de um dia para o outro. Tivemos um comprometimento muito grande na fase de classificação e às vezes, você não pode se empolgar, tem que ter atitude, humildade e comprometimento até o fim. Nós tivemos uma oportunidade e tanto para conseguirmos coisas melhores, ter objetivos melhores. Mas a vida é assim, a gente tira a lição sempre com a derrota e com as vitórias também, mas é claro que vou aprender muito com isso para um futuro breve com o América.




“Aprendi muito. Aprendi que estou no América e tem que ter os pés no chão...”


Como motivar o grupo para a partida de volta em Sete Lagoas?




GILMAR - O jogador já tem que estar motivado, ainda mais num clube que paga em dia, que dá condições de trabalho, que vai jogar contra o Cruzeiro, tudo isso é uma motivação e tanto. Ele tem que estar sempre motivado, mas é claro que a gente procura mentalizar e saber da capacidade que tem cada um. É por isso que nós conseguimos chegar nas semifinais e viver tudo isso. Procurar ter uma conduta naquilo que queremos, para demonstrar pelos menos um pouquinho nesse último jogo, daquilo que nos levou a disputar as semifinais.




Que avaliação você faz da temporada do América até o momento?




GILMAR - Muita coisa boa já que é o segundo ano que disputamos e conseguimos ser o melhor do interior. Jogamos contra muitos clubes com maior capacidade que o América. Fico muito satisfeito com o comprometimento dos jogadores, da diretoria, que foi importante nesse passo que demos à frente, e que o América possa continuar crescendo e quem sabe um dia, estar num patamar bem melhor do que se encontra hoje.




Qual foi o seu sentimento após o jogo de sábado?




GILMAR - Eu fiquei muito chateado. Claro que a gente não gosta de ser hostilizado, de ser vaiado, até para o torcedor que acompanhou o grupo durante todo o tempo, pedindo raça aos jogadores e tendo uma briga particular logo comigo que estou ali na frente do trabalho. Mas a gente entende que o torcedor quer vencer. Eu também quero vencer e só participo de grupos vencedores, sempre luto em busca de vitórias. Sei que é uma minoria, alguns que gostam de determinado jogador e que às vezes não coloco pra jogar. Em geral a torcida está de parabéns pelo fato de sempre lotar o estádio, e é uma coisa muito bonita de ver em todos os jogos do América, a torcida empurrando o time em busca da vitória. Foi importantíssimo estarmos juntos até aqui. A gente tira de lição também para que possa no futuro, junto com eles, saber que os adversários são aqueles que vem jogar contra a gente, e nós somos sempre da casa. É entrega total para que possamos alcançar nossos objetivos e não diferente. Eu já estou recuperado e cem por cento para que, junto com os jogadores, possamos fazer uma grande apresentação e terminar com chave de ouro a participação no Campeonato Mineiro.




Como foi a conversa com os jogadores na reapresentação?


GILMAR - Procuro sempre conversar com os jogadores, passar aquilo que senti em termos de jogos, rodadas, e o que aconteceu. Falei para eles tudo que eu pensava, que o jogador não pode ficar pensando em termos individuais. Nós tínhamos uma grande projeção dentro do Campeonato Mineiro, tínhamos um nome a zelar, dos jogadores, do clube, da comissão técnica, junto com todos os torcedores de Teófilo Otoni. Não ficamos satisfeitos com o que aconteceu, mas a gente procura analisar e saber que nós perdemos jogos para o Atlético e o Cruzeiro, que estão num patamar totalmente diferente do nosso. Não é pela derrota, e sim, pela passividade com que nós aceitamos essas derrotas. Isso me deixa muito chateado. Então eu passei para eles tudo, mas sempre com aquele intuito de levantar o astral, de procurar fazer com que eles possam ter uma personalidade melhor, para terminarmos o campeonato com dignidade e honrando tudo aquilo que o América tem feito por nós.



Fonte: Assessoria de Imprensa - AFCTO 


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