Defesa tenta na Justiça o direito dos réus responderem em liberdade
Patrícia BeloDo G1 dos Vales de Minas Gerais
A Justiça de Ipatinga vai levar a julgamento os quatro acusados de envolvimento em uma briga que matou uma mulher e feriu a irmã, no bairro Bethânia, em 24 de julho de 2013.
No processo foram convocados os irmãos Rosiane Noemi de Souza Santana e Roberson Flávio Santana, e o pai deles, o policial aposentado José Ivanil Santana, e ainda Andrea Fabiana Barbosa Paiva, esposa de Roberson. A data do júri ainda não foi definida, o que poderá ser feito somente após o posicionamento da defesa.
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A defesa dos quatro réus irá recorrer da sentença. De acordo com o advogado, a briga que matou Simone foi ocasionada por uma rixa antiga entre as duas irmãs e Rosiane e que no dia dos crime houve agressões de ambas as partes.
A defesa vem buscando junto à Justiça que os quatro possam responder ao processo em liberdade. Pelo menos cinco habeas corpus em favor de Roberson já foram impetrados, sendo que o pedido foi negado duas vezes, e os outros ainda não foram julgados. Ainda segundo o advogado, a defesa estuda recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para liberar os clientes dos pedidos de prisão.
O juiz responsável pela 2ª vara criminal de Ipatinga, Antônio Augusto Calaes, negou o direito dos acusados recorrerem em liberdade. Segundo a sentença, o caso em questão se trata de um crime hediondo e a prisão dos réus é necessária para preservar a ordem pública.
Roberson, Andréia, Rosiane e José Ivanil deverão ser julgados pelos crimes de homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e praticado à traição – e tentativa de homicídio também duplamente qualificado. As penas pelos delitos podem chegar a 40 anos de prisão.
Entenda o caso
Segundo denúncia do Ministério Público, Roberson, com o auxílio de seus familiares, esfaqueou Simone Agapito da Silva, de 36 anos, que morreu no local, e sua irmã, Elen Cristina Agapito, de 32 anos, que foi encaminhada para o hospital de Ipatinga e liberada.
As duas irmãs estavam em uma lanchonete, localizada no bairro Bethânia, quando Rosiane chegou ao local, momento em que as três iniciaram uma discussão com agressões verbais. A ré saiu do estabelecimento, mas teria afirmado em tom ameaçador que voltaria. Momentos depois, a mulher retornou ao local acompanhada dos parentes e novas agressões aconteceram, desta vez físicas.
Segundo as investigações, Roberson foi contido por uma terceira pessoa que tentava apartar a confusão. Entretanto, José Ivanil, o pai, teria ameaçado com uma arma o indivíduo que segurava o filho. Roberson então teria ido até o carro da família, se armou com uma faca e feriu as costas Simone e Elen. Após esfaquear as irmãs, Roberson fugiu do local acompanhado da família e com o auxílio do pai, segundo afirma a acusação.
José Ivanil foi preso em flagrante pouco depois do assassinato, por porte ilegal de arma de fogo. Ele teve sua prisão convertida em preventiva pela Justiça de Ipatinga e foi levado para a casa de custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte, onde ainda se encontra.
Os outros três envolvidos se apresentaram e prestaram depoimento na delegacia de homicídios de Ipatinga, mas não participaram das outras etapas do processo judicial e foram considerados foragidos da Justiça, por terem contra eles mandados de prisão em aberto.
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