Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Desde que assumiu o comando do país, Jair Bolsonaro (PSL) já deu 400 declarações falsas ou distorcidas. Mas as mentiras do ex-capitão começaram já em sua campanha eleitoral, quando fez inúmeras promessas à população. Um a um, esses compromissos estão sendo esquecidos por Bolsonaro. O caso mais recente é do preço do gás, que Jair prometeu baixar para apenas R$ 30 no seu mandato. Dez meses depois do início dodesgoverno, o preço médio do botijão já é R$ 65 podendo alcançar R$ 115, e deve continuar aumentando.
Nesta segunda-feira (21), o governo Bolsonaro autorizou aumento de 5% no preço do gás nas distribuidoras. Em nota, a Petrobras anunciou a alta no valor do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) residencial e empresarial, sendo que este último sofrerá um acréscimo menor. O encargo deve ser ainda maior para o consumidor final, já que o aumento nas distribuidoras pode afetar outros custos envolvidos na rede de produção e distribuição.
De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), a mudança acontecerá “no preço do GLP residencial (embalagens de até 13kg) e empresarial (destinado a embalagens acima de 13 kg) (…). O aumento do GLP residencial oscilará entre 4,8% e 5,3% e o aumento do GLP empresarial entre 2,9% e 3,2%, dependendo do polo de suprimento”.
“R$ 30 com seriedade”
Durante o segundo turno das eleições, Bolsonaro prometeu abaixar o preço do gás e ainda atacou o então candidato Fernando Haddad que apresentou uma proposta real para a redução do gás: “Ele diz que vai passar o preço do gás para R$ 49. Eu quero que ele passe para R$ 30. (…) Nós queremos sim diminuir o preço do gás, mas com seriedade. Não na base da canetada enganando pessoas mais pobres que vivem realmente em uma situação bastante complicada. Sabemos que o preço do gás está batendo aí R$ 75, R$ 80. É um absurdo o preço do gás isso tudo”, vociferou o então candidato da direita disseminadora de fake news.
Um ano depois dessa declaração, o valor do produto está ainda maior no país, sendo comercializado por mais de R$ 100 em algumas cidades brasileiras. Com o aumento anunciado, a população brasileira, que já sofre com o crescente desemprego e a economia estagnada, vai ter mais dificuldade para cobrir os gastos necessários para sobreviver.
A escalada no custo do gás de cozinha desde o golpe de 2016 já gerou graves consequências: de acordo com último levantamento divulgado pelo IBGE, um quinto das famílias brasileiras já passou a usar lenha ou carvão para cozinhar. São ao menos 14 milhões de lares voltando ao século 19.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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