Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), o subtenente da reserva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz, está mais uma vez no centro do noticiário político. Neste domingo (27 de outubro), os jornais Folha de S. Paulo e O Globo divulgaram conteúdos de áudios nos quais Queiroz demonstra preocupação com as investigações do Ministério Público do Rio - o ex-assessor é suspeito de fazer 'rachadinha', que é quando servidores de gabinete devolvem parte dos salários aos parlamentares.
Na primeira notícia, divulgada às 11h51 pela Folha de S. Paulo, Queiroz aponta falhas na condução do governo e demonstra preocupação com o avanço das investigações do MP carioca.
"É o que eu falo, o cara lá está hiperprotegido. Eu não vejo ninguém mover nada para tentar me ajudar aí. Ver e tal... É só porrada. O MP tá com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente. Não vi ninguém agir", reclama o policial militar ao seu interlocutor.
Mais tarde, às 14h22, o jornal O Globo divulgou mais detalhes sobre a conversa - a publicação afirmou ter obtido a gravação na íntegra, enquanto a Folha de S. Paulo teria tido acesso a apenas uma parte do áudio.
A fonte do jornal pediu sigilo de sua identidade e encaminhou um material com total de 43 segundos. Nessas conversas, descobre-se que o 'hiperprotegido' a quem Queiroz se refere é Adélio Bispo, autor do atentado contra Jair Bolsonaro durante as eleições do ano passado. Para o ex-assessor e policial militar aposentado, alguém contratou Adélio para cometer o crime - a investigação da Polícia Federal, contudo, concluiu que ele teria agido sozinho.
"Se eu não estou com esses problemas aí, a gente de bobeira, podia estar andando e ia dar para investigar, infiltrar, botar um 'calunga' no meio deles, entendeu? A gente mesmo levantava essa parada aí (quem contratou o Adélio", diz Queiroz, que em seguida reclama da falta de apoio - trata-se do trecho da conversa revelado pela Folha de S. Paulo e transcrito acima.
Anteriormente, na quinta-feira da última semana, O Globo já havia revelado outro áudio de WhatsApp de Queiroz, no qual o ex-assessor comenta sobre a situação de cargos que poderiam ser utilizados por aliados no Congresso. "Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado", afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário