Ralos, caixas d’água e reservatórios destampados, e pratos de plantas. É daí que surgem 90% dos criadouros do Aedes aegypti em Governador Valadares. A constatação é da Secretaria Municipal de Saúde, após visitas dos agentes de endemias a imóveis de 88 bairros da cidade. Ilha dos Araújos, Vila Bretas, Vila Mariana, Nossa Senhora de Lourdes e São Geraldo apresentam os maiores índices de infestação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa) revela um índice geral de 7,6%. Isso deixa a cidade em alto risco de surto para essas doenças.
E esse índice de infestação somado ao crescimento do número de casos prováveis – que reúne os confirmados e os suspeitos – deixaram as autoridades de saúde locais em alerta. O Departamento de Vigilância em Saúde municipal registrou, entre janeiro e agosto deste ano, 715 casos prováveis: 642 de dengue, 64 de chikungunya e nove de zika. Em 2018, o total foi de 237 casos das três enfermidades.
Para frear o aumento de notificações, o município atua na capacitação dos servidores para orientar a população quanto aos riscos e impactos das doenças transmitidas pelo vetor e também na mobilização social. As ações de combate pretendem evitar casos de sofrimento como o do pintor Ricardo Alves, de 29 anos. Casado e pai de um filho, o morador do bairro Nossa Senhora das Graças contraiu dengue.
“Cheguei do serviço, no final do dia, e daí eu comecei a sentir um desânimo. Tomei banho e comecei a sentir o corpo quente. Aí, falei: ‘Ué, gente, tem alguma coisa estranha’. E daí só foi piorando no decorrer da noite. Tive febre e sentindo muita dor nas articulações, como se eu tivesse feito muito esforço durante o dia, coisa que não tinha acontecido.”
Ricardo acredita que a ação de combate ao mosquito só terá resultado se gestores e cidadãos trabalharem juntos. Para ele, cada um deve contribuir e fiscalizar possíveis criadouros.
“Se todos nós moradores contribuirmos, cuidando da nossa casa, quintal, das plantas. Esse tipo de coisa ajuda bastante no combate, porque tudo vem a partir da própria residência”, alertou.
Os dados de Governador Valadares acompanham a situação nacional. O Ministério da Saúde aponta um aumento de aproximadamente 600% no número de casos de dengue, em comparação com o ano passado. Quanto aos casos de chikungunya e de zika, o crescimento foi de 44% e 47%, respectivamente.
No último dia 12 de setembro, o Ministério da Saúde lançou a nova campanha nacional de combate ao mosquito para conscientizar as pessoas sobre a importância de fiscalizar e eliminar possíveis criadouros. O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Kleber, destaca que a responsabilidade é de todos, cidadãos e gestores. Kleber convoca toda a população para acabar com o mosquito.
“Estamos com a oportunidade de eliminar os criadouros dos domicílios como os pratos de vasinhos de planta, garrafas vazias e outros resíduos, tirando 10 minutos da sua rotina, ao chegar em casa do trabalho ou durantes os fins de semana. Em todo pequeno local, o mosquito tem capacidade de botar os ovos e ser um criadouro”, afirmou.
Aqui vão algumas recomendações do Ministério da Saúde para o combate do mosquito dentro de casa. Deixe ralos limpos e com aplicação de tela. Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia. Mantenha os reservatórios de água tampados. A limpeza deve ser periódica, com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Segundo o ministério, esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Lembre-se que o combate começa por você. Proteja sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes.
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