Estados Unidos criticam declaração de Bolsonaro pró-Rússia
"O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou
com a Rússia, quando as forças russas se preparam para lançar ataques a cidades
ucranianas, não poderia ter sido pior”, diz porta-voz do governo
norte-americano
olsonaro e Putin durante coletiva de imprensa em Moscou, Rússia, nesta quarta-feira (16)
Foto: Alan Santos/PR
Essas frases significam que, na visão americana, o apoio expresso do Brasil, uma economia importante e um país democrático, vai na contramão da pressão americana e europeia para o presidente Vladimir Putin não seguir adiante numa eventual agressão militar à Ucrânia.
A viagem de Bolsonaro a Moscou foi motivada pela
necessidade, por ele percebida, de encontrar uma alternativa de parceria
estratégica nas áreas militar, nuclear e espacial, considerando o
relacionamento ruim dele com os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi
Jinping.
Para o governo americano, o presidente brasileiro não tem de
escolher entre um e outro país. “Vemos uma narrativa falsa de que nosso
engajamento com o Brasil na Rússia envolve pedir ao Brasil que escolha entre os
Estados Unidos e a Rússia”, escreveu o porta-voz, na nota à CNN.
“Esse não é o caso”, prossegue o texto. “Esta é uma questão
do Brasil, como um país importante, parecendo ignorar a agressão armada por uma
grande potência contra um vizinho menor, uma postura inconsistente com a ênfase
histórica do Brasil na paz e na diplomacia.”
Noutras palavras, não é o governo Biden que empurra
Bolsonaro para o isolamento e a busca de uma saída, digamos, problemática. É
uma escolha do próprio presidente brasileiro.
No fim de janeiro, a preocupação com o encontro foi tema de
um telefonema entre o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, e
o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Carlos França. Na conversa,
Blinken teria dito que não pediria a Bolsonaro que não fosse a Moscou, pois
essa é uma decisão soberana do Brasil. Entretanto, recomendou que o presidente
do Brasil levasse a Putin uma mensagem no sentido de que o Brasil é favorável
ao cumprimento dos acordos de paz previstos no tratado de Minsk.
A CNN pediu ao Palácio do Planalto e ao Itamaraty uma
resposta às declarações do porta-voz americano. Até o momento, não houve
reação.
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