Presidente eleito deu declaração em encontro com integrantes do PSL. Para Bolsonaro, questão ideológica é 'muito mais grave' que corrupção; 4 dos 12 ministros anunciados são investigados
O presidente eleito Jair Bolsonaro, durante discurso em evento do PSL — Foto: Reprodução/Facebook
Por Filipe Matoso, G1 — Brasília
O presidente eleito Jair Bolsonaroafirmou nesta quarta-feira (21) que, se ele "afundar", o Brasil "afunda junto"
Bolsonaro deu a declaração durante um encontro com parlamentares eleitos do PSL, em um hotel em Brasília.
"O parlamento é muito importante, precisamos do parlamento e precisamos, acima de tudo, dar o exemplo. [...] Estamos no mesmo barco. Se eu afundar, não é vocês não, é o Brasil todo que vai afundar junto. E não teremos retorno", declarou.
Ao argumentar que os presentes ao encontro estão "no mesmo barco", Bolsonaro afirmou contar com o apoio dos parlamentares do PSL para aprovar projetos de interesse do governo no Congresso Nacional.
Corrupção
Ainda no discurso desta quarta-feira, o presidente eleito afirmou que a "questão ideológica" é "muito mais grave" que a corrupção.
Durante toda a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que, se eleito, faria um governo "sem viés ideológico"
"Se nós errarmos quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos. Não queremos isso para o nosso Brasil. Muito, mas muito mais grave que a corrupção é a questão ideológica. Vocês sabem muito bem disso", afirmou.
Dos 12 futuros ministros já anunciados pelo novo governo, quatro são investigados
- Luiz Henrique Mandetta (Saúde): investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2,
- Tereza Cristina (Agricultura): investigada por supostamente beneficiar a JBS,
- Onyx Lorenzoni (Casa Civil): investigado por suposto recebimento de propina;
- Paulo Guedes (Economia): investigado por supostas irregularidades em fundos de pensão,
Segundo Bolsonaro, somente denúncia "robusta" vai tirar algum ministro do governo quando ele assumir a Presidência da República.
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