Caminhão estava no pátio de uma empresa no Bairro São Cristóvão (Foto: Divulgação)
Preso suspeito de estuprar jovem
com deficiência mental em
Itambacuri
(MG)
A vítima relata que foi abusada quando estava sozinha em casa
- MINAS GERAIS
Do R7
Sentença diz que vítima ligou para o 190 instantes antes de
ser assassinada. Ela e o marido foram mortos com mais de 120 facadas. Militar
disse ao G1 que não atendeu ao telefonema e recorreu da sentença.
Por Bárbara Almeida, G1 Triângulo Mineiro
16/11/2018 19h43 Atualizado há 2 anos
Uma policial militar em Araxá, no Alto Paranaíba, foi
condenada por negligência ao deixar de enviar uma viatura para atender uma
denúncia de uma jovem que ligou para o 190 em 2016. A vítima e o marido dela
morreram durante um latrocínio - roubo seguido de morte - instantes após a
ligação.
A cabo da Polícia Militar (PM), Rosiane Cândido dos Santos,
que na época atuava no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), foi
condenada pelo Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG), em primeira
instância, a um ano e oito meses de detenção em regime semiaberto, e seis meses
de suspensão do exercício do cargo por prevaricação e negligência.
Higor e Rafaela foram mortos a facadas em Araxá — Foto:
Divulgação/ Facebook
Ao G1, a militar disse que recorreu da sentença, pois não há
provas de que houve negligência no atendimento durante o serviço no Copom no
dia do crime, em janeiro de 2016.
"No dia do caso eu gerei 16 ocorrências, a acusação
fala que teve registro no celular da vítima ao 190, mas não apresentaram esse
telefonema. Eu não conversei com a vítima. Depois da divulgação do caso estou
sendo ameaçada de morte e isso é muito grave", disse Rosiane.
Entenda
A condenação da militar se refere ao assassinato do casal
Higor Fonseca, 26 anos, e Rafaela D'Eluz Giordani de Sousa, 21 anos, mortos com
mais de 120 facadas durante o assalto dentro da casa em que moravam, em Araxá.
Durante a investigação do latrocínio pela Polícia Civil, foi
identificado através da quebra de sigilo telefônico de Rafaela, que ela ligou
duas vezes para o telefone de emergência da Polícia Militar instantes antes do
crime.
De acordo com a sentença do TJMMG, a primeira ligação durou
um minuto e 38 segundos, já a segunda, cinco minutos depois do primeiro
telefonema, não foi atendida. A viatura da PM só foi empenhada horas após os
assassinatos, em denúncia sobre o sumiço do casal.
Ainda conforme o processo, a ligação de Rafaela não foi
gravada, pois o sistema de identificação da chamada não funcionava corretamente
no dia do fato. Em nota, a assessoria da Polícia Militar do 37º Batalhão da
Polícia Militar em Araxá disse que assim que foi notificada sobre possível
conduta irregular da policial militar, adotou as medidas cabíveis e instaurou
procedimento administrativo para apuração dos fatos.
"Hoje, o processo se encontra em tramitação na Justiça
Militar Estadual, em fase recursal, não tendo ocorrido, ainda, o trânsito em
julgado. A PMMG respeita a decisão judicial e aguarda a finalização do
processo. Ressaltamos ainda que todo procedimento está sendo acompanhado pela
corregedoria da corporação", explicou no texto.
Rafaela realizou ligação à PM instantes antes de ser
assassinata com o marido — Foto: Divulgação/ Facebook
Rafaela realizou ligação à PM instantes antes de ser
assassinata com o marido — Foto: Divulgação/ Facebook
Acusação vai recorrer do caso
O advogado assistente de acusação e avô de Rafaela, João
D'Eluz, disse ao G1 que também recorreu da sentença, uma vez que avaliou a pena
branda.
"Minha neta estava se formando em direito, uma menina
linda, doce, que em um momento difícil tinha várias pessoas para recorrer. Ela
poderia ter ligado para mim, para a mãe dela, para o pai, mas não, ela escolheu
ligar para a PM, que foi quem julgou que podia salvá-la, mas isso não
aconteceu. O crime acabou com minha família, é uma dor irreparável",
comentou João.
PM nas redes sociais
Na sentença também foi incluída informações sobre as redes
sociais da militar Rosiane. Conforme a condenação, a cabo, que também atua como
fisioculturista, realizava postagens sobre a vida fitness durante o expediente,
inclusive com publicações feitas no dia do crime.
O texto da condenação diz "os fragmentos do indicativo
da conduta da acusada demonstram um certo narcisismo e autocentramento alheio à
função de servir, indicativos de todo um cuidado voltado à imagem do que
propriamente a função... não há nenhuma dúvida sobre a prática da conduta
criminosa: a acusada ao invés de se dedicar de corpo e alma a função que
exercia, deixou de agir para atender interesse pessoal".
Sobre o uso das redes sociais durante o expediente, a
policial disse ao G1 que utiliza do meio digital há sete anos e que conta com
uma assessoria que realiza as publicações nas suas contas no Instagram e
Facebook.
O crime
Conforme o registro da Polícia Militar (PM), em janeiro de
2016 o sumiço do casal foi denunciado por um amigo que estranhou a ausência
deles. Uma equipe da PM foi até a casa onde eles estariam e encontraram o
imóvel bastante revirado, as vítimas já estavam mortas.
O coordenador do Instituto Médico Legal (IML) de Araxá,
Hudson Fiuza, disse na época que o casal foi torturado e morto a golpes de
faca. Rafaela, que era estudante de direito, tinha 12 perfurações pelo corpo e
os cortes estavam cobertos com açúcar. O rapaz, empresário, teve 110
perfurações no peito e no tórax e estava coberto por fubá de milho.
Ainda segundo os militares, foram furtados da casa dois
televisores, uma caminhonete e uma quantidade de dinheiro e joias. Os dois
adolescentes acusados de participação no crime foram sentenciados e levados
para o Centro de Reeducação do Adolescente (Cerad). Eles foram condenados a até
três anos de internação e a cada seis meses, uma equipe avalia se eles poderão
retornar ao convívio social.
Motivação do crime
Após a prisão dos criminosos, o delegado responsável pela
apuração, Cezar Felipe Colombari, informou à imprensa que o crime ocorreu após
desentendimento dentro da residência. Ele contou que o proprietário da casa
chegou a desarmar um dos criminosos e tentou efetuar um disparo, mas a arma
falhou.
"Eles entraram para roubar. Houve um desentendimento
dentro do imóvel e os criminosos acabaram matando as vítimas. Parece que houve
um embate com a vítima e ela chegou a tirar o capuz de um dos criminosos. No
momento de uma luta corporal, a vítima tirou um revólver que estava em poder de
um dos ladrões. Quando foi retirado esse revólver, houve supostamente uma
tentativa de disparo da vítima contra um deles e o revólver falhou. Isso teria
causado uma revolta nos criminosos que estariam sob efeitos de entorpecentes,
então eles voltaram a render as vítimas, as amarraram e usaram a crueldade como
forma de vingança", contou.
Sobre o açúcar e o fubá de milho encontrados nos corpos do
casal, os criminosos relataram que fizeram isso para tentar dificultar o
trabalho da perícia na busca por digitais.
O avô de Rafaela disse ao G1 que dois dos criminosos eram
ex-funcionários de Higor e que a quadrilha foi muito cruel.
"Minha neta escondeu a aliança e uma correntinha na
barra da calça, achamos que eles mataram ela por queima de arquivo após matar o
Higor. Eles queriam o dinheiro dele e ele não tinha valores em casa. O caso é
muito sério e triste", lamentou João.
Prisões e condenações
No dia 27 de janeiro, os dois jovens de 18 e 20 anos e dois
adolescentes de 17 anos, foram presos pelo crime. Uma faca também foi
apreendida pela Polícia Civil e encaminhada para análise da perícia. Todos os
envolvidos foram condenados por latrocínio - roubo seguido de morte - em
outubro de 2016.
ARAXÁ
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