quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

QUEDA DE BRAÇO NA CÂMARA

 A dois dias da posse, partidos enfrentam dificuldades para montar chapas à disputa pelo comando da futura mesa diretora da Casa

No alto, imagem do plenário na Câmara. Em sentido horário, os vereadores Jácia Lopes, Raimundo Mendonça,  Ronny da Ambulância, Gilson 'Tola' Viana, Jacó Cunha, Bio Pimenta, Cibelle da Saúde, Ramon Seixas e Dão Guedes

Uma disputa silenciosa tem sido travada em Manga para a eleição da próxima mesa diretora da Câmara de Vereadores. O prefeito eleito Anastácio Guedes (PT) manobra para evitar que seu principal adversário na cena local, o ainda prefeito Quinquinhas de Quinca de Otílio, o Joaquim Oliveira (PSD), consiga o domínio do Legislativo.

Anastácio, contudo, tem o voto garantido de apenas três dos nove vereadores eleitos. Precisa compor para trazer outros dois votos para sua base, no que garantiria a maioria em plenário.

FIEL DA BALANÇA - O site apurou que as conversas não têm avançado muito, mesmo com a adesão do empresário Vinicius Ramos, o Vinicius Interpop, ao projeto de evitar que a futura oposição domine a mesa diretora da Casa pelos próximos dois anos.

Vinicius manobra para herdar o espólio político do grupo liderado pelo o agora ex-prefeito Quinquinhas. Condenado à perda dos direitos políticos por 10 anos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Quinquinhas virou ficha suja e deve sair de cena da política manguense.       

De volta à eleição para a Câmara, o Republicanos, partido de Vinicius Interpop, elegeu dois vereadores e, em tese, tem o papel de ser o fiel da balança na escolha do presidente da Câmara. 

Gilson Francisco Viana, o Tola (300 votos) e Jackson Cunha, o Jacó (280 votos) poderiam dar Anastácio a maioria de que precisa para bloquear os planos de Quinquinhas de lhe causar embaraços na primeira metade do mandato. 

ESQUERDA? TÔ FORA - O problema aqui é que Jacó Cunha, vereador em primeiro mandato, tem perfil ideológico de extrema direita e já declarou que não aceita composição com o PT - nem mesmo para ser o indicado do grupo do prefeito para o cargo de presidente da Casa.   

Os partidos da base do prefeito Quinquinhas conquistaram quatro das nove cadeiras da Câmara e basta conseguir a adesão de Jacó para formar a maioria que lhe permite eleger o próximo presidente da Casa. Mas aqui começam as dores de cabeça.  

http://www.luisclaudioguedes.com.br/index.php/245-destaques/5624-queda-de-braco-na-camara

PODER DE SAIAS - Há uma regra não escrita que atribuiu ao vereador mais votado a preferência na indicação para a disputa.  Vereadora estreante, Jácia Lopes conquistou esse status com os 385 votos que recebeu na eleição de novembro e chegou a cogitar a indicação do seu grupo para a caderia de presidente.

O busílis é que outra mulher e também estreante na vereança, Cibelle Santos Vieira, a Cibelle da Saúde (PP, 273 votos), também sonha com a indicação por parte do ainda prefeito Quinquinhas. Qualquer derrapada aqui pode jogar um insatisfeito no colo dos adversários.      

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TOMOU VENTO - O problema é que Jacó Cunha, também ele um debutante na vereança, sonha com em presidir a Câmara já na chegada ao parlamento. Quinquinhas, que também age nos bastidores, precisa manter seu grupo coeso, porque o PT de Anastácio pode levar a rapadura se conseguir tirar um voto da sua base. 

O grupo da futura oposição poderia ainda apelar ao critério da antiguidade e indicar o vereador reeleito Raimundo Mendonça, o Raimundão (PSD), agora no terceiro mandato, mas os entrantes chegaram com muito gás - pelo menos três deles querem presidir a Casa. 

O grupo governista a partir de janeiro poderia indicar o atual presidente, Jarbas Pimenta, o Bio (PSB, 277 votos), mas tudo indica que essa consertação não iria adiante. Tem ainda o nome do petista Dão Guedes (193 votos), mas a rejeição seria enorme por conta do parentesco com o prefeito Anastácio.    

MINHA BIC - A caneta do prefeito que sai praticamente ficou sem tinta e a do prefeito que assume é nova em folha. Além disso, o fato de Quinquinhas ter virado político ficha suja já faz alguns aliados seus olharem para o futuro na esperança de conseguir encher o vácuo que seu possível futuro impedimento vai abrir no grupo político. 

Numa palavra: o prefeito já não tem mais bala na agulha para dizer o que sua base na Câmara vai fazer ou deixar de fazer como fez no mandato anterior de Anastácio (2013/2016). 

VEM PRÁ CÁ, VEM PRÁ CÁ! - Para frustrar a investida de Quinquinhas, o futuro prefeito precisa cooptar pelo menos um vereador da base adversária. Como fazer? Um caminho seria oferecer o canto da sereia do apoio para colocar essa pessoa na presidência da Câmara - mediante compromisso futuro de lealdade. Pode dar certo? Vai saber. 

Consta que o deputado federal Paulo Guedes, raposa felpuda e com longa experiência em negociações do tipo, entrou em campo para reverter a minoria do irmão e prefeito eleito e tentar levar sua bancada dos atuais três para cinco vereadores. Vai funcionar? Difícil saber.  

SEXAGENÁRIO - Esse é o lugar em que estamos a três dias da posse e da eleição dos futuros vereadores dono da pauta na Câmara.

Por falar nisso, a solenidade de posse dos eleitos, restrita por conta do coronavírus, acontece na noite desta sexta-feira (1º/12) e será presidida - no critério da antiguidade - pelo vereador Dão Guedes (PT), 61 anos, o parlamentar mais velho entre os eleitos para o próximo mandato. A cerimônia da posse antecede a eleição propriamente dita para a mesa diretora da Câmara.

Há quarto anos, Dão Guedes era escolhido presidente da Casa apesar de ter sido eleito pela oposição ao prefeito Quinquinhas, que então também não tinha a maioria dos votos na Casa.

Desta vez, Dão Guedes nem sonha com a possibilidade de voltar a presidir a Câmara. E mais: precisa contar com a sorte para que a oposição não repita aqui o PT conseguiu no início de 2017. 











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