Apontado pela polícia paraguaia como o novo líder do tráfico na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, com atuação entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, Cléber Riveros Segovia, o “Dogão”, 31 anos, foi assassinado na madrugada desta sexta-feira (28) no Paraná. A morte do integrante de uma das maiores facções criminosas do país aconteceu em um condomínio de luxo às margens da Represa Capivara, no município de Sertaneja.

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Dogão era procurado pela polícia brasileira e paraguaia

Os detalhes da execução mais parecem história de filme. Dogão estava há cerca de 15 dias no condomínio de luxo – construído no encontro dos rios Tibagi e Paranapanema. No lugar, há pista de pouso e decolagem para aviões, embarcações grandiosas, casas de alto padrão e promessas de segurança redobrada.

Segundo apurado pelo Primeira Página, a mulher do traficante chegou primeiro, em uma Hilux com placas de Bonito. Dias depois, ele chegou de avião. No local, ficou com a esposa e com os filhos, sob aparente segurança reforçada. Nesta madrugada, nada disso fez diferença.

Os assassinos chegaram ao local de barco. Eram pelo menos 15 suspeitos, encapuzados e com armas nas mãos, conforme a cena descrita pela polícia. Os matadores desembarcaram no porto, invadiram o condomínio, cortaram o sistema de monitoramento e separaram Dogão da esposa e das crianças. Quando estava sozinho, o traficante foi executado a tiros.

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Local em que Dogão foi morto (Foto: Divulgação)

Consta no boletim e ocorrência que ao lado do corpo foram encontradas projetis de vários calibres. Depois da morte de Dogão, os suspeitos fugiram de barco. A mulher do traficante pegou as crianças, entrou no carro e dirigiu até uma cidade do município paulista para pedir socorro.

Ainda conforme a polícia, existe a suspeita de que Dogão usava o condomínio para receber e enviar toneladas de droga de avião e barco. Por isso, o caso segue em investigações. No Mato Grosso do Sul, o traficante foi apontado como um dos sucessores de Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro. Além disso, teria ordenado execuções na região de fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

Em julho deste ano, documento com um alerta sobre o risco de ocorrer ataque armado em Pedro Juan Caballero foi divulgado pela polícia paraguaia. O texto assinado pelo comissário Abel Marino Cantero, subchefe de investigação do departamento de Amambay, afirmava que mais de 40 homens armados estariam prestes a sair às ruas para matar os inimigos.

“Dogão” seria o comandante, com apoio de um outro homem, não identificado.

“Um foragido da justiça brasileira, com a cumplicidade de um certo Danilinho, cujos outros dados são desconhecidos, atacaria a humanidade de algumas pessoas desta cidade, cujos dados não são tratados”, detalhava o documento.

https://primeirapagina.com.br/seguranca/dogaoo-nome-chefe-da-fronteira-e-executado-a-tiros-no-parana/