Marcela Viana, de 35 anos, estava na garupa da moto e precisou levar sete pontos no rosto após a batida.
Por Juliana SiqueiraPublicado em 29 de janeiro de 2023 | 14h24 - Atualizado em 29 de janeiro de 2023 | 14h26
A Polícia Civil apura um acidente envolvendo uma viatura da Guarda Municipal e uma moto na última quarta-feira (25), entre a rua Padre Belchior e a Avenida Paraná, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A jornalista Marcela Viana, de 35 anos, que estava na garupa da moto, ficou ferida e precisou receber atendimento médico.
Marcela alega que o veículo da Guarda transitava em alta velocidade e que, após a colisão, foi removido do local, impossibilitando uma análise do que houve. A mulher levou sete pontos no rosto e afirma que ficará com cicatrizes. Em nota, a Guarda Municipal alega que a viatura estava com a sirene e os sinais luminosos ligados e que a moto surgiu repentinamente.
“Poderia ter sido muito pior, mas, principalmente, não deveria sequer ter acontecido. Eu me deslocava para a casa de minha mãe, num trajeto de cerca de 3km, e pretendia voltar para casa em duas horas e seguir normalmente minha rotina”, conta.
Marcela relata que, no cruzamento anterior, com a rua dos Tupis, um veículo da Guarda passou com a sirene ligada, e a moto em que ela estava se desviou, assim como os carros e ônibus. O sinal abriu, e a moto seguiu pela Avenida Amazonas, na pista da direita. O semáforo do cruzamento da rua Padre Belchior e da Avenida Paraná estava verde, diz ela, e a moto continuou seguindo.
“Havia um ônibus à nossa esquerda e ao passarmos no cruzamento, sem ouvir nenhuma sirene, o ônibus freou bruscamente e nós seguimos, colidindo com a viatura. Isso indica que o ônibus e os demais veículos à esquerda dele viram a van da Guarda Municipal vindo em alta velocidade e frearam a tempo. Ou seja, eles pararam porque viram, não porque ouviram a sirene. Como a visão do motociclista foi comprometida pelo ônibus, só mesmo a sirene para frearmos”, disse ela.
Segundo Marcela, logo após o acidente, ela se levantou rapidamente para ir para o canteiro da Avenida Paraná, com o rosto coberto de sangue, e chamou uma ambulância. Ela afirma que os guardas moveram a van “com a justificativa de desobstruir o trânsito”, alterando a cena.
“Foi um acidente que se deu por responsabilidade de uma corporação que deveria nos resguardar. Então, além da tristeza e do susto de voltar para casa com o rosto diferente, alterado, estou com uma cicatriz que dinheiro nenhum vai tirar”, diz ela. “A sirene não estava ligada. Se estivesse ligada, a gente não teria se espatifado na van”, afirma.
Posicionamento
Em nota, a Guarda Municipal afirmou que uma equipe passava pelo local, com a sirene e os sinais luminosos ligados, com a intenção de conduzir um homem que havia sido preso em flagrante. Segundo o órgão, os carros que transitavam pararam para dar preferência para a viatura, mas a moto surgiu repentinamente, vindo atrás de um ônibus que também tinha parado.
Com isso, afirma a Guarda Municipal, a moto se chocou contra a porta lateral traseira direita da viatura, causando uma lesão no braço direito do condutor e escoriações no nariz da passageira, que foram socorridos e encaminhados ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.
“O deslocamento da viatura da Guarda Municipal ocorreu após o devido registro do acidente de trânsito, devido à necessidade de prosseguir na condução do suspeito, preso em flagrante por furto, para a delegacia”, afirmou.
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