Presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil denuncia que situação de Rafael Horácio pode estar sendo usada com fins eleitorais pelo governo de Minas
O dirigente da categoria diz que o Sindipol acompanha o caso
de perto. Ele diz estar perplexo com a situação. “Não houve tempo nem motivos
para que a prisão fosse decretada. Em primeiro lugar, o delegado socorreu a
vítima, e, espontaneamente, se apresentou à Corregedoria, prestou depoimento e
entregou sua arma.”
O investigador Wemerson diz estranhar o fato de a Corregedoria, além de pedir a prisão, obter um mandado de busca e apreensão, não só na casa do delegado, mas também em seu gabinete, e apreender o celular. “Bastava ter a arma, o resto é sem sentido. Com a arma do crime já em poder da polícia, não é preciso mais nada.”
Ele afirma, ainda, que pegaram duas testemunhas e tudo foi feito com base no depoimento dessas duas testemunhas. “Seria preciso ter procurado outras testemunhas e assim, ter mais informações.”
O investigador Wemerson diz estar preocupado com o fato de que a decisão tenha sido uma resposta midiática, com vistas à próxima eleição para governador. “A Polícia Civil vem sendo achincalhada nos últimos três anos. Nossas condições de trabalho são péssimas."
E faz comparação com a morte do investigador Sirian Versiani em um bar, em Contagem, em abril de 2018. “Até hoje o crime não foi apurado nem o caso encaminhado à justiça. Não houve denúncia. O policial foi morto com vários tiros. O matador fugiu. Foi identificado e preso, mas, estranhamente, foi liberado, por uma ordem que veio de cima, depois de uma noite, apenas, de sua prisão.”
“Nossa grande preocupação é que o caso do delegado Horácio esteja sendo usado com objetivos políticos”, diz o presidente do Sindpol.
O que diz o comando da Polícia Civil
"A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) esclarece que a
decretação da prisão temporária foi feita pelo Poder Judiciário, mediante
parecer favorável do Ministério Público. O caso está sob sigilo e a PCMG não
comenta o teor da decisão judicial."
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