Brasil tem 673 mil CACs armados
Número de armas nas mãos da categoria quase triplicou no governo atual
A cada 24 horas, 449 licenças são emitidas
Há um milhão de armas em circulação no Brasil nas mãos de caçadores, atiradores e colecionadores, os CACs, segundo dados do Exército. O número é quase três vezes maior que em 2018, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi eleito.
As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação pelos institutos Igarapé e Sou da Paz, e divulgados pelo portal G1 nesta quarta-feira (31).
Antes do governo Bolsonaro, eram 350,6 mil nas mãos da categoria, agora são 1.006.725, de acordo com dados de junho. São 673,8 mil CACs registrados e armados. A cada 24 horas, 449 novas pessoas recebem a licença.
Os CACs têm autorização para comprar diferentes tipos de armamentos, desde revólveres até fuzis de repetição. Aqueles registrados como atiradores podem ter até 60 armas; caçadores, 15 armas; e colecionadores não têm limites. A autorização de porte é emitida pela Polícia Federal.
"O aumento das armas registradas pelo Exército é ainda mais grave quando consideramos que muitas delas têm maior poder de fogo do que as armas registradas pela Polícia Federal", afirmou Michele dos Ramos, do Instituto Igarapé.
"Essa explosão de armas é muito preocupante quando a gente sabe que o Exército não investiu na fiscalização. E isso acontece em um momento do nosso país em que vemos quase 700 mil pessoas armadas (os CACs) com o risco de utilização dessas armas em um momento sensível de nosso país, em que estamos numa campanha eleitoral polarizada", alertou Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz.
Licenças por estado
O estado com maior aumento de armas registradas é São Paulo. Os CACs do estado têm 279,5 mil armas. Em 2017, esse número era de 118,9 mil, ou seja, o número mais que dobrou em cinco anos.
Outra preocupação é o aumento de 700% de registros na região amazônica. A 12ª Região Militar (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima) foi de 1.881 armas nas mãos da categoria, em 2017, para 21.196.
Já a 9ª Região Militar (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) registrou um aumento de 408% no número de armas registradas: foi de 6,9 mil, em 2017, para 45,6 mil em julho deste ano.
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