24/01/2023
Montagem de fotos de Tomás Miguel Ribeiro Paiva e Mauro Cid — Foto: Reprodução
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, não assumirá mais o comando do Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia, uma unidade de Operações Especiais da Força.
A medida foi acertada pelo novo comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, e confirmada pelo Ministério da Defesa.
O anúncio ocorreu após reunião do Alto Comando do Exército nesta terça-feira (24) – a primeira realizada depois que o general Tomás Paiva assumiu o posto.
Oficialmente, o cancelamento da posse foi um pedido de Mauro Cid para que ele tenha tempo para se defender das investigações em curso.
"O Tenente-Coronel Mauro Cesar Barbosa Cid encaminhou requerimento ao Gabinete do Comandante do Exército solicitando adiamento do comando, e o pedido foi deferido", escreveu o Exército em nota enviada à imprensa.
Mauro Cid é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento no vazamento de informações sigilosas de uma apuração sobre um suposto ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, a medida, na prática, foi uma saída negociada para que Mauro Cid, bolsonarista de primeira hora, não assumisse um posto de comando do Exército neste momento.
A medida não impedirá que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro entre em novos processos de escolha para outros postos no Exército, como uma promoção para general.
Demissão de Júlio César Arruda
'Locutor, apresentador e da roça' que gravava vídeos com ameaças é
mantido preso pela PF
Álbum pessoal
Nas mídias sociais, Roque Saldanha se identifica como 'locutor, apresentador e da roça" O folclórico radialista Roque Saldanha está preso em Governador Valadares, alvo de um mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Identificado como Roque Saldanha, que se apresentava como "radialista e da roça", ele é acusado de incentivar atos antidemocráticos. Roque fazia publicações diárias nas mídias sociais, nas quais levantava dúvidas acerca do sistema eleitoral e prometia "resolver a situação na bala".
A prisão ocorreu sexta-feira à noite em Governador
Valadares, Minas Gerais, quando a Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão
temporária expedido pelo ministro do STF.
Saldanha foi candidato a deputado federal pelo PSC
por Minas Gerais, mas não se elegeu pois obteve apenas 17 votos. Também já
tinha sido candidato a prefeito de Teófilo Otoni. Ele é tratado como um
indivíduo folclórico, dadas as bravatas que grava nos vídeos e em áudios
disseminados nos grupos de WhatsApp.
Roque Saldanha se identifica nas suas páginas nas
mídias sociais como "locutor, apresentador e da roça". Em seus
perfis, ele publica fotos armado e vídeos que lançam dúvida sobre o resultado
das eleições de 2022, a exemplo de questionamentos sobre o código-fonte das
urnas eletrônicas.
A última publicação dele, no Instagram, foi
postada dia 12 de janeiro, quando ele explicou aos seus seguidores que não
estava preso em Brasília.
Em outra publicação, datada de 2 de janeiro, Roque
critica o presidente Lula por conta do decreto nº 11.366 que restringe a compra
de armas e de munição para caçadores, colecionadores e atiradores (CACs).
Em um vídeo mais antigo, Roque Saldanha desafia a
Polícia Federal, Lula e o ministro Flávio Dino a prendê-lo no lugar do cacique
Serere Xavantes.
Os crimes imputados ao radialista preso são:
ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de
abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ainda está em apuração se
ele participou presencialmente dos atos de 8 de janeiro, em Brasília.
Histórico de ameaças e tentativa de homicídio
O locutor Roque Saldanha tinha por hábito gravar
áudios em que proferia ameaças a quem o desfiasse. Em um dos áudios que
circulam até hoje nos grupos de WhatsApp, profere ofensas racistas a um homem.
Na gravação, Saldanha afirmou que deveria ter quase 50 processos e que não
veria problemas se o número chegasse a 100 ou 200. “Sabe por causa de quê? Por
causa de um vagabundo igual a você, é um negro vagabundo, safado, imundo, urubu
de grupo, você já viu sua cor no espelho? Eu sou descendente de preto, seu negro
ensebado. Mas eu honro a minha cor (sic)”, declarou, entre várias outras
ofensas.
Em seu histórico, pesa contra Saldanha a acusaçaõ
de uma tentativa de homicídio, quando atirou no irmão de um policial no estado
do Espírito Santo. O crime prescreveu sem que fosse apurado.
Além disso, durante a campanha a vereador em 2016,
ele foi preso após fazer um disparo de arma de fogo em uma rua de Teófilo Otoni
e desobedecer a uma ordem policial de soltar o armamento. Pelos crimes, ele foi
condenado a dois anos de reclusão em regime aberto, mas a pena foi convertida
em prestação pecuniária.
Confundiram a casa do radialista e foram parar na casa do prefeito
de Teófilo Otoni
Na sexta-feira (13), ao cumprir a ordem de prisão
contra o Roque Saldanha, policiais federais acabaram cometendo um equívoco e
realizaram uma diligência no endereço do prefeito da cidade mineira de Teófilo
Otoni, Daniel Sucupira (PT). Os agentes não chegaram a cumprir o mandado no
endereço do prefeito petista e interromperam a ação assim que perceberam o
erro. Entretanto, o estrago político já tinha sido feito. A oposição ao
prefeito na cidade do Vale do Mucuri aproveitou-se do fato para disseminar
notícias falsas da prisão do prefeito.
Em nota a PF afirmou que “o erro consistiu em
atribuir ao investigado o endereço de terceira pessoa, autora de ação judicial
que envolve o investigado”. Na prática, foi Sucupira quem denunciou o
radialsita.



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