sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Dois suspeitos do feminicídio de técnica em enfermagem grávida são presos; um deles é PM

 Maria Clara Adolfo de Souza, de 21 anos, foi morta na frente de casa, em Jaboatão dos Guararapes. PM vai ser alvo de processo disciplinar na Corregedoria Geral da SDS.

Por g1 PE

Maria Clara Adolfo de Souza tinha 21 anos — Foto: Reprodução/Instagram

Maria Clara Adolfo de Souza tinha 21 anos — Foto: Reprodução/Instagram

Dois homens suspeitos do feminicídio da técnica em enfermagem Maria Clara Adolfo de Souza, que tinha 21 anos e estava grávida, foram presos na quinta-feira (1º). Um deles é um policial militar. Os mandados são de prisão temporária e valem por 30 dias.

 

O crime aconteceu por volta das 20h50 do dia 24 de julho, na Rua Belo Jardim, que fica no bairro do Socorro, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A vítima foi assassinada a tiros no meio da rua, logo após sair de casa.

Ao g1, o advogado Sérgio Gonçalves, que representa a família de Maria Clara no caso, confirmou que o militar preso é o mesmo que tinha relações com a jovem há três anos e, de acordo com parentes da vítima, era o pai da criança que ela esperava.

O policial preso foi levado para o Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife. O outro rapaz preso foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), que fica no mesmo município.

O policial militar preso vai ser alvo de um processo disciplinar na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), de acordo com a Polícia Civil.

"De conhecimento da expedição do mandado de prisão temporária em desfavor do militar, a Corregedoria Geral da SDS [Secretaria de Defesa Social] aguarda a documentação para análise e instauração de processo disciplinar contra o policial", afirmou a polícia, em nota.

Os nomes e as idades dos presos não foram divulgados pela Polícia Civil, que também não informou o local onde aconteceram as prisões. Em nota, a corporação disse apenas que:

  • Os dois suspeitos foram presos por policiais civis com o apoio de equipes do 25° Batalhão da Polícia Militar e do Batalhão de Choque;
  • Eles foram levados para 2ª Delegacia de Polícia da Mulher, localizada no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes;
  • A expedição dos mandados de prisão pela Justiça foi solicitada pela equipe dessa delegacia, com apoio da Coordenação da Força-Tarefa de Homicídios e do setor de Inteligência da Polícia Civil.

Relembre o crimeReproduzir vídeo

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Técnica em enfermagem morta a tiros estava grávida de três meses, diz família

  • Maria Clara Adolfo de Souza estava grávida de três meses quando foi morta a tiros na rua em que morava (veja vídeo acima);
  • De acordo com a família, o pai do bebê não aceitava a gestação;
  • A mãe da vítima, Simone Kelly, contou à TV Globo que a filha recebeu uma ligação e saiu de casa — logo depois, a família ouviu os tiros;
  • O corpo da técnica em enfermagem foi encontrado com onze perfurações de bala;
  • No local do crime, uma cápsula de projétil de 9 milímetros foi encontrada;
  • O celular de Maria Clara foi levado pelos criminosos;
  • À polícia, testemunhas contaram que viram dois homens desconhecidos em uma moto na área do crime.

Como denunciar violência contra a mulher

  • Em Pernambuco, as denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas através do telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados;
  • A Polícia Militar pode ser contatada pelo 190, quando o crime estiver acontecendo;
  • Também é possível, no Grande Recife, fazer denúncias pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil, no número (81) 3421-9595;
  • O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, através de uma ligação gratuita para o número 0800.281.9455;
  • Outra opção é a Ouvidoria da Mulher de Pernambuco, que funciona pelo telefone 0800.281.8187;
  • Os endereços e telefones das Delegacias da Mulher podem ser consultados no site do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).Reproduzir vídeo

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Conheça o código que pode ser usado por mulheres para denunciar agressão

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