quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Treze países já têm vacinas garantidas; Brasil ficou para trás

 A esperada imunização contra a COVID-19 já é realidade na Rússia e no Reino Unido, enquanto Alemanha planeja campanha neste mês

(foto: Adobe Photos)
Primeira nação do Ocidente a usar vacina aprovada do ponto de vista clínico contra a COVID-19, o Reino Unido começou nessa terça-feira (8/12) a imunizar idosos, seus cuidadores e profissionais de saúde com a substância produzida pela Pfizer.

A Rússia já administra sua vacina, a Sputnik V, desde o fim de semana passado e a China também fornece uma vacina experimental a um grupo reduzido da população.

Entre 13 países que definiram campanhas de imunização, tendo vacinas garantidas – o que não é o caso do Brasil –, como o Estado de Minas mostra nesta reportagem, Alemanha, Argentina, Turquia e Bulgária pretendem deslanchar suas campanhas ainda neste mês.

Reino Unido
É o primeiro país ocidental a iniciar a campanha com vacina clinicamente aprovada contra a COVID-19. A campanha começou ontem por pessoas idosas, seus acompanhantes e profissionais da saúde. O governo britânico adquiriu 40 milhões de doses da vacina desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech, suficientes para imunizar 20 milhões de pessoas. Serão aplicadas duas doses gratuitas com 21 dias de diferença. Concluídos em 18 de novembro, os testes indicaram que o imunizante é seguro e tem 95% de eficácia. De acordo com o secretário da Saúde, Matt Hancock, 800 mil doses devem estar disponíveis para a primeira etapa da vacinação. Os idosos em casas de repouso e funcionários estão no topo da lista de prioridades recomendada pelo Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI). Em seguida, serão vacinados os maiores de 80 anos e as equipes de saúde e atenção da linha de frente contra a COVID-19. Logo depois, devem ser imunizados, nesta ordem, pessoas acima de 75, 70 e 65 anos, respectivamente; aqueles de 16 a 64 anos com doenças preexistentes; e os grupos com 60, 55 e 50 anos. A segunda fase da vacinação terá como alvo pessoas com maior risco de exposição ocupacional ou que prestam serviços públicos essenciais, incluindo professores e trabalhadores no transporte. Depois, será a vez do restante da população.

'Não é tão simples assim: os desafios da vacina contra o coronavírus

Itália

A Itália, país onde a pandemia matou mais de 58 mil pessoas, anunciou que vai começar sua campanha de vacinação no início de 2021. O presidente do Conselho Superior da Saúde (CSS), Franco Locatelli, disse em entrevista à emissora Rai 3 que a imunização deve começar na segunda quinzena de janeiro. É quando as primeiras doses das vacinas do consórcio BioNtech/Pfizer e do grupo americano Moderna chegam ao país. A vacinação será inicialmente voltada ao grupo de risco e funcionários da saúde. Segundo o ministro da Saúde, Roberto Speranza, a distribuição vai ser feita em operação conjunta com o Exército italiano. Por meio da União Europeia, os italianos já garantiram a compra de 202,573 milhões de doses de seis vacinas: AstraZeneca (produtora da vacina de Oxford), Biontech/Pfizer, Curevac, Johnson & Johnson (da Janssen), Moderna e Sanofi-GSK.

Rússia

A vacinação contra a COVID-19 teve início, em Moscou, no sábado passado, com prioridade para grupos de alto risco da doença, como professores, profissionais de saúde e trabalhadores no transporte. Segundo o ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, mais de 100 mil militares russos já foram imunizados na última semana e a meta é que 2 milhões de pessoas sejam vacinadas até o fim do mês. A Sputnik V é uma das vacinas desenvolvidas contra a doença no país, que terá vacinação voluntária e gratuita. Uma outra vacina, também desenvolvida e aprovada no país, a EpiVacCorona, deve ser aplicada em massa no ano que vem. A expectativa do governo russo é de fazer parcerias internacionais para ampliara produção da Sputnik V, que é aplicada em duas doses, para imunizar mais de 500 milhões de pessoas no mundo em 2021.


Alemanha

A Alemanha também prepara centros de vacinação por todo o país. Em Berlim, a imunização deve chegar a 450 mil pessoas (cerca de 12% da população da cidade) em meados de dezembro. A vacinação será voluntária e gratuita e o país já garantiu 300 milhões de doses de diferentes fabricantes. O governo pretende fazer 20 mil aplicações por dia em idosos e pessoas que fazem parte de grupos de risco. Pessoas com dificuldade de mobilidade devem ser vacinadas em casa. Instituições de pesquisa e um comitê de ética sugeriram, em documento, que idosos e pessoas que pertencem ao grupo de risco, como diabéticos, obesos e hipertensos, devem ter prioridade na imunização. Também entram na lista profissionais de saúde, bombeiros, policiais, professores e educadores. A imunização de toda a população alemã deve se estender até 2022.

Portugal

O governo português prevê vacinação voluntária e gratuita a partir de janeiro de 2021. O país adquiriu 22 milhões de doses por 200 milhões de euros, em acordos assinados com os fabricantes CureVac, Pfizer-BioNTech, Moderna, Johnson, Sanofi e GSK. A Pfizer, inclusive, disse que as primeiras doses podem chegar ao país nos primeiros dias do próximo ano. A primeira etapa de vacinação está prevista até fevereiro, e, se houver atrasos, pode ser concluída em abril. A intenção é imunizar quase 10% da população nessa fase. Têm prioridade os maiores de 50 anos com doenças preexistentes, profissionais da linha de frente contra a doença respiratória, como saúde, segurança e militares, pessoas em casas de repouso e unidades de terapia intensiva. Na segunda etapa, a previsão é de imunizar 2,7 milhões de pessoas, incluindo aquelas com mais de 65 anos. O restante da população seria vacinado em uma terceira fase.

França

A França prevê início de vacinação gratuita contra o coronavírus em janeiro para idosos em casas de repouso. No país, são mais de 1 milhão de pessoas nessa condição. Segundo o governo francês, em fevereiro, será a vez dos 14 milhões mais fragilizados pela idade ou patologias, e, na primavera, que começa em março no país, a vacinação será ampliada para toda a população maior de 18 anos. De acordo com o primeiro-ministro Jean Castex, a campanha de vacinação começará com as duas vacinas que estarão disponíveis após autorização das autoridades de saúde europeias e francesas: a da Pfizer/BioNtech e a da norte-americana Moderna.

Espanha

A Espanha é um dos países europeus mais atingidos pela COVID-19, com quase 1,7 milhão de infectados e mais de 46 mil óbitos registrados. O governo planeja iniciar a campanha de vacinação no início de janeiro e anunciou que espera imunizar entre 15 milhões e 20 milhões de pessoas até junho de 2021.


China

A China ainda não apresentou uma estratégia clara para vacinar a população, mas dirigentes do governo informaram que a distribuição deve ocorrer até o fim deste mês, segundo agências internacionais de notícias. Existem pelo menos quatro tipos de vacina aprovadas para uso antecipado ou limitado no país: CanSinoBIO, Sinovac Biotech, Wuhan Institute of Biological Products e Sinopharm. Porém, não se sabe exatamente quantas nem quais pessoas já receberam ou vão receber uma dessas vacinas contra a COVID-19. No início de outubro, a Sinopharm anunciou que centenas de milhares de pessoas já haviam recebido suas vacinas candidatas, segundo o jornal americano The New York Times. A estatal tem dois imunizantes na corrida: um é produzido por seu laboratório em Pequim e o outro em Wuhan, cidade que teve os primeiros casos de COVID-19 do mundo, reportados à Organização Mundial de Saúde (OMS). Já a Sinovac Biotech, que testa sua candidata a vacina no Brasil em acordo com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, informou que mais de 10 mil pessoas em Pequim foram imunizadas com sua vacina, também de acordo com o The New York Times. Uma outra candidata, a CanSino, foi aplicada em militares, segundo a rede de TV britânica BBC.
 

Turquia

A Turquia anunciou que pretende iniciar o processo de vacinação nesta sexta-feira. O governo fechou acordo para a compra de 20 milhões de doses para dezembro, com o laboratório chinês Sinovac Biotech. O ministro da Saúde do país, Fahrettin Koca, ressaltou que a expectativa é de que 25 milhões dos 82 milhões de habitantes do país sejam imunizados até o fim deste ano.

Bulgária

O Ministério da Saúde do país informou que deve iniciar a vacinação uma semana após a chegada das primeiras 125 mil doses da vacina da Pfizer esperadas para o fim de dezembro. A imunização será gratuita e médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos têm prioridade na aplicação. Segundo o plano voluntário, professores, pessoas em lares de idosos e trabalhadores em fazendas de visons devem ser vacinados em seguida. Logo depois, será a vez dos trabalhadores de serviços sociais e de pessoas com mais de 65 anos. O governo da Bulgária deve adquirir de 12 milhões a 13 milhões de doses, por cerca de 250 milhões de euros. Freezers já estão sendo preparados para armazenar a vacina da Pfizer, que precisa ser mantida a uma temperatura de 70°C negativos. O Parlamento apoiou o plano do governo de participar de um acordo da União Europeia e obter vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Sanofi.

Polônia
Um dos países mais atingidos pela segunda onda da COVID-19, a Polônia anunciou ter assinado contratos para adquirir 45 milhões de doses das vacinas da Pfizer, BioNTech, AstraZeneca e Johnson. O premiê polonês, Mateusz Morawiecki, disse esperar que as vacinas fiquem disponíveis até fevereiro do ano que vem e a estratégia de vacinação do país deve ser anunciada nos próximos dias.

Argentina

O governo argentino vai vacinar 300 mil pessoas até o fim do ano, como anunciou o presidente do país, Alberto Fernández. O planejamento do governo é adquirir 25 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. O carregamento deve chegar ao país entre este mês e janeiro, quando está previsto o início das imunizações. Ao longo de dezembro e janeiro, o governo argentino pretende vacinar 12,5 milhões de pessoas. Esse universo pode duplicar e alcançar mais da metade da população. A vacinação em massa, assim que a fase 3 dos testes for bem-sucedida, pretende evitar uma segunda onda da pandemia depois do próximo verão, a exemplo do que ocorre na Europa.

Japão

Lei aprovada no início deste mês na nação nipônica garante o fornecimento gratuito da vacina contra a COVID-19 para os mais de 120 milhões de habitantes do país. O governo japonês tem acordos fechados com a Pfizer, a americana Moderna e a britânica AstraZeneca. A imunização deve começar em janeiro de 2021.
 O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê










Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência











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