sábado, 23 de março de 2024

MPF vê fraude na compra de blindados pela PRF entre 2019 e 2022


Empresa investigada foi citada na CPMI do 8 de janeiro

Publicado em 21/03/2024 - 12:55 Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro


Uma investigação do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF) apura possíveis práticas como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa na compra de veículos blindados por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O volume financeiro dos contratos fechados entre 2019 e 2022 chega a R$ 94 milhões e envolvem a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda. “As descobertas desta investigação são de importância crítica”, disse o MPF.

As compras suspeitas dos chamados caveirões também são investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após a empresa ter sido citada no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro, do Congresso Nacional.

O MPF convocou uma entrevista coletiva para a tarde desta quinta-feira (21), quando apresentará formalmente as descobertas e ações subsequentes da investigação, iniciada em agosto de 2023. O procedimento investigatório é conduzido pelo procurador da República Eduardo Benones.

Os investigadores explicaram que as apurações foram desencadeadas por um “conjunto substancial de evidências”, sendo direcionadas para desvendar “uma complexa rede de atividades ilícitas, incluindo fraudes em licitações, possíveis práticas de corrupção ativa e passiva; lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa”.

A Combat Armor é uma empresa que tem matriz nos Estados Unidos. O MPF destaca que o proprietário, Daniel Beck, é apoiador do ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e esteve em Washington durante a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

“As descobertas desta investigação são de importância crítica, não apenas devido ao volume financeiro envolvido, apurado até o momento em R$ 94.096.361,52, mas também pelo curto intervalo de tempo e coincidência ao quadriênio 2019-2022, bem como pela maneira como essas práticas ilícitas comprometeram a transparência e a justiça no uso dos recursos públicos”, aponta o MPF, que considera preocupante a implicação de agentes públicos e privados nas atividades ilícitas.

Irregularidades

Apesar de o procedimento investigatório criminal ter sido instaurado em agosto de 2023, o MPF já tinha apurações iniciais do caso desde maio, quando esteve na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e flagrou 14 veículos blindados novos inutilizados por inadequações técnicas, havendo, ainda, indícios de fraudes nas compras.

Havia, também, suspeita de conflito de interesses na confecção do atestado de capacidade técnica apresentado pela Combat Armor. O documento - requisito indispensável para verificar a adequação dos veículos fornecidos - foi emitido por sociedade empresarial controlada pelo presidente da Combat Armor.

CPMI

A Combat é administrada por Maurício Junot. Ele e a empresa foram citados no relatório final da CPMI de 8 de janeiro. “O sr. Maurício Junot, que gozaria de dupla nacionalidade, brasileira e americana, teria sido condenado por fraude em Dubai, figurando, inclusive, em lista de procurados pela Interpol”, cita o texto da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Pelo relatório, a matriz americana seria uma empresa de fachada, que se utilizaria da filial brasileira para fazer negócios.

“Há fortes indicativos de que se trata de uma empresa ‘de papel’, sem qualquer atuação no ramo de blindados, cujo propósito de reativação e alteração do seu contrato social foi viabilizar negócios no Brasil, por meio do sr. Maurício Junot”, menciona o documento.

A investigação de parlamentares cita, ainda, suposto envolvimento do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques.

A análise dos valores pagos à Combat Armor, de acordo com a CPMI, coincide com a atuação de Vasques. As três unidades gestoras com maior valor despendido à Combat foram a superintendência do Rio de Janeiro, onde ele foi superintendente até abril de 2021, o Departamento de PRF em Brasília (quando Silvinei já era diretor-geral) e a superintendência em Santa Catarina, onde foi superintendente.

“Da análise da quebra de sigilo fiscal da Combat Armor identificaram-se os seguintes fortes indícios que reforçam o entendimento de favorecimento à empresa Combat Armor por agentes da PRF, do Ministério da Justiça e pelo sr. Silvinei Vasques, inclusive com pagamento de vantagens indevidas”, diz trecho do relatório final aprovado em 18 de outubro de 2023.

O documento final da CPMI destaca ainda que “a empresa fechou as portas no Brasil no primeiro semestre de 2023, ou seja, logo após a mudança do governo federal, deixando de cumprir contratos firmados com a Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos”.

Prisão

O ex-superintendente da PRF, Silvinei Vasques, foi preso em 9 de agosto de 2023 durante a Operação Constituição Cidadã, da Polícia Federal, que investiga possíveis ações de agentes públicos para interferir no processo eleitoral do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Procurada pela Agência Brasil nesta quinta-feira, a PRF não forneceu comentários sobre a investigação do MPF até a conclusão desta matéria.

À época do início da apuração, a PRF informou que criou um grupo de trabalho (GT) para a realização de estudos a respeito do efetivo emprego de veículos blindados e que o resultado final do GT poderia motivar a abertura de investigação preliminar sumária (IPS), que poderia fornecer informações e elementos de prova para o Ministério Público e demais órgãos de investigação. Procurada pela Agência Brasil, a empresa Combat Armor não respondeu.

Ouça matéria da Radioagência Nacional

Edição: Kleber Sampaio


https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-03/mpf-ve-fraude-na-compra-de-blindados-pela-prf-entre-2019-e-2022

                                                                                                         


Chuva e seca: região Leste de Minas tem 82 cidades em situação de emergência; veja lista

 Minas Gerais tem 96 municípios em emergência por causa de desastres relacionados às chuvas e outros 177 em anormalidade pela seca ou estiagem.

Por Fran Ribeiro , g1 Vales de Minas Gerais

Lama e entulho ainda ocupam ruas de Rio Casca, na Zona da Mata de Minas Gerais, cinco dias após forte chuva — Foto: Reprodução/TV Globo

Lama e entulho ainda ocupam ruas de Rio Casca, na Zona da Mata de Minas Gerais, cinco dias após forte chuva — Foto: Reprodução/TV Globo

Minas Gerais tem 96 cidades em situação de emergência por causa de desastres relacionados às chuvas, 43 delas estão no Leste de Minas. Ao mesmo tempo, Minas tem 177 municípios em anormalidade pela seca ou estiagem, 39 na região.

Os dados são da Defesa Civil Estadual.

A maioria das localidades afetadas pelas chuvas – tempestades de granizo, vendavais, enxurradas ou precipitações intensas – decretou emergência no primeiro trimestre de 2024. Elas estão espalhadas em diversas regiões, como Vale do Jequitinhonha, Norte, Sul e Zona da Mata.

No atual período chuvoso, iniciado em outubro de 2023, seis pessoas já morreram em Minas Gerais. O registro mais recente é de janeiro deste ano, quando um motociclista, de 40 anos, foi arrastado por uma enxurrada e caiu dentro de um córrego, em Viçosa, na Zona da Mata.

 

Já as cidades atingidas por seca ou estiagem estão concentradas principalmente nas regiões Norte, Vale do Mucuri, Jequitinhonha e Vale do Rio Doce. A maior parte decretou anormalidade a partir de novembro de 2023.

Nos casos de emergência, a legislação permite ações mais céleres por parte do poder público para que o socorro e a assistência sejam garantidos à população atingida.

Em algumas ocasiões, os municípios podem fazer contratações sem necessidade de licitação, por exemplo.

Veja a lista de cidades em emergência por desastres relacionados às chuvas:

  1. Águas Formosas

    Caraí

    Ataleia

    Açucena

    Campanário

    Coluna

    Malacacheta

    Martins Soares

    Conselheiro Pena

    Mutum

    Malacacheta

    Conceição de Ipanema

    Mesquita

    Manhuaçu

    Itueta

    Guanhães

    Galileia

    São José do Divino

    Itabirinha

    Jampruca

    Mendes Pimentel

    Engenheiro Caldas

    Novo Oriente de Minas

    São Domingos do Prata

    Nova Belém

    Santa Efigênia de Minas

    Governador Valadares

    Teófilo Otoni

    Pavão

    Umburatiba

    Tumiritinga

    Inhapim

    Santo Antônio do Jacinto

    Machacalis

    Carlos Chagas

    Santa Rita do Itueto

    São Pedro do Suaçuí

    Reduto

    Setubinha

    Nanuque

    Ouro Verde de Minas

    Bandeira

    Santa Maria do Salto

    Veja a lista de cidades em emergência por desastres relacionados à seca ou estiagem:

     

    Almenara

    Santa Helena de Minas

    Pavão

    Felisburgo

    Jacinto

    Jequitinhonha

    Jordânia

    Novo Cruzeiro

    Ponto dos Volantes

    Joaíma

    Carlos Chagas

    Franciscópolis

    Caraí

    Bandeira

    Machacalis

    Umburatiba

    Nanuque

    Malacacheta

    Teófilo Otoni

    Itaobim

    Novo Oriente de Minas

    Águas Formosas

    Angelândia

    Capelinha

    Coluna

    Galileia

    Itambacuri

    Resplendor

    Santa Maria do Suaçuí

    Santo Antônio do Jacinto

    São Geraldo do Baixio

    São José do Jacuri

    São Pedro do Suaçuí

    Serra dos Aimorés

    Tumiritinga

    Água Boa

    São Sebastião do Maranhão

    Ataleia

    Setubinha

    Vídeos do Leste e Nordeste de MG


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