quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Filho de 14 anos mata pai com 23 facadas em Ribeirão das Neves

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Rua onde o crime aconteceu
Foto: Fred Magno/O TEMPO

Segundo a polícia, menor contou que, antes do crime, pesquisou na internet "como matar uma pessoa usando faca"

Por CAROLINA CAETANO | SIGA-NOS NO TWITTER @OTEMPO
Um adolescente de 14 anos foi apreendido após matar o pai, de 48, na madrugada desta quarta-feira (12), em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi esfaqueada 23 vezes. 
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o crime aconteceu na casa da família, no bairro Jardim Colonial. Militares chegaram ao local e encontraram o garoto do lado de fora com a vizinha. Em conversa com os policiais, ele contou que teve uma discussão familiar e, no meio do atrito, o pai pegou uma faca. Detalhes da briga não foram esclarecidos.
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Na versão ainda do agressor, ele pegou outra faca para se defender e desferiu 18 golpes nas costas, três na cabeça e dois no peitoral do pai. A vítima foi encontrada deitada em um colchão na sala com uma faca ao seu lado e uma poça grande de sangue. Segundo a polícia, a faca encontrada ao lado do homem estava com a lâmina intacta e sem indícios de uso.
Conforme consta no registro policial, o pai era diabético e tinha dificuldades de locomoção. 
Pesquisa na internet
Ainda em conversa com os policiais, o adolescente contou que, antes do crime, realizou uma pesquisa na internet de "como matar uma pessoa usando uma faca". O celular dele foi apreendido, e o garoto encaminhado à Delegacia de Plantão de Ribeirão das Neves.
"Um fato que chama a atenção é que a Polícia Militar não encontrou em seus registros nada que desabone o adolescente. O pai não tinha antecedentes criminais", explicou o tenente Vicente Rodrigues, do 40º Batalhão.
Relato da vizinha
"Ele gritava 'socorro, socorro', queria que eu fosse lá dentro olhar se o pai estava vivo". O relato é de uma vizinha do adolescente. 
Segundo ela, pai e filho viviam sozinhos na casa, no bairro Jardim Colonial, após a morte da mãe do menor, há cerca de seis meses - vítima de câncer. "Ele disse que fechou os olhos e esfaqueou durante a briga com o pai. O menino mesmo que chamou a polícia. Depois eu chamei outra viatura", contou a mulher, sob anonimato. 
Para os vizinhos e a namorada, o garoto também afirmou que se defendeu da vítima, que queria agredi-lo com outra faca.  
Menino sem problemas
A família morava no local há mais de 20 anos. O adolescente nasceu e cresceu no bairro e era considerado um menino sem problemas.
"Pelo que a gente sabe, ele nunca deu problemas. A gente não sabe o motivo da briga e o que acontecia dentro de quatro paredes. O pai também era gente boa", detalhou. 
Família
"O câncer se espalhou no corpo da mãe. Ela sofreu muito. Ficava internada e voltava para casa. Depois que ela morreu, os dois ficaram sozinhos na casa. A irmã, por parte de pai, foi embora para Bahia há cerca de três meses", detalhou a vizinha.
Segundo vizinhos, pai e filho retornaram de uma praia do Espírito Santo nesta semana. 
 Texto atualizado às 9h57

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Primo de Anastasia será julgado por fraude em obra do Governo de MG

Waldemar Anastasia era sócio da CWP Engenharia, que recebeu R$ 166 milhões para executar obras públicas durante gestão do então governador

MINAS GERAIS | Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas 

12/02/2020 - 19H08 (ATUALIZADO EM 12/02/2020 - 20H04)


Primo do ex-governador Antonio Anastasia, o empreiteiro Waldemar Anastasia Polizzi, vai a julgamento neste mês por fraude em licitação envolvendo obras públicas durante o mandato do parente, entre 2011 e 2012.

 

Em ligações interceptadas pelo Ministério Público de Minas Gerais, Polizzi conta como atuou para conquistar contratos públicos com o Governo de Minas.

  

O empreiteiro é ex-sócio da CWP Engenharia, empresa contratada para fazer grandes obras no Estado em 2011 e 2012, durante o governo de Antonio Anastasia. Waldemar é primo do ex-governador, afilhado político do deputado federal Aécio Neves. Contratado para fazer obras que já consumiram milhões de reais e estão inacabadas, ele começa a ser julgado este mês.

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As obras investigadas são os hospitais regionais de Sete Lagoas, a 70 km de Belo Horizonte e Juiz de Fora, a 266 km da capital mineira, além do complexo "Cidade das Águas", em Frutal, na região do Triângulo Mineiro. Nenhuma das três obras foi concluída. Mesmo assim, a CWP Engenheria recebeu R$ 166 milhões durante a gestão tucana em Minas. O ex-governador Antonio Anastasia não está entre os investigados.

 

Em conversa com um outro empreiteiro, Waldemar Anastasia diz que saiu do quadro societário da CWP Engenharia para participar das licitações públicas atuando como responsável técnico das obras.

 

"Eu combinei com eles que eu ia fazer, cê lembra disso? Eu tinha combinado, tá bom, eu entro lá porque senão cês não conseguem entrar na obra, né? Mas depois tem que tirar meu nome."

 

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, a conversa indica que Waldemar Anastasia "atuou como responsável técnico da empresa para participação em licitação, função essencial para a prática dos desvios, eis que as exigências de capacidade técnica da licitação visavam a limitar a competitividade através de direcionamento para os atributos técnicos do Waldemar."

 

O diálogo, segundo o MP, "confirma o acordo espúrio para conseguir entrar na obra.

  

Em seguida, o interlocutor pergunta se Waldemar Anastasia está se referindo à obra do Hospital Regional de Sete Lagoas. Ele responde que esta seria uma delas, juntamente com o projeto Cidade das Águas, em Frutal.

 

Em outro trecho da conversa, Waldemar Anastasia Polizzi demonstra preocupação com as investigações da Controladoria Geral do Estado.

 

"Estão atrás de coisa errada nossa"

 

O empreiteiro diz que "não deve absolutamente nada e seria o homem mais honesto que Deus pôs na terra". A conversa termina com o interlocutor de Waldemar Anastasia dizendo que estariam querendo "ferrar o nosso primo."

 

Denúncia

 

Por conta de irregularidades nas obras da Cidade das Águas, Waldemar Anastasia foi denunciado pelo Ministério Público junto com outras nove pessoas em 2016. Entre os réus, está o ex-deputado federal e ex-presidente do PSDB de Minas, Narcio Rodrigues, que ficou preso na penitenciária Nelson Hungria em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, entre maio e agosto de 2016 e, hoje, responde ao processo em liberdade.

 

O projeto Cidade das Águas chegou a ser inaugurado pelo ex-governador Antonio Anastasia. No entanto, a obra nunca foi concluída, mas até equipamentos eletrônicos de última geração foram comprados.

 

Julgamento

 

Quatro anos depois da denúncia, o processo envolvendo o projeto Cidade das Águas começa a ser julgado ainda neste mês na Justiça Federal em Belo Horizonte. Em relação à investigação das obras do Hospital Regional de Sete Lagoas, o Ministério Público prorrogou por mais um ano o inquérito. Os promotores de Justiça aguardam a conclusão de uma auditoria da CGE (Controladoria Geral do Estado), que ficará pronta no segundo semestre deste ano.

 

A construção já consumiu R$ 50 milhões e se encontra totalmente paralisada, sem data para conclusão.

 

Outro lado

 

O advogado de Waldemar Anastasia Polizzi não comentou o teor das conversas e alegou que ele foi excluído do processo, apesar do seu nome constar como réu no site da Justiça Federal.

 

Em nota, o senador Antonio Anastasia disse que não é sequer citado nos documentos e desconhece a investigação do Ministério Público. De toda forma, ele considera que a apuração deve ocorrer, na forma da lei.

 Primo de Anastasia será julgado por fraude em obra do Governo de MG - Notícias - R7 Minas Gerais

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