sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Seis meses de governo Zema: um balanço de erros e acertos

O perfil empresarial do novo governo tem sido fundamental para a estabilidade econômica do Estado e a atração de confiança do investidor
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Ao final deste mês, Romeu Zema completará seis meses no comando do nosso Estado. Em meio a um país estagnado economicamente e em clara divisão político-ideológica, chegará aos 180 dias com críticas e elogios em diversas áreas e setores, motivo pelo qual decidi fazer um balanço dos principais erros e acertos do Executivo estadual até aqui.
Comecemos pelos erros. Eleito de forma avassaladora em 2018, Zema (e o Novo à sua volta) falhou em entender o espírito do eleitorado que o alçou ao posto atual, num ato muito mais motivado por aversão a PT e PSDB do que por qualquer programa ou proposta de sua campanha.
Sem perceber que a grande maioria dos políticos de Minas estava fora da estrutura PT/Aécio, se sentiu obrigado a aproximar-se do segundo grupo para obter governabilidade, o que até agora não conseguiu com sucesso.
Também surpreendeu ao não conseguir substituir os quadros petistas em grande parte das estatais mineiras. Afinal, escolher profissionais capacitados para o comando de empresas deveria ser o grande forte do Novo.
O resultado dessas falhas é a crença de que o Novo ganhou as eleições, mas foi o PSDB que ficou com o poder e o PT com os cargos.
Há também a questão das promessas de campanha. Disse que não iria viajar de jatinho – viajou. Disse que não ia receber salário – recebeu. Disse que não pagaria os secretários – pagou. Disse que colocar comissionado nas estatais para receber jetons era um absurdo – mudou de ideia.
A absoluta falta de priorização dos gastos em saúde também é um problema do novo governo (o mais grave). Coisas básicas, como material de consumo, não estão sendo adquiridas pela rede estadual.
A história mostra que esse comportamento traz danos exponenciais ao governo. Afinal, um diabético que não consegue acesso à insulina acaba por ter sua saúde deteriorada – causando ainda mais gastos no sistema com internações e tratamentos mais caros.
Por outro lado, Zema acertou também em várias áreas.
A criminalidade em Minas Gerais caiu até 33% no início de 2019. Nenhum mérito pode ser tirado do atual governador, que soube manter e privilegiar uma estrutura bem-organizada da PMMG.
Também são de se comemorar os mais de 26 mil empregos criados no Estado neste ano (segundo maior gerador do Brasil). Nesse sentido, o perfil empresarial do novo governo tem sido fundamental para a estabilidade econômica do Estado e a atração de confiança do investidor. Os empresários identificam alguém de diálogo fácil.
Outro ponto positivo do governo tem sido a gestão da crise da mineração. Agradou-me muito o perfil conservador e duro com que o meio ambiente estadual vem tratando a catástrofe, apertando a fiscalização em cima da Vale. É preciso dar destaque ao trabalho da Semad – um dos melhores das últimas décadas.
Por último, o grande acerto da gestão Zema vai para o programa de concessão de rodovias estaduais, que atrairá cerca de R$ 7 bilhões em investimentos para o Estado. Espero que mais iniciativas do tipo venham nessa direção nos próximos meses, pois, além de alavancar a economia estadual, aliviam o caixa estatal.
Em uma análise conclusiva, diria que o novo governador tem surpreendido as expectativas de início de ano, nas quais muitos apostavam contra seu governo. Há que se dizer, no entanto, que ainda há muito espaço para melhorar, principalmente para com aqueles que mais precisam do governo para, literalmente, sobreviver.

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