sábado, 22 de fevereiro de 2020

Procurador do 'miserê' já é alvo de 22 representações na Ouvidoria do Ministério Público

De acordo com o órgão, as manifestações serão avaliadas e, caso relacionadas a conduta e trabalho do procurador, serão encaminhadas à Corregedoria.



postado em 13/09/2019 17:33 / atualizado em 13/09/2019 20:26

O procurador de Justiça Leonardo Azeredo dos Santos – famoso por classificar o salário da categoria de “miserê” – já é alvo de 22 representações na Ouvidoria do Ministério Público.















As manifestações serão avaliadas e, caso sejam relacionadas à conduta e trabalho do procurador, serão encaminhadas à Corregedoria Geral do Ministério Público, que é o órgão encarregado de apurar eventuais ou possíveis ilegalidades ou desvios de conduta por parte dos membros do MP.

Caso seja aberto algum procedimento, será acompanhado também pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). 

Desde que as declarações feitas pelo procurador durante reunião da câmara de procuradores de Justiça, no último dia 12 de agosto, foram divulgadas, o procurador não foi visto na sede do Ministério Público. Ele está de licença médica desde a quarta-feira.

Nesta sexta-feira (13), o órgão informou que ele continua afastado e não revelou quando ele retorna ao trabalho, por se tratar de “informações de caráter particular”. Durante a reunião em que reclamou do salário e de ter que reduzir o "estilo de vida", o procurador afirmou fazer uso de remédios controlados e antidepressivos para “aguentar a situação atual”. 

A reclamação de Leonardo Azeredo foi feita durante sessão para discutir o orçamento do MP para 2020. Isso porque os procuradores foram informados que a categoria poderia ficar sem reajuste no vencimento no ano que vem, caso a Assembleia Legislativa aprove os projetos de lei que tratam do ajuste fiscal em Minas Gerais.

Entre as propostas, está a venda de estatais e o congelamento de salário de servidores de todos os poderes. Na reunião, o procurador-geral de Justiça, Antonio Sérgio Tonet, chegou a dizer que poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir um aumento no contracheque da categoria. 

Embora o procurador tenha reclamado que os R$ 24 mil são insuficientes para bancar seus gastos, levantamento realizado pelo Estado de Minas mostrou que ele ganha um valor bem superior. 

O procurador custou ao contribuinte mineiro pelo menos R$ 4 milhões nos últimos cinco anos com o salário, indenizações e “remunerações retroativas ou temporárias”, segundo o portal da transparência do Ministério Público. 

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