terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Trump ignora puxa-saquismo de Bolsonaro e mantém veto à carne do gado brasileiro


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Decisão frustra o governo, que esperava fim do embargo após pedido de Bolsonaro ao presidente americano Donald Trump


BRASÍLIA - Dois anos após fecharem o mercado para a carne bovina do Brasil, as autoridades sanitárias dos Estados Unidos não se convenceram que o produto está de acordo com as normas exigidas por aquele país e optaram por adiar por mais tempo uma decisão. A manutenção do veto frustrou o governo brasileiro, que esperava o fim do embargo ainda este ano.


O fim da restrição à carne bovina brasileira foi pedido pelo presidente Jair Bolsonaro, em março último, durante um encontro, em Washington, com o presidente Donald Trump.


Meses depois, uma missão de técnicos americanos visitou frigoríficos brasileiros, mas eles não ficaram satisfeitos com os resultados e pediram informações adicionais. Uma nova missão virá ao Brasil.


Para fontes envolvidas no assunto, as justificativas do governo americano não têm sustentação. Isso porque o embargo foi decidido por razões estéticas, e não sanitárias. A postergação indica que não há vontade política dos EUA de liberarem as exportações brasileiras.


Quando a carne bovina brasileira foi vetada, os americanos apontaram abcessos no produto, causados pela vacinação de febre aftosa no rebanho. O governo brasileiro decidiu reduzir a dose da vacina e retirar substâncias que provocavam as reações na carne do animal.



— Não há nenhuma indicação de que eles tenham vetado. O relatório diz apenas que existem algumas inconformidades que não são difíceis de serem respondidas. O que causou frustração é que os EUA vão enviar uma nova missão, o que indica que eles podem estar enrolando a gente — disse uma graduada fonte do governo.


OCDE e açúcar

Além da carne bovina, o Brasil pediu aos EUA o maior acesso à exportação de açúcar para aquele mercado e o apoio para entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).




Em troca,, o governo brasileiro abriu mão do status de nação em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC) - perdendo preferências em negociações agrícolas - e ampliou, em 150 milhões de litros,o volume de etanol importado dos EUA.
A questão é que os EUA, até o momento, não apoiaram oficialmente o Brasil na OCDE. No mês passado, enviaram um documento ao organismo defendendo o ingresso da Argentina e da Romênia, ignorando os brasileiros.
Na época, o governo garantiu que a omissão do Brasil naquele momento já havia sido acertada com as autoridades brasileiras. Já as exportações de açúcar continuam sem uma solução.

Viagem aos EUA

O Ministério da Agricultura foi informado na última quinta-feira que os EUA mantiveram o veto à importação de carne bovina in natura do Brasil. O assunto será levado pela ministra Tereza Cristina ao secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, durante missão que já estava agendada anteriormente àquele país, entre os dias 17 e 23 de novembro.
Os técnicos disseram que a ministra ficou desapontada com a decisão, "mas acredita no excelente relacionamento do Brasil com os Estados Unidos para resolver a questão.

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